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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Um pai que vai morrer de cancro deixa um impactante vídeo para o seu bebé e chora de amor a Deus

Faleceu em Janeiro com uma serenidade assombrosa 

Nick considerava cada momento com a sua filha uma bênção de Deus.
Actualizado 27 de Fevereiro de 2014

ReL

A Nick Magnotti diagnosticaram-lhe um cancro e soube pelas dores e pelo fracasso da quimioterapia que a enfermidade acabaria ganhando a batalha.

Mas não a guerra. Porque decidiu deixar para a sua pequena Austin, apenas uma recém-nascida, diversas recordações para que a acompanhem ao longo de toda a vida que não poderá viver com ele. Entre essas recordações, um vídeo onde explica a sua situação e como vive os dias que ainda lhe restam, pelos quais dá graças a Deus porque poderá despedir-se dos seus e passar com eles em plena dedicação as suas últimas semanas.

Além do elemento emotivo e dramático da situação em si, no vídeo destaca a atitude serena de Nick, carregada além disso de religiosidade. Ele atribui a Deus a paz que sente, e escapam-se-lhe as lágrimas ao explicar o seu encontro com Ele. Como cristão, disse, não teme a morte porque espera a salvação depois dela. E oferece argumentos de porquê não tem sentido desesperar-se por (aparentemente) perder tudo no melhor momento.




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"A sociedade de hoje tem uma grande necessidade de irmãos que se estimam"

Discurso do Papa aos Bispos amigos do Movimento dos Focolares, reunidos em Castel Gandolfo para o 37º Encontro Internacional


Roma, 27 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org) Salvatore Cernuzio


Ressoa o mandamento de Cristo "Amai-vos uns aos outros, com isso todos saberão que vocês são meus discípulos sabemos que vocês são meus discípulos” no discurso do Papa Francisco, pronunciado hoje, aos bispos amigos do Movimento dos Focolares. Aos Bispos reunidos nestes dias em Castel Gandolfo para o 37º Encontro Internacional sobre o tema: "A reciprocidade do amor entre os discípulos de Cristo", o Papa dirigiu o convite para que se estimem, “embora nas diferenças de carácter, de proveniência, de idade”.

“A sociedade de hoje tem muita necessidade do testemunho de um estilo de vida onde transpareça a novidade que o Senhor Jesus nos deu (destacou Bergoglio). Este testemunho de irmãos que se estimam “dá origem ao desejo de ser envolvido na grande parábola de comunhão que é a Igreja”.

O Pontífice exortou a viver o Encontro como "uma convivência fraterna, onde se compartilham experiências espirituais e pastorais na perspectiva do carisma da unidade". Assim, é possível realizar "a reciprocidade do amor entre os discípulos de Cristo" que é "capaz de transformar a qualidade das relações interpessoais", e assim, a pessoa se sente chamada a “descobrir ou redescobrir Cristo, abrindo-se ao encontro de Cristo, vivo e operante”, e é estimulada a “sair de si para ir ao encontro dos outros, para propagar a esperança que recebeu como dom”.

Nesta perspectiva, o Papa disse que os bispos são chamados a “levar a essas reuniões o amplo respiro da Igreja, e fazer que aquilo que recebem seja para o benefício de toda a Igreja". Francisco também recordou a carta apostólica Novo millennio ineunte do Beato João Paulo II, para enfatizar aos prelados do Movimento fundado por Chiara Lubich que “fazer da Igreja a casa e a escola da comunhão” é essencial em qualquer empenho de evangelização”.

Por fim, o Papa espera que “o congresso seja uma ocasião propícia para crescer no espírito de colegialidade, e para buscar no amor recíproco um motivo de encorajamento e esperança renovada”.

(MEM)

A Santa Sé participa da Expo de Milão 2015

O tema do Pavilhão será não somente de pão e promoverá uma profunda reflexão sobre o conceito de alimento


Roma, 27 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org)


A Santa Sé participará da Expo de Milão de 2015 que terá como tema geral: "Alimentar o Planeta, Energia para a Vida". Para explicar isso, o Protocolo dessa participação foi apresentado na manhã de hoje aos jornalistas na Sala de Imprensa do Vaticano, por meio do cardeal Gianfranco Ravasi, Comissário Geral da Santa Sé para a Expo de Milão de 2015, e Giuseppe Sala, Comissário Delegado Único do Governo italiano para tal evento. Ambos foram os encarregados de assinar o Protocolo na manhã de hoje na Sala Regia do Palácio Apostólico Vaticano.

Na Exposição Universal, que será aberta no dia primeiro de maio de 2015 e terminará no 31 de outubro, participarão 140 países com seus respectivos pavilhões. Tal e como explicaram na manhã de hoje, o tema do Pavilhão da Santa Sé será: “Not by bread alone – Não somente de pão”, cujo objectivo é “evidenciar especialmente a dimensão interior, religiosa e cultural que não somente diz respeito à pessoa, mas também às suas relações em todos os níveis”.

O cardeal ressaltou durante a conferência de imprensa desta manhã que "a nutrição interior é tão necessária quanto aquela que responde às necessidades mais imediatas".

Começando com o valor universal de compartilhar e da solidariedade, até a protecção dos recursos da Terra que não se deve desperdiçar ou pilhar, o Pavilhão da Santa Sé promoverá uma profunda reflexão sobre o conceito de alimento analisado em quatro âmbitos.

"Um jardim a se preservar". Sobre a protecção da criação, com todos os seus recursos, um presente dado pelo Criador para toda a humanidade, um bem que não deve ser desperdiçado ou destruído. “Uma refeição para compartilhar". Com base na passagem evangélica da multiplicação dos pães como imagem-guia desta orientação, que enfatiza o valor universal de compartilhar e da solidariedade, expresso no cristianismo por muitas instituições que têm utilizado este mandamento do amor fraterno; "Uma alimentação que educa”. A importância da área educacional para a formação das novas gerações em uma cultura de relacionamento humano focado no que é essencial e não em um desperdício do consumidor (das coisas como das pessoas). "Um pão que faz presente a Deus no mundo”, que aborda a dimensão especificamente religiosa e cristã da Eucaristia, a mesa da Palavra e o Pão da Vida, “fonte e ápice” de toda a existência cristã.

(Trad.TS)

Ucrânia e Venezuela: da necessidade de Deus na era digital

No Facebook, Twitter e Google+ o hashtag #prayforVenezuela e #prayforUcrania tornou-se em ponto de encontro


Roma, 27 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org) Jorge Henrique Mújica


Não passou despercebido um traço aparentemente periférico que nas manifestações da Ucrânia e Venezuela acabou por ser característica importante: a dimensão cristã que tem acompanhado os acontecimentos. Com isso não nos referimos à motivações religiosas como motor das reivindicações ou das denúncias ante governos totalitários; nos referimos antes de mais nada ao aspecto religioso cristão como elemento de coesão tanto das multidões que enchem as ruas como daqueles que se juntam a elas por meio das redes sociais.

No Facebook, Twitter e Google+ o hashtag (etiqueta comum que facilita acompanhar conversas em torno de um tema específico) #prayforUcrania e #prayforVenezuela acabou por se tornar um ponto de encontro para aqueles que querem conhecer em tempo real o que está acontecendo em ambos países ou para aqueles que desejam solidarizar-se com a causa. Tanto usaram o hashtag milhões de usuários comuns como estrelas do espectáculo e do desporto: de Paulina Rubio a Juanes, passando por Paris Hilton, Ricardo Montaner, Ricky Martin, Alejandro Sanz ou Rihanna.

Obviamente, o “pray” ao qual se refere (“reza”, em espanhol) supõe pelo menos uma remota valorização da oração e, nesse sentido, está relacionado com Deus que é o destinatário final das orações. Mas o que acontece nas redes sociais não é um mero fenómeno que se reduz às fronteiras do digital.

As numerosas fotografias de sacerdotes ortodoxos e católicos entre a polícia e manifestantes, tentando oferecer a ambos atenção espiritual, foi uma constante nas manifestações da Ucrânia. Não poucas dessas fotos se transformaram em verdadeiros conteúdos virais que possibilitaram conhecer esse rosto, muitas vezes oculto, de entrega, do clero, em tantas ocasiões maltratado pela imprensa no geral. Alguns correspondentes da media internacional comentavam desde o Twitter a surpresa que era ver tantos elementos de fé nas manifestações dos cidadãos comuns (imagens da Virgem Maria nos estrados, crucifixos e ícones como bandeira que clama justiça, etc.) até chegar a dizer: “isso parece mais uma vigília de oração do que uma manifestação política”.

Na Venezuela os eventos não foram muito diferentes: jovens estudantes nas ruas carregam terços e pedem para a Igreja católica mediar o conflito entre cidadãos e governo. O assassinato e os espancamentos por soldados e policiais pró-chavistas a alguns sacerdotes tiveram como efeito a maior união do povo com a Igreja que é também atacada em seus ministros de culto.

É verdade que esses elementos também podem ser usados para interesses mesquinhos e até mesmo prostituí-los em seu sentido. Mas, mantendo-os em um plano meramente fenomenológico-sociológico não parece apressado ver em tudo isso a capacidade unificadora e de identidade que o cristianismo favorece ainda hoje, em meio a sociedades tão divididas ideologicamente. E isso leva a colocar os olhos no aspecto de transcendência que está por detrás: depois de tudo, apelar a simbologias como as referidas e amparar-se no poder da oração supõem uma perspectiva horizontal, da terra ao céu, que, em definitiva, traz consigo reconhecer a necessidade de Deus, da sua capacidade de intervenção para o bem no mundo e assim como porta de esperança... Também na era das redes sociais.

* O autor é analista da Agência de Notícias ZENIT para questões relacionadas a internet e fé, comunicação institucional e jornalismo religioso.

(Trad.TS)

A ideologia LGBT quer se tornar ditadura

Ditado em um documento do Departamento Contra a Discriminação Racial do Ministério da Igualdade de Oportunidades na Itália, as condições para limitar a liberdade de imprensa e de expressão dos jornalistas


Roma, 27 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org)


A intenção ideológica das associações LGBT está se tornando mais e mais invasiva, a ponto de querer prejudicar a liberdade de imprensa e de expressão, obrigando os jornalistas a mudar o significado das definições, dos discurso e dos argumentos.

Conforme relatado pelo site da La Manif pour Tous Itália, UNAR, o Departamento Nacional Contra as discriminações raciais do Ministério da Igualdade de Oportunidades publicou em Dezembro do ano passado um documento dirigido aos jornalistas intitulado: "Directrizes para uma informação respeitosa das pessoas lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais".

De acordo com este documento:

I: O sexo é uma característica anatómica, mas cada um escolhe ser homem ou mulher “independentemente do sexo anatómico de nascimento".

II: Diante dos "Coming out" (sair do armário, ndt) , ou seja, das pessoas que revelam suas próprias preferências sexuais, é preciso ressaltar os aspectos positivos como a coragem de quem se faz visível.

III: Considerar o termo "lésbica" um elogio.

IV: Sempre com relação ao “feminino”, se um transsexual se sente mulher o jornalista tem que transcrever ‘a trans’ e não ‘o trans’.

V: Em vez de falar de prostitutas ou prostitutos use-se melhor a expressão ‘profissionais do sexo trans’.

VI: Educar os leitores a um parecer benevolente sobre o ‘casamento homossexual’ ou sobre “outra instituição ad hoc para o reconhecimento dos direitos LGBT”. A ideia básica é inculcar que "o casamento não existe in natura, enquanto que a homossexualidade existe in natura”. E ainda “os três conceitos: tradição, natureza, procriação’ são indício de homofobia”.

VII: É proibido falar de "casamento tradicional", e, em contraste de “matrimónio gay”, traduzindo como “matrimónio entre pessoas do mesmo sexo”.

VIII: Sobre o tema da adopção é proibido argumentar que a criança "precisa de uma figura masculina e de uma feminina como condição fundamental para a integridade do equilíbrio psicológico". É proibido falar de "barriga de aluguer", expressão "pejorativa", que deve ser substituída pela mais elegante "gestação de apoio".

IX: Quando nas transmissões são tratadas estas questões, os que conduzem, não são obrigados ao contraditório porque “Não existe uma espécie de consenso pré-determinado, objectivo, além do qual se torna imprescindível o contraditório”.

X: Os fotógrafos em suas reportagens aos “Gay Pride” (orgulho gay) são convidados a evitar imagens de pessoas “reluzentes e nuas”.

Também sobre o tema do "dever de crónica” que obriga a publicar todas as declarações, mesmo aquelas “de políticos e de representantes das instituições” não totalmente de acordo, que os discursos contrários à ideologia do género sejam colocados entre aspas, sublinhados como errados, contrapostos àqueles de representantes das organizações LGBT, que serão prontamente entrevistados. Recomenda-se também uma “especial atenção no título”.

(Trad.TS)

O papa Francisco na Terra Santa: site oficial é lançado

Portal em sete idiomas oferece informações sobre a viagem de Bergoglio e dos seus antecessores e sobre as Igrejas locais que estão organizando a visita em parceria com a Santa Sé


Roma, 27 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org)


Acaba de ser lançado o site oficial da viagem apostólica do papa Francisco à Terra Santa.

O endereço do portal é http://popefrancisholyland2014.lpj.org e reunirá as informações sobre a visita do Santo Padre à Jordânia, Israel e Palestina, programada para os dias 24 a 26 de Maio.

De acordo com o Franciscan Media Center, organismo de TV e multimédia da Custódia da Terra Santa, o site foi patrocinado pela Assembleia dos Ordinários Católicos da Terra Santa. O conteúdo está disponível em sete idiomas: árabe, hebraico, italiano, inglês, espanhol, português e francês. Na capa do site, recebe destaque a fotografia do encontro histórico entre o patriarca Atenágoras e o papa Paulo VI em 1964, em Jerusalém, seguida pela imagem de Bartolomeu I com o papa Francisco, em Roma, no ano passado.

O site contém várias secções que falam sobre os motivos da viagem, sobre os cristãos na Terra Santa e sobre o 50º aniversário da visita do papa Paulo VI a Jerusalém. Há também informações sobre os outros papas na Terra Santa, sobre o ecumenismo e sobre as Igrejas locais, que criaram vários comités para organizar, em parceria com a Santa Sé, todos os detalhes da visita papal. Um dos destaques será o encontro entre o papa Francisco e Bartolomeu I no Santo Sepulcro.

De acordo com o pe. Stéphane Milovich, membro da comissão de liturgia, o papa Francisco deverá celebrar em Belém "a missa do dia de Natal", com todas as igrejas e ritos presentes.

É particularmente complexo o trabalho da comissão para as comunicações sociais, que tem a tarefa de preparar a infraestrutura necessária para acomodar os jornalistas credenciados. “Esta é uma das principais tarefas”, diz o chefe da comissão, o jesuíta David Neuhaus. Uma especial atenção será dada "à preparação dos jornalistas não crentes, para que eles possam entender o que acontece durante a visita do papa". Uma das iniciativas, neste sentido, deverá ser o lançamento um site com conteúdo informativo especialmente dedicado aos jornalistas.

Uma conversa informal com o pe. Gustavo Gutiérrez sobre a teologia da libertação

O sacerdote peruano fala dos pobres como agentes da própria libertação e aborda sociologia, marxismo, Ratzinger e João Paulo II


Roma, 27 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org) Sergio Mora


Nesta terça-feira, em Roma, durante a apresentação do livro “Povera per i poveri. La missione della Chiesa” [“Pobre e para os pobres: a missão da Igreja”], do cardeal Gherard Muller, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, ZENIT teve a oportunidade de conversar de maneira informal, juntamente com outros jornalistas, com o pe. Gustavo Gutiérrez, considerado o pai da teologia da libertação.

Gutiérrez declarou que os teólogos da libertação não foram marxistas, embora reconheça que houve gente comprometida com essa ideologia. Observou que, hoje, as ciências sociais são levadas em conta pela teologia, o que não ocorria quando eles as propuseram. Falou da “ideia de que os pobres têm que ser os agentes da sua própria libertação”. Considerou que Ratzinger, por ser teólogo, entendeu melhor que João Paulo II a sua ideia de teologia da libertação e percebeu que ele não era marxista. Considera que o seu encontro com Bento XVI em 2007 não consistiu em “limpar” a sua teologia, apesar de ter sido útil porque a colocou em um contexto apropriado, levando em consideração o “fundamento de espiritualidade muito grande” que houve nela desde o começo.

ZENIT perguntou a Gutiérrez quem desviava a teologia da libertação para a vertente marxista. O sacerdote peruano respondeu: “Não era Boff, não era Sobrino, não era Juan Luis Segundo, não era Ronaldo Muñoz, ou seja, eu diria que não eram os teólogos”. E acrescentou que “houve, é claro, gente muito comprometida antes e que tinha uma base teológica, mas não eram os que faziam teologia”.

“Muitos deles eram gente muito generosa, o que não significa que eles tivessem razão”. E completou que houve um forte factor político em alguns países: “uma dimensão política extraviada, incorrecta; sempre há gente assim”.

O pe. Gutiérrez considerou também que, nos dias de hoje, existe um clima mais favorável à abordagem das questões ligadas à teologia da libertação. “Sim, porque conhecemos melhor algumas coisas. Na teologia, as ciências sociais, antes, não apareciam nunca. Mais de quarenta anos atrás, quando nasceu a teologia da libertação, essas questões estavam presentes, não só a filosofia. Hoje os estudos bíblicos estão cheios de sociologia e ninguém fala nada, porque se acostumaram”.

“O ambiente e o contexto mudaram muito, os temas da teologia da libertação estão mais presentes”, como “a pobreza, a justiça”. Em particular, “a ideia de que os pobres mesmos têm que ser os agentes da sua própria libertação, e este foi um ponto que esteve presente desde o início na teologia da libertação”.

Se pudesse voltar quarenta anos no tempo, perguntou ZENIT, Gutiérrez faria as mesmas coisas ou mudaria algo? “Eu nunca pensei nisso, porque as coisas que você vive não dependem só de você. Acho que não faria o mesmo, porque isto significaria que o ambiente teria sido o mesmo”. E sobre o que fez, declara: “Nunca lamentei”.

Questionado por Angela Ambroggetti, da Korazyme, sobre João Paulo II e Ratzinger e para qual deles a teologia da libertação era mais problemática, o sacerdote peruano descreveu como “muito bom” o encontro que teve em Roma com Bento XVI há sete anos, em 2007, e acrescentou que “Ratzinger era mais teólogo, compreendia mais, e isso foi muito importante. Eu, honestamente, posso dizer que a compreensão dele caminhava bem porque ele sabia de que se tratava desde o início, ele sabia que não era a ideia do marxismo”.

“Ele nunca me perguntou nada sobre marxismo, porque sabia que não tem nada disso. Basta ter um pouco de cultura para saber que se você diz que existem conflitos, não é porque você é marxista, mas é porque enxerga a realidade”. O diálogo com o cardeal Ratzinger, que na época estava à frente da Congregação para a Doutrina da Fé, “era dessa categoria”.

“Com João Paulo II foi diferente. Eu só o vi uma vez na minha vida e ele foi muito brincalhão, me disse que achava que eu era mais alto e no fim botou a mão no meu ombro e disse ‘Continue, continue’. Mas eu não sei o que ele quis me dizer com isso...”.

“Com Ratzinger, o diálogo começou quando ele era cardeal. Eu tenho uma experiência positiva. Ele enviou uma carta para os meus superiores dizendo que o diálogo tinha terminado de maneira satisfatória” e esclareceu que “era um diálogo e não um processo”.

E hoje, estamos vivendo um momento particular na Igreja? Gutiérrez responde: “É um momento que temos que reconhecer que não tínhamos tido. Só os jornais tratavam desses temas, depende também de quais jornais. Mas um momento de Igreja como hoje, isso nós não tínhamos conhecido (...) Um papa que critica o pensamento único e tudo isso”.

Quando lhe comentaram que o seu trabalho foi “muito útil para que o cardeal Gherard Muller conhecesse a situação da pobreza no Peru”, mas também que Muller “ajudou a limpar a teologia da libertação”, o pe. Gutiérrez respondeu: “Limpar não, mas muito útil sim, porque ele a colocou em um contexto, porque a teologia da libertação tem um fundamento de espiritualidade muito grande, desde o começo”. E acrescentou: “Devo isso ao teólogo Dominique Chenot. Isso eu recebi na minha formação inicial e me marcou muito. Porque eu estou convencido de que a teologia nasce na vida diária da Igreja”.

Gutiérrez contou que mantém contacto epistolar e pessoal com outros padres da teologia da libertação e que eles abraçaram temas diversos: Leonardo Boff, por exemplo, entrou de cheio na questão da ecologia, a ponto de Gutiérrez considerar que nem é preciso que ele próprio entre nesse tema também.

Homilia do papa Francisco na Casa Santa Marta: A incoerência do cristão faz muito mal

O Santo Padre afirma que o cristão deve pensar, sentir e agir como cristão


Cidade do Vaticano, 27 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org)


O cristão incoerente causa escândalo e o escândalo mata: esta foi a reflexão proposta pelo papa na homilia desta quinta-feira.

Francisco baseou a homilia no sacramento da confirmação, que ele administrou durante a missa. Quem é crismado, afirmou ele, manifesta o desejo de ser cristão. Ser cristão significa dar testemunho de Jesus Cristo: o cristão é uma pessoa que "pensa como cristão, sente como cristão e age como cristão. E esta é a coerência de vida de um cristão". Francisco observou que podemos dizer que temos fé, "mas, se falta uma dessas coisas, não somos cristãos, há algo que não está certo, há uma incoerência". E os cristãos "que habitualmente vivem na incoerência fazem muito mal".

Francisco explicou: "Escutamos o apóstolo São Tiago, que fala para alguns incoerentes que se consideram cristãos, mas que se aproveitam dos seus trabalhadores, e ele diz assim: ‘O salário dos trabalhadores que colheram em vossas terras e que vós não pagastes grita, e seus protestos chegaram aos ouvidos do Senhor Omnipotente’. Se você ouve isto, pode pensar: ‘Mas isso foi dito por um comunista!’. Não, não, que disse isso foi o apóstolo Tiago! É palavra do Senhor. E ele está falando da incoerência. Quando não há coerência cristã e se vive com essa incoerência, é um escândalo. Os cristãos que não são coerentes dão escândalo".

O papa afirmou ainda que Jesus fala com força sobre o escândalo: “Quem escandaliza um só destes pequenos que crêem em mim, um só destes irmãos e irmãs que têm fé, mais lhe valeria que lhe pendurassem ao pescoço uma pedra de moinho e o lançassem no fundo do mar”. Um cristão incoerente faz muito mal e o escândalo mata, advertiu o pontífice. "Muitas vezes, escutamos as pessoas dizerem: ‘Padre, eu acredito em Deus, mas não na Igreja, porque vocês, cristãos, dizem uma coisa e fazem outra’. E também escutamos: ‘Eu acredito em Deus, mas em vocês não’. E isto acontece por causa da incoerência”, disse Francisco.

O papa prosseguiu: “Se você está diante de um ateu e ele diz que não acredita em Deus, você pode ler para ele toda a biblioteca que diz que Deus existe e provar que Deus existe, e ele não terá fé. Mas se, diante desse ateu, você der testemunho de coerência de vida cristã, alguma coisa vai começar a trabalhar no coração dele. Vai ser precisamente o seu testemunho o que vai provocar essa inquietação, e o Espírito Santo vai trabalhar nela. É uma graça que todos nós, toda a Igreja tem que pedir: 'Senhor, que sejamos coerentes'".

É necessário rezar, conclui o papa, "porque para viver na coerência cristã é necessária a oração, porque a coerência cristã é um dom de Deus e precisamos pedi-lo: Senhor, que eu seja coerente! Senhor, que eu não escandalize nunca, que eu pense como cristão, que eu sinta como cristão, que eu aja como cristão".

Ao terminar, Francisco pediu que, quando cairmos por causa da nossa fraqueza, peçamos perdão: "Todos somos pecadores, todos, mas todos nós temos a capacidade de pedir perdão. E Ele não se cansa nunca de perdoar! Ter a humildade de pedir perdão: 'Senhor, eu não fui coerente aqui. Perdão'. Seguir em frente na vida com a coerência cristã, com o testemunho de quem crê em Jesus Cristo, de quem sabe que é pecador, mas tem a valentia de pedir perdão quando erra, e de quem tem muito medo de escandalizar. Que nosso Senhor conceda esta graça a todos nós".

Papa encontra importante grupo inter-religioso argentino

15 judeus, 15 muçulmanos e 15 católicos concluem em Roma peregrinação à Jordânia, Israel e Palestina


Roma, 27 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org)


Um importante grupo inter-religioso da Argentina, incluindo 15 judeus, 15 muçulmanos e 15 católicos, que retornava de uma peregrinação à Terra Santa, encontrou o Papa Francisco hoje à tarde, na casa Santa Marta.

O grupo contou ao Santo Padre sobre a peregrinação aos territórios Palestinianos, Israel e Jordânia, ou seja, os mesmos lugares que Francisco visitará. O grupo se encontrou com personalidades políticas e religiosas e visitou os locais sagrados das três religiões.

Conforme nota da Sala de Imprensa da Santa Sé, muitos membros do grupo, que inclui vários rabinos, imã e sacerdotes, já conheciam o cardeal Bergoglio, Arcebispo de Buenos Aires, e haviam empenhado esforços conjuntos, muitas vezes, em acções sociais ou de caridade para pessoas e grupos em situações difíceis, bem como no diálogo inter-religioso.

Entre as razões desta iniciativa comum está a amizade e a proximidade espiritual do Papa, de modo que, a conclusão da peregrinação se deu em Roma. O grupo se encontrou com o Santo Padre para augura-lo o melhor para o seu ministério de paz e de diálogo e para sua próxima peregrinação à Terra Santa.

O encontro que durou cerca de uma hora foi caracterizado por uma grande cordialidade (cita a nota). O encontro contou com a presença dos Cardeais Kurt Koch, presidente da Comissão para as Relações com o Hebraísmo, e Jean-Louis Tauran, presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso.

(MEM)

Dois comunicadores na Índia e no Líbano recebem o Prémio SIGNIS pela Obra da Vida

Congresso Mundial SIGNIS 2014 se encerra nesta quinta-feira em Roma


Roma, 27 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org)


O irmão Gaston Roberge, SJ, pioneiro da “educomunicação” na Índia, e dom Roland Abou Jaoudé, fundador do Centro de Informação Católica no Líbano, são os ganhadores do Prêmio SIGNIS pela Obra da Vida. A premiação acontece durante o Congresso Mundial SIGNIS 2014, em Roma. Os prémios SIGNIS pela Obra da Vida homenageiam os membros da SIGNIS que fizeram contribuições destacáveis no campo das comunicações católicas.

O site do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais informa que os prémios serão entregues na cerimónia de encerramento do Congresso Mundial da SIGNIS, em Roma, nesta quinta-feira, 27 de Fevereiro, às 19h30.

Nascido em Montreal em 1935, o irmão Gaston Roberge, SJ, chegou à Índia como missionário jesuíta em 1960. Em 1973, fundou o Centro de Comunicação Chitrabani em Calcutá. Criado com o apoio de Satyajit Ray, o centro manteve a única biblioteca de cinema independente da metrópole indiana. Roberge foi o primeiro apresentador do programa RVA Bengali, em 1980. Doze anos depois, lançou “Chetana” (“Conscientizar-se”), um programa de rádio voltado à educação para adultos, como foco nas mulheres. Publicou livros sobre comunicação, cinema, desenvolvimento humano e espiritualidade. Seu livro “Communication, Cinema, Development” (“Comunicação, Cinema, Desenvolvimento”) recebeu um prémio nacional no 46° Festival Nacional de Cinema da Índia, em 1999, como melhor livro sobre cinema. Roberge é o membro veterano do Departamento de Vídeo e Comunicação de Massa no Colégio São Xavier, em Calcutá. É um dos pioneiros da Academia de Cinema da Índia.

Já o patriarca maronita dom Roland Abou Jaoudé, vigário patriarcal, trabalha desde a sua eleição, em 1977, à frente da Comissão Episcopal de Meios de Comunicação Social do Líbano, fundada pela Assembleia de Patriarcas e Bispos Católicos do Líbano. Em 1978, ele criou um centro de informação eclesiástica que favoreceu a convivência entre muçulmanos e cristãos, prestando serviços a todos os meios de comunicação. Participou activamente do lançamento da rádio Voix de la Charité e da fundação da rede televisiva Télé-Lumière, cujo conselho administrativo ele preside desde 2001. Entre 1976 e 1999, dom Abou Jaoudé foi nomeado muitas vezes como membro do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais e participou da preparação do projecto Aetatis Novae. Além disso, ele se consagrou durante mais de trinta anos à educação religiosa, às actividades culturais e à consolidação dos laços entre as comunidades nacionais e entre os libaneses residentes no exterior. Trabalhou ainda na consolidação de um diálogo construtivo entre o Oriente e o Ocidente e no favorecimento da cultura do diálogo com o mundo árabe.

Museu da Assembleia da República | Peça do Mês | Fevereiro 2014


Informação do Núcleo Distrital de Beja da EAPN Portugal/Rede Europeia Anti-Pobreza 24-2014








 

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

«Os católicos são firmes na sua fé»: isso atraiu o jovem hindu Chhetri a baptizar-se no Nepal

Uma minoria que cresce num país hindu aos 80% 

Catedral da Assunção em Katmandu - há que tirar os sapatos
e sentar-se nos coxins
Actualizado 26 de Fevereiro de 2014

ReL / AsiaNews

Siddhanta Chhetri, de 25 anos, é estudante universitário no Nepal que este passado 23 de Fevereiro recebeu a sua primeira comunhão na catedral da Assunção em Katmandu.

Convertido ao catolicismo desde uma origem hindu, o jovem declara à AsiaNews que ir à igreja ajuda-o a superar os seus problemas, e que boa parte dos jovens no Nepal vivem um hinduísmo feito de práticas vazias, que no enchem de verdade.

"Vejo milhares de jovens nepaleses, sobretudo de religião hinduísta, que vivem uma espiritualidade árida e estão confundidos", explica Chhetri.

"Falta-lhes um verdadeiro guia. Também eu tinha dúvidas sobre a minha vida e a minha carreira. Quando comecei a frequentar de modo regular a igreja, a falar com os sacerdotes e outros jovens católicos, fui encontrando o meu caminho".

A experiência pessoal de Chhetri é que o hinduísmo consiste em boa parte em práticas de mera tradição, ou inclusive superstição, que levam a um deserto espiritual muitos jovens.

"Isto levou muitos rapazes a cair na criminalidade ou ao abuso de drogas. O que eu aprendi da Igreja é que a espiritualidade é um grande instrumento para melhorar. Os católicos são pessoas satisfeitas porque são sólidos na fé em Jesus Cristo e vivem segundo a Palavra de Deus", explica o jovem.

Chhatri cumpriu o seu caminho de catecúmeno na catedral da Assunção. "Neste momento (comenta à AsiaNews Bhim Rai, um catequista) estamos preparando mais de 20 pessoas".

O p. Richard Rai, um sacerdote da catedral, explica: "Nós servimos a qualquer que necessite de nós. As pessoas vêm ver-nos para um conselho, e nós os escutamos e assistimos segundo o nosso sentir. E muitos, católicos e não católicos, visitam a nossa igreja. Muitos aprendem a viver em Cristo"

Uma Igreja que nasce do zero
Nepal, encaixado no Himalaia, entre o colosso chinês e o gigante indiano, conta com 30 milhões de habitantes, 80% são de religião hindu e 11 % budistas. Os cristãos são una ínfima minoria.

Considera-se que em 1960 não viviam no país nem dez cristãos. Ainda que tenham chegado missionários católicos portugueses já no século XVII, sempre foi difícil criar missões. De 1810 a 1950, enquanto o cristianismo se estendia na Índia e África, por exemplo, não houve no Nepal nem um clérigo cristão, nem um missionário estrangeiro.

Hoje, contam com o seu próprio bispo, nativo nepalês, o Vigário Apostólico Antony Francis Sharma, que lidera as comunidades católicas: 8 paróquias e 36 igrejas não paroquiais. Este Natal as festas foram as terceiras celebradas publicamente: a Monarquia nepalesa, que caiu em 2006, restringia muitíssimo a liberdade religiosa e os sinais públicos cristãos.

“Ainda que eu seja hindu, gosta da festa de Natal. Muitos dos meus amigos são cristãos e agora converteu-se numa tradição para nós intercambiar bons desejos e presentes. E a noite de Natal, enchendo velas e oro pela paz”, comentava à agência AsiaNews, Niru Chanda, uma jovem indiana de 19 anos.

Nestes anos desde que caiu a monarquia, os católicos passaram de ser uns 4.000 a mais de 10.000. Mantém mais de 20 escolas e oferecem instrução a dezenas de milhares de refugiados chegados de Butão, de cultura budista.

O que cresce com grande velocidade são as comunidades protestantes, sobretudo pentecostais, que são mais ágeis (e às vezes mais superficiais) no seu trabalho missionário. Há quem fala de um total de 1 ou 2 milhões de cristãos já no país.


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É luterano (quase católico) e assusta os puritanos com textos de João Paulo II sobre o sexo por prazer







Francisco, o líder mundial com maior impacto nas redes sociais

O Papa, rei das redes sociais
O Papa supera quatro vezes Obama em retweets

Alcança os 12 milhões de seguidores em só 13 meses

Redacção, 25 de Fevereiro de 2014 às 17:16

O Papa Francisco superou o presidente dos USA., Barack Obama, no impacto no Twitter, onde é retweet 4 vezes mais que o presidente. Assim, conseguiu converter-se no líder mundial nas redes sociais, segundo um estudo apresentado no Mobile World Congress.

"O Papa tem de servir a todos, especialmente, os mais pobres, os mais débeis, os mais pequenos" é o tweet emitido pelo pontífice argentino que supôs mais retweets na rede com 30.608, sem ter em conta a sua mensagem inicial em Janeiro de 2013, remarca o trabalho elaborado por Aleteia e AdEthic e 3rdPlace, e introduzido pelo cardeal arcebispo de Barcelona, Lluís Martínez Sistach.

Cada publicação na citada rede que emite o Papa gera uma média de 6.637 retweets, em relação aos 2.309 de Obama em cada mensagem, o que situa o Pontífice em "líder mundial nas redes sociais", à frente de Barack Obama, o Dalai Lama ou a presidente argentina Cristina Kirchner, assinalou o co-fundador de 3rdPlace, Claudio Zamboni.

O estudo toma em consideração que o Papa conta com 12 milhões de seguidores (nos 13 meses de conta oficial e somando as suas contas em diferentes idiomas), enquanto Obama supera os 40,9 milhões (nos seus 72 meses de mandato) com uma frequência de publicações de 7,76 tweets diários, em relação aos 0,79 de Francisco.

No período de tempo que analisa o relatório, as 49 milhões de menções acumuladas por Jorge Bergoglio só foram superadas pelo grupo musical One Direction e o cantor Justin Bieber, o que o situa como a terceira figura mais popular da Internet em 2013, segundo o trabalho.

Debaixo o título 'Internet ama o Papa Francisco', o estudo cruza dados entre Março e Novembro de 2013 e põe de manifesto o "grande seguimento do Papa Francisco o potencial da mensagem social e ética na rede", remarcou Sistach, pioneiro no mundo na introdução da realidade aumentada. 


CHAVES DO FENÓMENO

O presidente e director de Aleteia, Jesús Colina, destacou que "um dos factores originais deste Papa é que toca os temas da vida quotidiana das pessoas e, desde ali, toca todos os âmbitos, com questões de sociedade, política e ética, que são os que mais repercussão tem na rede".

Colina significou que a resposta de Francisco sobre a homossexualidade, em que assinalou que ele não era ninguém para julgar estas pessoas, conseguiu "um impacto fora do âmbito religioso, porque surpreendeu num momento em que a Igreja estava encerrada" numa linguagem difícil de compreender e este Papa foi capaz de interpelar as pessoas, disse.

EMPATIA COM O PÚBLICO

Colina remarcou que isso põe de manifesto que a tecnologia em si não basta, que necessita de uma mensagem, e sublinhou que um dos motivos pelos quais Francisco tem impacto é pelo facto de que não se dedica a retransmitir o que disse antes numa homilia, mas sim que "toca o coração" e empatiza com as pessoas.

Um dos desafios pendentes de Jorge Bergoglio, a quem os directores do estudo aconselharam que se faça Facebook, é agora a interactividade, pelo grande número de respostas e mensagens directas que recebe o Pontífice, que não tem telemóvel mas que se nega a que lhe escrevam as mensagens, que ele constrói pessoalmente.

O estudo apresentou-o este meio-dia o cardeal arcebispo de Barcelona, Lluis Martínez Sistach, convencido que a missão evangelizadora da Igreja já não é possível à margem das redes sociais. «Internet facilita a difusão e é um ponto de encontro. A dificuldade é passar das ruas digitais ao encontro interpessoal, como reconheceu o próprio Papa Francisco», explicou o cardeal, ufano também ao recordar como a sua Arquidiocese «foi pioneira no uso das redes sociais». (RD/Ep/Agencias)




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Bento XVI: A minha renúncia é válida; fazer especulações é absurdo

O papa emérito responde por carta ao jornalista Andrea Tornielli sobre supostas conspirações


Roma, 26 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org)


"Não existe a menor dúvida sobre a validade da minha renúncia ao ministério petrino (...) As especulações são simplesmente absurdas". O papa emérito Bento XVI escreveu ao vaticanista Andrea Tornielli, do jornal italiano La Stampa, e respondeu a algumas perguntas que o jornalista tinha lhe encaminhado.

Tornielli explica, em reportagem publicada hoje, que Joseph Ratzinger não se viu obrigado a renunciar e não cedeu a pressões nem a conspirações: a renúncia é válida e a Igreja não tem hoje nenhuma "diarquia", nenhum governo duplo. Existe apenas um papa reinante, em pleno uso das suas funções: Francisco. E um papa emérito, que tem como "único e último objectivo" rezar pelo seu sucessor.


Bento XVI negou as interpretações paralelas sobre a sua renúncia, que vários jornais e sites lançaram por ocasião do primeiro aniversário da decisão histórica. O papa emérito respondeu pessoalmente a uma carta com perguntas feitas pelo jornalista italiano, depois de ler comentários na imprensa local e internacional sobre a sua renúncia ao papado. Tornielli explica: "De forma sintética, mas muito precisa, Ratzinger respondeu e desmentiu os supostos contextos secretos da renúncia, além de nos convidar a não atribuir significados impróprios a algumas decisões que ele tomou, como a de manter o hábito branco mesmo depois de deixar o ministério de bispo de Roma".


Dias depois do anúncio da renúncia, o pontífice alemão indicou que manteria o nome de Bento XVI, que, aliás, é assinado no final da carta enviada ao jornalista, e que passaria a ser chamado de "papa emérito", título que também aparece na mesma carta. Além disso, ele continuaria vestindo o hábito branco, mais simples que o do pontífice reinante por não ter a faixa nem a chamada "peregrina".


Em sua última audiência como papa reinante, Bento XVI explicou que, "nos últimos meses, tenho notado que as minhas forças vêm diminuindo e pedi a Deus com insistência, na oração, que me iluminasse com a sua luz para tomar a decisão mais adequada, não para o meu próprio bem, mas para o bem da Igreja. Dei este passo com plena consciência da sua importância e também da sua novidade, mas com uma profunda serenidade de espírito. Amar a Igreja significa também ter a coragem de tomar decisões difíceis, sofridas, mantendo sempre em mente o bem da Igreja e não o próprio".
 Bento XVI acrescentou que o seu retiro, "escondido do mundo", não significava "um retorno ao privado": "A minha decisão de renunciar ao exercício activo do ministério não o revoca. Não volto à vida privada, a uma vida de viagens, encontros, recepções, conferências, etc. Não abandono a cruz, mas permaneço, de maneira nova, junto ao Senhor Crucificado. Já não tenho a potestade do ofício para o governo da Igreja, mas no serviço da oração permaneço, por assim dizer, no recinto de São Pedro".

Andrea Tornielli explica que estas palavras sobre a sua vontade de permanecer "no recinto de São Pedro" foram as que provocaram as especulações de que a renúncia não tinha sido livre nem, portanto, válida; como se Ratzinger estivesse se reservando um papel de "papa nas sombras". Nada mais distante da sua sensibilidade.

Durante as últimas semanas, diz o vaticanista de La Stampa, ao se aproximar o primeiro aniversário da renúncia, houve quem fosse longe o bastante para aventar a invalidade da renúncia de Bento XVI, e, por consequência, um papel ainda activo e institucional de Ratzinger ao lado do papa Francisco.


O jornalista decidiu então escrever ao papa emérito em 16 de Fevereiro e fazer directamente a ele algumas perguntas específicas sobre tais interpretações. Dois dias depois, chegou a resposta. “Não existe a menor dúvida”, escreve Ratzinger na carta, “sobre a validade da minha renúncia ao ministério petrino. A única condição da validade é a plena liberdade da decisão. As especulações sobre a invalidade da renúncia são simplesmente absurdas”.

A reportagem recorda ainda que a possibilidade de renunciar tinha rondado a mente de Bento XVI muito tempo antes, como as pessoas mais próximas dele sabiam.

Apesar de todas as especulações sobre a decisão histórica de 11 de Fevereiro de 2013, o próprio Bento XVI explicou, no livro-entrevista com Peter Seewald, que não abandonava a barca durante a tempestade.

Na carta enviada ao jornal italiano, o papa emérito respondeu também sobre o significado da veste branca e do nome papal. "Manter o hábito branco e o nome Bento XVI é uma coisa simplesmente prática. No momento da renúncia, não havia outras vestes à disposição. Além disso, uso o hábito branco de forma claramente diferente do papa. Sobre isto também há especulações sem o mínimo fundamento".


Há poucas semanas, o teólogo suíço Hans Küng citou algumas palavras sobre Francisco que Bento XVI lhe escreveu em uma carta. As palavras, mais uma vez, não deixam espaço para interpretações: "Eu sou grato por estar unido ao papa Francisco através de uma grande identidade de visão e de uma amizade de coração. Hoje, vejo como minha única e última tarefa apoiar o seu pontificado na oração". A este respeito, houve quem pusesse em dúvida a autenticidade da citação. O jornalista de La Stampa pediu que o próprio papa emérito confirmasse o que tinha escrito: "O professor Küng citou literal e correctamente as palavras da minha carta dirigida a ele", declarou Bento XVI. Antes de terminar, o papa emérito escreve que espera de “ter respondido de maneira clara e suficiente” às perguntas apresentadas.

O papa Francisco, na audiência, pede paz, diálogo sincero e perdão recíproco na Venezuela

Além do apelo pelo fim da violência, o Santo Padre explica na catequese o sacramento da unção dos enfermos


Roma, 26 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org) Rocio Lancho García


O Santo Padre acompanha com particular preocupação o que está acontecendo na Venezuela. Ele mesmo fez esta declaração na manhã de hoje, durante a audiência geral das quartas-feiras, e desejou “vivamente que acabem o quanto antes as violências e as hostilidades e que todo o povo venezuelano, começando pelos responsáveis políticos e institucionais, trabalhe para favorecer a reconciliação através do perdão recíproco e de um diálogo sincero, respeitoso da verdade e da justiça, capaz de abordar temas concretos pelo bem comum".

Francisco assegurou a sua “constante oração, em particular pelos que perderam a vida nos confrontos e pelas suas famílias”, e convidou todos os crentes a “elevar suas súplicas a Deus, pela materna intercessão de Nossa Senhora de Coromoto, a fim de que o país encontre rapidamente a paz e a concórdia”.

Ao entrar na Praça de São Pedro, Francisco abençoou e beijou as crianças durante o percurso feito a bordo do papamóvel aberto, antes de começar a catequese. O percurso já é habitual, mas hoje houve uma peculiaridade: muitas das crianças estavam fantasiadas, devido à proximidade das festas de Carnaval. Havia até um “pequeno papa”, um “pequeno guarda suíço” e um “pequeno dragão”: Francisco saudou todos eles. As previsões meteorológicas anunciavam chuva, mas os fiéis e peregrinos "valentes", como Francisco os chamou, encheram a praça visivelmente mais do que nas últimas semanas.

O papa continuou as catequeses sobre os sacramentos. Hoje ele reflectiu sobre a unção dos enfermos. No resumo final, Francisco declarou:

“Na catequese de hoje, falei da unção dos enfermos, que é o sacramento da compaixão de Deus pelo sofrimento do homem. A parábola do bom samaritano manifesta o mistério que celebramos neste sacramento: Jesus se aproxima de quem sofre e o conforta com o óleo da consolação e com o vinho da esperança. Depois, Ele o leva até a pousada, que representa a Igreja, à qual Cristo confia o enfermo. Jesus ensinou os discípulos a terem a mesma predilecção pelos enfermos e pelos necessitados e lhes confiou a tarefa de cuidar deles em seu nome por meio deste sacramento”.

“A unção dos enfermos nos ajuda a ampliar o nosso olhar diante da doença e a saber que não estamos sozinhos, que o sacerdote e a comunidade cristã apoiam o doente e aquele que sofre. Por isso, é importante chamar sempre o sacerdote quando há um doente; não é preciso que a doença seja grave, que ele esteja agonizando; chamem o sacerdote antes, para que o sacramento o fortaleça, para que nosso Senhor o ajude a suportar a enfermidade, para lhe dar alívio e reconfortá-lo. É uma consolação muito grande a presença de Cristo na enfermidade. Cristo pega a nossa mão e nos lembra que pertencemos a Ele e que nada pode nos separar dele".

A seguir, o papa saudou os peregrinos, em particular um grupo deles: “Saúdo de maneira especial o corpo de bombeiros que veio hoje até aqui. Obrigado. Convido todos a valorizar a paz e o ânimo que Cristo nos comunica no sacramento da unção dos enfermos, para enfrentarmos o sofrimento de maneira cristã. Muito obrigado".

Ao terminar as saudações e o resumo da catequese nos diversos idiomas, o Santo Padre dedicou um gesto de atenção que já se tornou tradicional a três grupos específicos: os jovens, os doentes e os recém-casados. Francisco recordou que amanhã celebraremos “a memória de São Gabriel da Mãe Dolorosa: que o seu exemplo os ajude, queridos jovens, a ser entusiastas discípulos de Jesus; encoraje vocês, queridos enfermos, a oferecer os seus sofrimentos em união aos de Cristo; e anime os queridos recém-casados a fazer do Evangelho a regra fundamental da vida conjugal”.

"A visita do Papa a Belém é um reconhecimento do Estado palestino"

Zenit entrevista Pe. Rifaat Bader, um dos organizadores da eminente visita de Francisco à Terra Santa


Roma, 26 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org) Robert Cheaib


De 24 a 26 de 2014, o Papa Francisco visitará a Terra Santa por ocasião do 50º aniversário da histórica visita do Papa Paulo VI. A visita ocorre em um contexto geopolítico complicado, com a crise da Síria, que entra no seu terceiro ano consecutivo, trazendo forte impacto sobre os países vizinhos, sobretudo, no que diz respeito à questão dos refugiados e a segurança. Sobre todos estes temas ZENIT conversou com Pe. Rifaat Bader, um dos organizadores da visita do Papa, sacerdote jordano do Patriarcado Latino, fundador e director do Abouna e do Centro Católico para Estudos e Informações na Jordânia. Na entrevista, Pe. Bader também falou sobre a situação dos refugiados na Jordânia e a expectativa pela visita do Papa.

Quantos são os refugiados sírios na Jordânia?
Pe. Bader: Cerca de um milhão. Há três campos, o mais importante é A-Za'tari. Neste campo estão cerca de 250 000 refugiados, os outros estão espalhados em todos os países.

Estes refugiados recebem o necessário para sobreviver? Eles têm o direito de trabalhar na Jordânia?
Pe. Bader: Quem é registado como refugiado não pode trabalhar. O mesmo problema viveram e ainda vivem os refugiados iraquianos, cujo número é cerca de meio milhão.

Como eles vivem, então?
Pe. Bader: As organizações de caridade oferecerem uma grande contribuição, juntamente com o trabalho realizado pela Organização das Nações Unidas. A Caritas também fornece ajuda. Todos os dias cerca de 100 000 refugiados recebem ajuda, sem distinção de religião ou raça. O trabalho de caridade cristã não é exclusivista. E aqui gostaria de enfatizar uma questão crucial: o trabalho de caridade não deve ser um disfarce para o proselitismo. Digo isso porque, infelizmente, existem realidades que prestam serviços humanitários e, em seguida, propõem uma agenda proselitista. Este é um erro porque captura o homem em um momento de grande fragilidade e tira proveito de sua fome e sede para manipular sua sensibilidade religiosa. É uma falta de respeito para com a dignidade da pessoa humana.

Quantos cristãos entre os refugiados?
Pe. Bader: Cerca de 17 mil são refugiados cristãos sírios na Jordânia, que chegaram depois da crise síria. As razões da chegada deles na Jordânia são diferentes. Muitos deles vêm até nós apenas temporariamente, à espera de vistos para emigrar para o Ocidente. Este fenómeno é motivo de grande dor para eles, porque eles experimentam dois êxodos difíceis. Mas também para o Oriente Médio em geral, porque é esvaziado de seus filhos cristãos.

Neste contexto, qual é a importância da visita do Papa?
Pe. Bader: O momento da visita do Papa é marcado pelo 50 º aniversário da histórica visita do Papa Paulo VI. Para a ocasião, estamos preparando um livro comemorativo da viagem, apresentando o contexto histórico das relações entre a Santa Sé e a Jordânia de um lado, e com a Palestina do outro. O volume contém contribuições valiosas incluindo a do presidente palestino, Mahmoud Abbas, do rei da Jordânia, Abdullah II, e uma palavra especial do Cardeal Paul Poupard, que nos contou a sua experiência pessoal vivida na viagem do Papa Paulo VI.

Como acontecerá a visita do Papa?
Pe. Bader: Papa Francisco vem para comemorar esta visita e fomentar as relações diplomáticas com três estados. Ele vai de helicóptero da Jordânia para Belém, apoiado pelo Estado Palestino. Poucos líderes reconhecem o estatuto independente da Palestina. Com esta visita, o Papa vai expressar a posição da Santa Sé, que reconhece a Palestina e apoia. Como jordanos estamos muito feliz, ainda que, desejosos por uma estadia mais longa do Santo Padre.

Qual será o lema da visita?
Pe. Bader: A visita será um grito de paz. Fomos convidados a apresentar nossas propostas para o logotipo e o lema. Eu acho que vai ser "Alegria e esperança". O lema da visita do Papa Bento XVI ao Líbano foi: "Eu lhe dou a minha paz ", e de sua visita à Terra Santa foi: " Bem-aventurados os pacificadores". Desta vez, também para comemorar a Gaudium et Spes, propusemos: "Alegria e esperança".

O interlocutor do desejo de paz agora não é um estado. Estamos diante de uma ideologia bastante destrutiva e fechada. Que esperança (humana) poderá despertar a visita do Papa?
Pe. Bader: Não temos um interlocutor concreto. Os chefes são tantos e as ideologias ainda mais. No entanto, eu não vejo que a guerra actual é uma guerra contra os cristãos, é mais uma guerra do terrorismo contra os cristãos e os muçulmanos de modo idêntico. E é uma oportunidade para nós, como cristãos árabes, de mostrar nosso apoio ao diálogo e à amizade entre muçulmanos e cristãos. Temos de ser uma frente única contra o terrorismo e o fundamentalismo, contra a inserção forçada da religião nas lutas políticas. Gostaria também de dizer que a declaração de uma nação religiosa hebraica não é um passo oportuno. O único estado de natureza religiosa e carácter totalmente pacífico é a Cidade do Vaticano. Se tivessem que existir nações religiosas (e isso é algo que não esperamos) deveriam ser de natureza pacífica similar. A génese de um Estado religioso hebraico seria o álibi para que os islâmicos formassem estados religiosos islâmicos, o que tornaria tudo ainda mais complicado. Desejamos estados democráticos constituídos sobre o direito do cidadão e da igualdade de direitos e deveres. Há dois dias, a Palestina decidiu eliminar a “identificação” de religião da carteira de identidade. Eu acho que este é um grande passo avante. Não devemos tratar as pessoas por suas crenças religiosas, mas como ser humano. Nossa esperança é que a visita do Papa seja uma contribuição nesse sentido da igualdade e coexistência pacífica.

(Trad.:MEM)