Declaração da Conferência Episcopal Venezuelana sobre o caso APEP
Cidade do Vaticano, 14 de Julho de 2014 (Zenit.org)
O presidente da Comissão de Educação da Conferência
Episcopal Venezuelana, dom Mariano Parra Sandoval, emitiu um comunicado à
imprensa nacional e internacional, nesta última sexta-feira, sobre a
situação irregular vivida pelos trabalhadores da APEP, Associação de
Promoção da Educação Popular.
Reproduzimos o comunicado do episcopado:
* * *
Nós, arcebispos e bispos da Venezuela, reunidos em nossa CII
Assembleia Ordinária, queremos manifestar o nosso total apoio aos
empregados da APEP que, neste momento, vivem uma situação muito injusta e
delicada.
A Associação de Promoção da Educação Popular, fundada por dom Emilio
Blaslov há cinquenta anos, foi criada para servir às classes mais
populares na educação para o trabalho.
Essa instituição, ao longo destes anos de vida, criou 275
centros-oficinas nos bairros populares das nossas cidades e nos pequenos
povoados da nossa geografia nacional, atendendo a um imenso número de
alunos das escolas públicas. Esta proposta, hoje, continua vigente e
respondendo à necessidade de formar o jovem com ferramentas adequadas
para a sua incorporação ao mercado de trabalho.
Para realizar o seu trabalho, a APEP, através da ajuda de organismos
internacionais e de empresas privadas, oferecia as oficinas e
proporcionava a formação dos professores. O Ministério da Educação, por
sua vez, o apoiava através de um convénio, com um subsídio para pagar as
obrigações salariais. Este sistema de colaboração mútua funcionou sem
maiores problemas até o ano de 2009. Naquele ano, sem nenhuma
comunicação prévia do ministério, o orçamento aprovado pela Assembleia
Nacional foi reduzido pela metade. Os efeitos desta situação têm sido
vários, mas o mais doloroso é que, com essa metade do subsídio, é
impossível pagar salários justos a milhares de pais e mães de família
empregados da APEP. E o mais grave é que esse insuficiente e injusto
subsídio chega com muito atraso. Até o dia de hoje, o orçamento aprovado
para 2014 não foi recebido do Ministério do Poder Popular para a
Educação.
Por esta razão, nós, arcebispos e bispos da Venezuela, exortamos as
autoridades do Estado venezuelano a tomarem posição quanto a este
problema e a cooperarem com estes venezuelanos e venezuelanas honestos e
humildes, que se entregaram ao serviço dos mais necessitados deste
país. Unindo esforços, poderemos encontrar soluções.
(14 de Julho de 2014) © Innovative Media Inc.
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