Televisão
Nasceram há mais de duas décadas e contam com membros dos 12 aos 70 anos.
Quando o grupo de dez amigos decidiu levar mais a sério as cantorias que ensaiavam sempre que se encontravam, concordaram que seria preciso escolher um nome. A decisão acabou por ser facilitada pelas próprias circunstâncias do grupo. É que com tantos membros, era difícil conciliar agendas e acabava sempre por faltar um. Assim se batizaram do Grupo de Música Popular Falta Um.
Vinte anos passaram, muitas saídas, outras entradas, mas o espírito mantém-se intacto. E o talento também. Foi isso que provaram no palco da gala do “The Voice” neste domingo, 27 de julho, onde recebeu a aprovação de três dos quatro jurados — e acabou nas mãos de Marisa Liz, rumo à próxima fase.
Pedro Santos, de 66 anos, não foi membro fundador, mas conta já com 11 anos de presença no grupo. Ribatejano de nascente, cresceu no Alentejo desde os quatro anos e assume-se com um Alentejano de gema. Foi também “o primeiro do grupo que não era de Melides”.
As atuações públicas eram algo que já estava habituado. Técnico de som, dotado na guitarra, foi convidado a surpreender uma falha no grupo, mas acabou por nunca mais sair. “O que me convenceu a ficar? O companheirismo”, refere.
Ao “contrário de outros grupos”, ali não se vive da música. Os concertos são meros pretextos para passar um bom momento. “Fazemos muitos, mas não é algo no qual batalhemos imensos”, nota. Apesar do clima descontraído, trabalho não falta: conte já com sete discos de originais e prepare o oitavo.
Os cantares alentejanos não seduziram só os mais velhos. O grupo conta ainda com quatro jovens, com idades entre os 12 e os 16 anos. Há até um avô e um neto. E nesta passagem pelo “The Voice”, a sina voltou a repetir-se e faltou um dos elementos, precisamente o mais jovem.
Pedro Parreira foi concorrente no “The Voice Kids”, ainda este ano, e os Falta Um marcaram presença na sua atuação. “Depois dessa brincadeira vieram a perguntar-nos se não queríamos ir a esta edição do Gerações. A coisa lá andou e acabámos por nos inscrever”, explica Pedro, que frisa que esta aventura é até “mais pelos mais novos”.
E se os mais novos enfrentaram o palco do “The Voice” com algum nervosismo, os mais velhos garantem que não havia medo de nenhum. “Já estamos habituados a ir a programas de televisão, embora em alguns cantemos em playback. Claro que este é um palco que traz alguma responsabilidade e isso tem que ser encarado com seriedade. Mas por vezes até nos rimos, de ver os outros andam ali com o nervosismo”, conta.
Mais habituados a cantarem temas originais, escolheram o clássico “Se Fores ao Alentejo” para a estreia. Na próxima prestação, voltarão a ter que escolher canções de outros autores e pode ser que até haja alguma surpresa.
“Tentamos sempre tocar as duas coisas, até porque há o pessoal que quer cantar connosco. Isso obriga-nos a falar. Ainda no sábado demos um concerto de duas horas e concreta que o fazer”, recorda.
Agora, na fase seguinte, o que “vier, virá”. Certo é que, mantendo a tradição, irá continuar a faltar um elemento. “Acontece muitas vezes (risos)”, confessa.
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