Um missionário fala do atentado cometido contra um templo evangélico durante a celebração dominical
Roma, 25 de Março de 2014 (Zenit.org)
Um atentado perpetrado ontem no Quénia contra a igreja
evangélica de Likoni, durante a celebração de domingo, deixou um saldo
de ao menos cinco mortos e vinte feridos.
“Não sabemos quem cometeu o atentado contra a igreja evangélica,
mas o mais provável é que se trate de um grupo de fundamentalistas”,
declarou a Fides o bispo católico de Malindi e administrador apostólico
de Mombasa, dom Emanuel Barbara, que ressaltou que "esses grupos ameaçam
inclusive os imãs da região, acusados de ser ‘moderados demais’".
Barbara acrescentou que "houve também vários incidentes, ameaças e
intimidações contra líderes religiosos muçulmanos locais, na tentativa
de forçá-los a pregar uma doutrina radical”.
Um missionário que trabalha em Likoni, ao sul de Mombasa, contou à
agência de notícias MISNA sobre o ataque realizado contra a igreja
evangélica. “Pouco depois das nove da manhã, ouvimos os primeiros
disparos. Houve gritos e muita gente tentando fugir para todos os lados.
A nossa comunidade está chocada”, afirmou o padre Joseph Waithaka à
MISNA.
O atentado, cometido por homens armados, aconteceu durante o culto
dominical. As vítimas são fiéis que estavam em oração. “As últimas
informações que circularam ontem falam de cinco pessoas mortas e cerca
de vinte feridos”, complementa o interlocutor da MISNA. O centro
missionário em que ele trabalha se localiza a apenas 200 metros do alvo
do ataque.
“Esta é uma localidade pequena”, explicou o missionário, “nos
arredores de uma grande cidade, mas aqui as pessoas vivem em paz, apesar
de que, nos últimos anos, não faltam tensões por causa da polémica
intervenção militar do Quénia na Somália”.
Desde que deu início a uma intervenção militar no sul da Somália, em
outubro do 2011, o Quénia é alvo de grupos extremistas islâmicos, dos
quais o mais conhecido é o Al-Shabaab. O objectivo queniano, com a
intervenção, é apoiar o governo central de Mogadíscio diante dos
insurgentes somalis.
“Este ataque ainda não foi reivindicado, mas os indícios apontam para
o Al-Shabaab. De qualquer modo, as testemunhas afirmam que os jovens
que cometeram o massacre eram da Somália”, agrega o religioso.
Foi imediata a condenação do ato “terrorista” por parte das
instituições e das autoridades religiosas cristãs e muçulmanas. “Mais
uma vez, precisamos destacar que o Islão é uma religião de diálogo e de
tolerância”, declararam em comunicado os responsáveis pela comunidade
muçulmana, “e não tem nada a ver com esses actos de ódio contra os nossos
irmãos”.
(25 de Março de 2014) © Innovative Media Inc.
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