Pontifícia Comissão para a América Latina presta homenagem ao pontífice e reitera o seu compromisso
Roma, 19 de Março de 2014 (Zenit.org)
A Pontifícia Comissão para a América Latina realizou nesta 
terça-feira uma conferência no auditório São Pio X, a poucas quadras do 
Vaticano. Durante o evento, seu presidente, o cardeal Marc Ouellet, 
apontou as três preocupações principais do papa Francisco em seu 
primeiro ano de pontificado: os pobres, as famílias e os jovens. Foi um 
encontro para homenagear e também para reiterar ao Santo Padre o próprio
 compromisso.
O cardeal canadense focou em alguns aspectos da exortação 
apostólica Evangelii Gaudium, sublinhando a amplitude de visão do papa, 
que assombrou "e inquietou certos ambientes que o acusaram de marxismo",
 quando o pontífice considera, na verdade, que "só Cristo pode responder
 aos desafios da pobreza e da injustiça".
No tocante à família, que será nada menos que o tema central do 
próximo sínodo dos bispos, o cardeal Ouellet mostrou a sua confiança na 
"capacidade do papa de escutar, decidir e renovar". Francisco “saberá 
discernir os meios adequados para relançar a pastoral não só da família,
 mas toda a pastoral da Igreja”.
Quanto à terceira prioridade, os jovens, o cardeal assegurou que o 
Santo Padre se ambientou no mundo em que eles vivem, tal como é demonstrado pelo sucesso do perfil do papa no Twitter: ali, "a rede de 
seguidores do papa retransmite e multiplica a sua mensagem apostólica".
Além disso, declarou o cardeal, o papa se adapta à linguagem dos 
jovens, fazendo entender que Jesus não é uma ideia, um sonho ou um ídolo
 virtual, mas sim "uma pessoa real, com quem se pode viver uma amizade 
que muda a vida".
O cardeal Ouellet também ressaltou a capacidade do Santo Padre de 
combinar a ideia conciliar do povo de Deus que peregrina por este mundo 
com a imagem da Santa Mãe Igreja, hierárquica e mariana. Uma 
eclesiologia que se compromete a "servir em espírito de humildade, de 
misericórdia e de compaixão". Com as surpresas do primeiro ano de 
pontificado, o papa despertou toda a Igreja para fazer com que ela se 
levante e saia às ruas em missão.
Durante o encontro, também tomou a palavra o professor Guzmán 
Carriquiry, secretário da Pontifícia Comissão para a América Latina, que
 falou sobre o contexto específico dessa região do planeta e destacou 
que a eleição do papa Francisco interpela de maneira directa a comunidade
 do continente americano.
Como já tinha sido enfatizado pelo documento de Aparecida, o Santo 
Padre chama aos fiéis a serem "bons samaritanos", a se voltarem para os 
excluídos, para aqueles que vivem na marginalização, na escravidão, mas 
também para aqueles que são vítimas "dos ídolos do dinheiro, do poder, 
do prazer efémero", observou Carriquiry.
O professor uruguaio considera que os fiéis da América Latina são 
chamados a ser "protagonistas da caridade política" e devem trabalhar em
 parceria com todos os homens de boa vontade, "a fim de transformar as 
estruturas sociais e económicas, as actividades políticas e as leis que 
atentam contra a dignidade humana", levando sempre em consideração "o 
bem comum da sociedade".
São muitos os desafios que aguardam os cristãos da América Latina, 
enfatizou o secretário da comissão. Eles devem apontar para "uma 
revolução educativa e para um investimento em capital humano, para uma 
reconstrução do tecido social e familiar, para uma política séria de 
infraestruturas materiais, energéticas e financeiras", bem como "para um
 investimento destinado a dar valor agregado à nossa riqueza natural e 
um desenvolvimento económico com equidade e melhor distribuição da renda
 e dos benefícios".
Mas não podem ser esquecidos, entre os desafios do presente e do 
futuro, "a luta contra a pobreza, que não deve se reduzir ao 
assistencialismo, e a coexistência pacífica, que se contraponha à 
violência", em especial no caso do narcotráfico e da distribuição das 
drogas. Em essência, concluiu Guzmán Carriquiry, é necessário "um 
caminho rumo a um amadurecimento democrático maior", para se 
possibilitar "um salto qualitativo no processo de integração" entre os 
países e povos da América do Sul.
  (19 de Março de 2014) © Innovative Media Inc. 
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