Aumento dos pedidos de ajuda está a levar a organização católica a apostar em projectos que envolvam as forças vivas da região
Beja, 18 Mar 2014 (Ecclesia) – O aumento dos pedidos de ajuda,
na Diocese de Beja, está a levar a Cáritas local a procurar novas
estratégias de recolha de bens materiais e financeiros, como a campanha
‘Azeite solidário’, que envolve os produtores locais.
Em declarações concedidas à Agência ECCLESIA, a presidente do
organismo católico adianta que em 2013 recorreram aos serviços de apoio
social da Cáritas alentejana pelo menos “207 novas famílias”, perto de
600 mulheres, homens e crianças.
Teresa Chaves nota que o maior afluxo de pessoas tem estado
relacionado sobretudo com situações como a busca de ajuda “ao nível da
alimentação” e do pagamento de “rendas de casa, gás, água e luz”.
Muitas pessoas estão “desempregadas” ou têm o “salário penhorado”,
ficando assim com recursos insuficientes para fazer face a necessidades
básicas ou a compromissos financeiros assumidos.
Estão ainda identificados diversos casos de pessoas sem trabalho e que estão prestes a deixar de receber subsídio de desemprego.
Apesar dos protocolos assinados com o Estado, nomeadamente com a
Segurança Social, a Cáritas de Beja está neste momento a braços com mais
situações do que aquelas que estavam previstas.
Só no refeitório social, estão protocoladas 100 refeições diárias,
cerca de 3000 por mês, quando na realidade o número fornecido chega
sempre às 3300, 3400 refeições.
Perante este quadro, a organização católica lançou a campanha “Azeite
Solidário, uma gota de esperança”, que tem como objectivo angariar pelo
menos 3000 litros de azeite para a confecção de refeições das pessoas
mais carenciadas.
Para Teresa Chaves, o trabalho solidário da Cáritas só terá hipóteses
de êxito com a contribuição das forças vivas da região, desde as
comunidades aos empresários e produtores, pelo que é necessário
“empenhar e incentivar” todos esses recursos.
Outro projecto que vai servir de base à missão da Cáritas de Beja é a campanha
“Fazer o Bem e ter a Quem”, esta a nível nacional, que desafia as
pessoas a doarem 0,5 por cento do seu IRS para o combate à pobreza e
exclusão social.
Neste momento decorre também a semana
nacional da Cáritas, subordinada ao tema “Unidos no amor, juntos contra
a Fome”, cujos donativos recolhidos no peditório público vão ser
canalizados para as diversas delegações diocesanas.
“É inadmissível que neste século XXI ainda haja tantas pessoas com
carências alimentares e que passam fome”, sublinha Teresa Chaves, que
orienta actualmente uma equipa constituída por cerca de 80 pessoas, 50
funcionários e 30 voluntários.
A formação dos recursos humanos está a ser também uma das grandes
prioridades da Cáritas alentejana, através do projecto “Mais próximo”.
Chamar a atenção dos agentes locais, que colaboram no serviço de
proximidade às populações, para a especificidade da missão da Cáritas é
um dos principais objectivos.
“A Cáritas não é uma organização não-governamental ou uma instituição
particular de solidariedade, é um serviço da Igreja Católica que tem
como missão dar a conhecer o amor de Deus às pessoas”, que actua a este
nível “tem de conhecer a identidade” da Cáritas”, aquilo que a “move”,
conclui.
JCP
in
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