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terça-feira, 29 de julho de 2025

Mais de 40 pessoas assassinadas dentro de uma igreja católica no Congo

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Crianças num campo de refugiados no Leste do Congo: os ataques de forças terroristas sucedem-se. Foto © ACN

Papa condenou

 | 28/07/2025

Pelo menos 40 pessoas foram mortas numa igreja católica em Komanda (Ituri), no Leste da República Democrática do Congo (RDC), por um grupo ligado às Forças Democráticas Aliadas (ADF), compostas por ex-rebeldes ugandeses, de acordo com a fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

“Os crentes, que se encontravam na igreja a rezar, foram assassinados a tiro ou com golpes de catanas por elementos das Forças Democráticas Aliadas, grupo que jurou lealdade” ao autoproclamado Estado Islâmico, informa a instituição.

Numa mensagem enviada para o escritório da AIS em Lisboa, o português Marcelo Oliveira, dos Missionários Combonianos, que trabalha no país há vários anos, contou que os terroristas “assassinaram uma quantidade imensa de crianças”, naquele que é o terceiro ataque de “extrema gravidade” executado por aquele grupo na região desde o início do ano.

A ADF tem estado activa na zona fronteiriça entre o Uganda e a RDC Congo fazendo incursões regulares e atacando a população civil, sendo responsável pela morte de milhares de pessoas nos últimos anos.

O Papa condenou entretanto o ataque. Numa mensagem dirigida ao bispo Fulgence Muteba Mugalu, presidente da Conferência Episcopal da RDC, enviada através do secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, afirma-se que Leão XIV “tomou conhecimento com consternação e profunda aflição do ataque perpetrado contra a paróquia Bienheureuse-Anuarite de Komanda, na província de Ituri, que causou a morte de vários fiéis, reunidos para o culto”.

No texto, citado pela Agência Ecclesia, lê-se ainda que Leão XIV se associa “ao luto das famílias e da comunidade cristã, gravemente afectadas, manifestando-lhes a sua proximidade e assegurando-lhes as suas orações”.

O Papa acrescenta que implora a Deus “para que o sangue destes mártires seja uma semente de paz, reconciliação, fraternidade e amor para todo o povo congolês”. E conclui dizendo que esta tragédia convida “a trabalhar ainda mais pelo desenvolvimento humano integral da população martirizada desta região”.

Também a Missão de Estabilização das Nações Unidas para a República Democrática do Congo (Monusco) condenou “veementemente” o ataque ocorrido durante a noite de 26 para 27 de Julho. Os primeiros dados oficiais dizem que o ataque provocou a morte de pelo menos 43 civis (19 mulheres, 15 homens e nove crianças).

“A maioria das vítimas teria sido morta com armas brancas dentro de um local de culto. Várias pessoas foram sequestradas. Casas e lojas também foram incendiadas, agravando ainda mais a situação humanitária já extremamente preocupante na província”, indica a Monusco.




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