Durante três anos, ele foi organizador comunitário de serviços sociais em Chicago
Madrid, 27 de Março de 2014 (Zenit.org) Ivan de Vargas
O papa Francisco recebe hoje o presidente dos Estados 
Unidos, Barack Obama, que, no começo da década de 1980, trabalhou como 
organizador comunitário de serviços sociais em um grupo de paróquias 
católicas da área de South Side, em Chicago.
“Aqueles três anos foram a melhor educação que eu recebi. Melhor do
 que na faculdade de Direito de Harvard”, admitiu o presidente 
norte-americano, que, no livro “Os sonhos do meu pai”, dedica quase três
 terços do texto a esse período da sua vida.
Para conhecer em primeira mão o que Barack Obama viveu naquele 
período, podemos recorrer também ao discurso que o presidente em maio de
 2009 na Universidade católica de Notre Dame.
Na ocasião, Obama recordou com afecto o tempo em que esteve envolvido 
em um projecto de assistência social nos bairros pobres de Chicago, 
financiado por algumas paróquias católicas para contra-atacar os 
problemas causados pelo desemprego massivo, resultante, por sua vez, do 
fechamento e das demissões da indústria do aço do sudeste de Chicago na 
década de 1980. Participavam do projecto também voluntários protestantes e
 judeus.
Naquele “Projecto de Desenvolvimento de Comunidades de Chicago”, Obama
 encontrou pessoas acolhedoras e compreensivas. Ele viu no meio delas o 
“espectáculo das obras boas”, alimentadas por nosso Senhor, e se sentiu 
“atraído pela ideia de fazer parte da Igreja”. Ele explica que “foi 
através daquele serviço que eu fui conduzido para Cristo”.
Em suas palavras, ele faz ainda um elogio comovente ao grande cardeal
 Joseph Bernardin, então bispo de Chicago. Obama o define como um 
“farol”, amável em seu modo de persuadir e no seu esforço contínuo de 
“se aproximar das pessoas e encontrar um terreno comum”. Naquela 
experiência, diz Obama, “as palavras e as obras das pessoas com quem eu 
trabalhei nas paróquias de Chicago tocaram o meu coração e a minha 
mente”.
“Ele era idealista quando chegou, mas as ruas de Chicago o deixaram 
mais prático e realista”, comenta Jerry Kellman, um judeu convertido que
 foi o responsável por entrevistar o então jovem graduado da prestigiosa
 “Ivy League” para o trabalho organizado pelas paróquias católicas do 
sul de Chicago. Obama ganharia um salário de 10.000 dólares por ano.
A tarefa desempenhada ao longo daqueles três anos se transformaria no
 principal activo de Obama para demonstrar depois, em sua carreira 
política, a vocação ao serviço público das classes mais desfavorecidas.
O interesse do líder estadunidense pelas pessoas vitimadas pela 
desigualdade social é, sem dúvida, um ponto em comum com o primeiro papa
 que adota o nome do Pobre de Assis.
  (27 de Março de 2014) © Innovative Media Inc.
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