Entre 150.000 e 300.000 pessoas em 40 quarteirões
Um detalhe da Marcha pela Vida de Lima do 22 de Março de 2014... Talvez a maior da história hispano-americana |
Actualizado 22 de Março de 2014
ReL
É a terceira vez que Lima acolhe uma grande Marcha pela Vida (www.marchaporlavidalima.org)... E desta vez os peruanos fizeram história ao realizar a que, provavelmente, foi a maior manifestação pró-vida da história de América Hispânica, com entre 150.000 e 300.000 pessoas.
Crianças, jovens e adultos marcharam desde as 9 da manhã do sábado 22 de Março. Encontraram-se no cruzamento das avenidas Brasil e Javier Prado e caminharam até o Campo de Marte: a comitiva chegou a ocupar uma longitude de 40 quarteirões na avenida Brasil (ou quadras, como dizem na América).
ReL
É a terceira vez que Lima acolhe uma grande Marcha pela Vida (www.marchaporlavidalima.org)... E desta vez os peruanos fizeram história ao realizar a que, provavelmente, foi a maior manifestação pró-vida da história de América Hispânica, com entre 150.000 e 300.000 pessoas.
Crianças, jovens e adultos marcharam desde as 9 da manhã do sábado 22 de Março. Encontraram-se no cruzamento das avenidas Brasil e Javier Prado e caminharam até o Campo de Marte: a comitiva chegou a ocupar uma longitude de 40 quarteirões na avenida Brasil (ou quadras, como dizem na América).
As fotos são impressionantes, ainda que isso não impediu artigos desafortunados como o da agência Andina, que intitulava ridiculamente: "Centenas de pessoas mobilizam-se pelas ruas de Lima...".
As fotos aéreas massivas que mostramos aqui e se podem ver no Facebook da convocatória não se encontram apenas na maioria dos jornais peruanos, que esconderam a multidão e usam só fotos de grupos pequenos.
As fotos aéreas massivas que mostramos aqui e se podem ver no Facebook da convocatória não se encontram apenas na maioria dos jornais peruanos, que esconderam a multidão e usam só fotos de grupos pequenos.
No Marco do Dia da Criança por Nascer (25 de Março, festa reconhecida pelo Estado peruano desde 2002), também se convocaram marchas em Piura, Trujillo, Iquitos, Huancayo e Arequipa.
Uma mensagem do Papa Francisco
Ainda que esta Marcha pela vida não foi felicitada por Twitter pelo Papa (como fez em Janeiro durante a Marcha pela Vida de Washington) o Papa sim apoiou-a com uma mensagem remetida ao arcebispo de Lima, o cardeal Juan Luis Cipriani, grande promotor do evento. Na carta, assinada pelo Secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, o Santo Padre encorajou os participantes da Marcha pela Vida a “esforçar-se decididamente por quanto contribua para acolher a vida humana desde o seu primeiro instante, cuidando-a com respeito e ternura e promovendo-a sempre, pois a vida é o direito básico e fundamental de todo o homem e mulher”.
Ao contrário do que sucede em Espanha, onde os bispos não se deixam ver em público em manifestações desde 2005, o cardeal de Lima subiu ao estrado a falar ante a imensa multidão (como fazem nos seus países os cardeais e arcebispos nas marchas pró-vida de Estados Unidos ou Canadá) e animou a respeitar “a vida, façamos um Peru no qual haja lugar para todos". “O Peru disse sim à vida e não ao aborto”, constatou o cardeal ante a grande quantidade de assistentes.
Uma mensagem do Papa Francisco
Ainda que esta Marcha pela vida não foi felicitada por Twitter pelo Papa (como fez em Janeiro durante a Marcha pela Vida de Washington) o Papa sim apoiou-a com uma mensagem remetida ao arcebispo de Lima, o cardeal Juan Luis Cipriani, grande promotor do evento. Na carta, assinada pelo Secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, o Santo Padre encorajou os participantes da Marcha pela Vida a “esforçar-se decididamente por quanto contribua para acolher a vida humana desde o seu primeiro instante, cuidando-a com respeito e ternura e promovendo-a sempre, pois a vida é o direito básico e fundamental de todo o homem e mulher”.
Ao contrário do que sucede em Espanha, onde os bispos não se deixam ver em público em manifestações desde 2005, o cardeal de Lima subiu ao estrado a falar ante a imensa multidão (como fazem nos seus países os cardeais e arcebispos nas marchas pró-vida de Estados Unidos ou Canadá) e animou a respeitar “a vida, façamos um Peru no qual haja lugar para todos". “O Peru disse sim à vida e não ao aborto”, constatou o cardeal ante a grande quantidade de assistentes.
Perigo: crivo "terapêutico"
No Peru o aborto é ilegal na prática. Há uma norma que permite o aborto "terapêutico" desde há 90 anos, mas que na realidade nunca se aplica porque não se dão nunca as circunstâncias reais.
A ministra da Saúde, Midori de Habich, anunciou na quinta-feira que o governo aprovaria antes de Junho uma “guia técnica que regula o aborto terapêutico”. Na realidade tratar-se-ia de um "crivo" para que a lei actual, muito estrita e eficaz, se converta em papel molhado.
Os grupos pró-vida no Peru tiveram consciência da necessidade de actuar e organizar-se desde 2009, quando o país legalizou a pílula do dia seguinte, uma pílula que tem efeitos abortivos (anti-implantatórios, não deixa o embrião, o novo ser humano recém-concebido, implantar-se no endométrio para continuar crescendo, causando-lhe assim a morte).
Os truques do lobby abortista
Os lobbies abortistas fazem circular que no Peru se produzem 370.000 abortos ilegais ao ano. São cifras absolutamente inventadas, como costumam fazer estes grupos.
Por exemplo, o Uruguai, que já cumpriu o seu primeiro ano de aborto legal, tem registados 6.600 abortos anuais num país bastante urbano, pequeno, bem comunicado e muito descristianizado. O Peru tem 10 vezes mais população que Uruguai: se fosse igualmente descristianizado e urbano caberia esperar uns 60.000 abortos. Mas dado que é um país muito mais conservador e religioso, e com muita população rural com más comunicações, e dado que o aborto é ilegal e socialmente muito mal visto, as cifras reais não devem chegar nem a 20.000, talvez bastantes menos. Demasiados, sem dúvida, desde uma visão pró-vida, mas não a epidemia que dizem os abortistas.
Um estudo do doutor Elard Koch de 2012 mostrava que os lobbies abortistas costumam multiplicar por 18 as cifras reais de abortos clandestinos para favorecer os seus interesses.
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