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sábado, 22 de novembro de 2014

São Gelásio I

Sua piedade, caridade e vigor apostólico se reflectiram em um fecundo pontificado.


Horizonte, 21 de Novembro de 2014 (Zenit.org) Fabiano Farias de Medeiros


Gelásio foi um dos Papas de nossa história, precedido por Félix II e sucedido por Anastácio II. A hagiografia não nos apresenta muitos dados sobre sua vida antes do papado, mas sabe-se que era filho de um humilde ferreiro e que na simplicidade de uma vida austera foi desenvolvendo as virtudes de um grande homem de Deus. Segundo o “Liber Pontificalis” ele era de origem africana muito embora a tradição considere Roma seu local de nascimento. Cresceu sob o pontificado de Félix III do qual era conselheiro e muito requisitado para a elaboração de documentos eclesiásticos. Com sua morte, Gelásio veio a sucedê-lo sendo eleito no dia 01 de Março de 492.

Gelásio abraçou com esmero a missão de conduzir e defender a Igreja. Muitos conflitos remanescentes do pontificado de Félix III assolaram seu pontificado, mas com grande firmeza os enfrentou. Dentre eles as ameaças do Imperador Anastácio, Patriarca de Constantinopla que reivindicava o poder por ser imperador. A este Gelásio escreveu a bula “Duo sunt” a qual explicava as competências do poder espiritual e temporal e a função do Papa e do Imperador. Nela ele escrevia: "Há dois poderes através dos quais se governa o mundo: a autoridade sagrada dos Pontífices e o poder real. Destes dois, é mais grave o peso dos sacerdotes, pois estes deverão prestar contas na ocasião do julgamento divino, inclusive pelos próprios reis da humanidade”.

Travou ainda vigoroso combate contra as heresias do pelagianismo, maniqueísmo e arianismo e condenou e suprimiu a festa pagã chamada “Lupercalia”. Gelásio a substituiu por uma festa em honra à Virgem Maria e posteriormente substituiu pela dedicação ao dia de São Valentim. Promoveu uma reforma litúrgica na qual incluiu o Kyrie Eleison na celebração e no sínodo de 494 que ele convocou, estabeleceu normas para a catequese dos fiéis e ordenação dos presbíteros. Escreveu o Decretum Gelasianum no qual continha a lista distinta dos livros canónicos e apócrifos. Criou o “Liber Censuum” que foi o censo das propriedades e bens que possuía a Igreja. Foi ainda o primeiro papa a usar o título: “Vigário de Cristo”. Escreveu ainda o “Sacramentário Gelasiano” para unificar o rito das diversas igrejas. A ele também é atribuída a norma eclesiástica da infalibilidade papal que mais tarde tornou-se um dogma.

Faleceu no dia 21 de Novembro de 496 em Roma e por sua piedade e caridade com os mais necessitados ficou conhecido como “Papa dos Pobres”. 

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