O Papa, em Santa Marta, recordou que Deus nunca deixou de acompanhar o caminho do homem. Caminho que tinha começado com a desobediência de Eva e termina com a atitude obediente de Maria
Roma, 25 de Março de 2014 (Zenit.org) Salvatore Cernuzio
“A salvação não se compra, não se vende, oferece-se. É
gratuita. Para entrar nesta salvação, apenas nos é pedido um coração
humilde, um coração dócil, um coração obediente. Como aquele de Maria.” O
Papa partiu daqui, do coração da Virgem Maria Mãe de Deus, para
articular sua homilia na missa de hoje em Santa Marta, Solenidade da
Anunciação.
Mas, antes de começar a falar sobre o coração "obediente" de Maria,
o Papa recordou a história da salvação, como narra as Escrituras. Uma
história, ou melhor, um "caminho " que começou com a “desobediência" de
Adão e Eva, que , cedendo às tentações do diabo, se deixaram levar pelo
“orgulho” e foram expulsos do Paraíso.
Este caminho, no entanto, termina com uma "obediência" : o sim de
Maria no anúncio do Arcanjo Gabriel . Como afirmou Santo Irineu de
Lyon: “O nó que Eva fez com a sua desobediência, foi dissolvido por
Maria com a sua obediência”. Tudo isso demonstra que o “Senhor
acompanhou a humanidade neste longo caminho. Fez dela um povo. Estava
com eles”, disse o Papa. Um caminho “no qual as maravilhas de Deus se
multiplicam”.
Mas por que “caminhava com o seu povo, com tanta ternura?”,
questionou o Papa. “Para amaciar o nosso coração”, afirmou. Deus
“explicitamente” diz: ‘Eu vou fazer do seu coração de pedra um coração
de carne’.
Deus quer “amaciar o nosso coração para receber a promessa que ele
havia feito no Paraíso”, e destacou o Santo Padre: “Através de um homem
entrou o pecado, e através de outro homem chega a salvação. E este
caminho tão longo ajudou todos nós a termos um coração mais humano, mais
próximo de Deus, não tão orgulhoso, não tão suficiente”.
Portanto, o caminho previsto por Deus para o homem é um " caminho de
restauração", marcado pela "obediência" e “docilidade à Palavra de
Deus”, afirmou o Papa. O único objectivo é a salvação, que “não se
compra, não se vende: se doa. É grátis”. “Não se compra com o sangue nem
de touros nem de cabras: não se pode comprar”. Para entrar em nós esta
salvação somente pede um “coração humilde, um coração dócil, um coração
obediente”. Como o de Maria.
E, “o modelo deste caminho de salvação é o mesmo Deus, Seu filho”, evidenciou Bergoglio, que, como afirma São Paulo: não se apegou a um direito inalienável, ser igual a Deus”. A chave é o “caminho de humildade, de humilhação” que “significa simplesmente reconhecer: “ Eu sou homem, eu sou mulher e Tu és Deus, e ir adiante, à presença de Deus”. E por isso, exortou o Papa na Solenidade da Anunciação, “vamos fazer festa: a festa deste caminho, de uma mãe para outra mãe, de um pai para outro pai”.
Se “hoje podemos abraçar o Pai”, acrescentou Bergoglio, foi “ graças
ao sangue de Seu Filho, que se tornou como um de nós, nos salva”. “Este
pai está esperando por nós todos os dias”, concluiu Francisco. “Vamos
olhar para o ícone de Eva e Adão, olhar para o ícone de Maria e Jesus,
olhar para o caminho da História com Deus que caminhava com o seu povo. E
vamos dizer: ‘Obrigado. Obrigado, Senhor, porque hoje Tu dizes a nós
que nos doaste a salvação’.”
(Trad.:MEM)
(25 de Março de 2014) © Innovative Media Inc.
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