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quarta-feira, 26 de março de 2014

Patriarca Tawadros: a primavera árabe foi um inverno

O patriarca copta ortodoxo comenta em entrevista os resultados das rebeliões que começaram em 2010

Cidade do Vaticano, 25 de Março de 2014 (Zenit.org)


Para o patriarca de Alexandria dos coptas ortodoxos, Tawadros II, a chamada “primavera árabe”, na realidade, “não foi uma primavera e nem sequer um outono. Foi um inverno”. Com esta afirmação, o patriarca rejeita qualquer leitura globalmente positiva dos resultados das rebeliões e conflitos que, a partir do final de 2010, afectaram a maioria dos países do norte da África e do Oriente Médio, incluindo o Egipto.

Em entrevista transmitida na noite do último sábado, 22 de Março, pelo canal Al-Watan, do Kuwait, o chefe da maior comunidade cristã presente em um país árabe afirmou que "a onda de levantamentos foi encorajada pelas potências ocidentais com o objectivo de dividir o mundo árabe em países menores". Tawadros II reconhece ainda que o general Abdel Fatah Al-Sisi é considerado, no âmbito popular, como “o herói da Revolução de Junho que salvou o Egipto”, por depor o presidente islamista Mohamed Morsi, e acrescenta que a candidatura de Al-Sisi às próximas eleições presidenciais tem de ser vista como um “acto de responsabilidade patriótica de primeira categoria”.

Na entrevista, o patriarca expressa opiniões negativas sobre o presidente deposto, que, em sua opinião, depois de ter sido eleito democraticamente, afirmava governar “em nome da religião” distorcendo a verdadeira imagem do Islão. Por outro lado, Tawadros rejeita a ideia de que a Igreja copta deva nomear representantes cristãos no governo, insistindo em dizer que "a eleição dos ministros precisa ser feita com base em critérios de competência, sem levar em conta as diferentes filiações religiosas ou confessionais".


Ao finalizar a entrevista, o patriarca denuncia a tendência de alguns meios de comunicação ocidentais a dramatizar as notícias sobre os episódios secundários dos ataques contra as propriedades da Igreja, tentando difundir uma “imagem distorcida” do Egipto.

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