
Com recuperação em curso
7MARGENS | 09/07/2025
Mais de seis milhões de pessoas visitaram a Catedral de Notre-Dame de Paris entre a reinauguração, em meados de dezembro de 2024, e o final de junho deste ano, prefigurando um cenário que pode vir a fazer deste icónico monumento o sítio turístico mais visitado de França, em 2025.
Os dados foram publicados no último fim de semana, pelo semanário La Tribune Dimanche, que refere uma média de 35 mil visitantes por dia (entre turistas e participantes nos atos religiosos). Caso o interesse se mantenha, e contando que os meses de julho e agosto são especialmente concorridos, o número total de 12 milhões pode vir a ser atingido.
Nesse caso, a Notre-Dame passará de novo para o topo dos monumentos mais visitados anualmente, que, de acordo com a mesma fonte, são, por ordem decrescente, o Sacré-Cœur de Montmartre (9 milhões, em 2024), o Louvre (8,7 milhões), o Castelo de Versalhes (8,4 milhões) e a Torre Eiffel (6,3 milhões).
De facto, antes do grande incêndio, que obrigou a encerrar a Catedral e a interromper completamente as visitas, em 15 de abril de 2019, a Notre-Dame já era o monumento mais visitado, andando, então, pelos 11 milhões de pessoas.
Segundo o jornal Le Figaro, este sucesso está a relançar a polémica sobre o “sim” ou “não” ao acesso pago nas visitas à catedral, polémica desencadeada, vai para um ano, pela ministra Rachida Dati, que defendeu claramente o “sim”. A Diocese de Paris lembra que “na Notre-Dame, peregrinos e visitantes nunca foram distinguidos” e continua a defender a gratuitidade (com exceção das visitas ao tesouro e às duas torres, como já era prática e continua a ser). A missão fundamental das igrejas é “acolher incondicionalmente e, portanto, necessariamente de forma gratuita, todos os homens e mulheres, independentemente de sua religião ou crença, suas opiniões e seus recursos financeiros”, especifica a diocese. A ministra contrapõe que uma taxa de entrada de 5 euros poderia permitir a cobrança anual de umas boas dezenas de milhões que poderia ser afetada ao património religioso, permitindo atender a “cerca de 4.000 edifícios religiosos [que] estão em perigo”.
Entretanto, os trabalhos de recuperação prosseguem na Catedral e estão longe de concluídos. Havia obras de restauro que já estavam programadas antes do desastre (caso dos arcobotantes e da sacristia). Mas deverá ser também feita a instalação de novos vitrais, tarefa que, depois de uma grande polémica no país, deverá acontecer em 2026. O pátio da Catedral e os espaços verdes serão também contemplados, mas apenas em 2027.
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