Ordenação presbiteral na Igreja Catedral
28 de Junho de 2020
A presença de fiéis, limitada aos convidados, de forma a “assegurar as orientações das autoridades de saúde”, foi composta pelos familiares e amigos provenientes de Moura, Grândola, Melides, Beja, Algarve (Faro e Altura), Alto Alentejo (Évora e Elvas), Lisboa e do Norte do país (zona do Porto).
A celebração da ordenação do novo presbítero foi transmitida em direto, através das redes sociais da Diocese de Beja: Canal Youtube e Facebook.
BIOGRAFIA DO PADRE FRANCISCO MOLHO
Francisco Diogo Costa Molho, nasceu a 14 de março de 1995, em Moura (Santo Agostinho), Concelho de Moura. Recebeu o Batismo, com nove meses de idade (30-12-1995), na Paróquia de Santo Agostinho, em Moura. Entrou para o Seminário de Évora, em 11 de setembro de 2013 e foi admitido às ordens sacras em 23 de junho de 2017. Instituído Leitor a 15 de abril de 2018 e Acólito a 17 de fevereiro de 2019, foi Ordenado diácono em 28 de setembro de 2019.
Para o próximo Ano Pastoral, o novo presbítero encontra-se nomeado pároco de Melides e Carvalhal (Vicariato), vigário paroquial de Grândola, Azinheira de Barros, Santa Margarida da Serra e assistente diocesano do CNE-Escutismo Católico Português, mantendo as atuais funções de capelão do Estabelecimento Prisional do Pinheiro da Cruz e no Departamento Diocesano de Pastoral Juvenil.
Agradecimentos finais do novo Presbítero
Neste dia de tão singular importância para mim, o dia da minha Ordenação Presbiteral, o dia mais feliz da minha vida, não posso nem quero deixar de vos agradecer por tudo aquilo que sois e que representais para mim.
A minha gratidão vai, em primeiro lugar, para Deus, que me escolheu e me chamou a segui-l’O nesta entrega radical e generosa, que é o sacerdócio. Estou muito grato ao Senhor, porque não permitiu que a minha vida fosse inútil e sem sentido, mas, por amor, me confiou este tão grande dom que, por meio da Sua Santa Igreja, hoje recebo, para que seja plenamente feliz no amor e no serviço a Ele e aos irmãos.
Depois, quero agradecer ao Sr. D. João Marcos, Bispo de Beja. Foi pela imposição das suas mãos que fui ordenado presbítero, e é à sua pessoa, enquanto Pastor desta Igreja Diocesana de Beja, que me encontro ministerialmente unido, partilhando as suas intenções, projetos e dificuldades. Sr. Bispo, muito obrigado; conte com a minha oração, e comigo para aquilo que precisar!
Obrigado também a todos aqueles que contribuíram para a organização desta celebração: ao Secretariado Diocesano de Liturgia; ao Coro, pela deslocação, esforço e empenho com que acedeu ao meu pedido; ao grupo de acolhimento e a todas as pessoas que realizaram algum serviço na preparação e no decurso da celebração; à VideoPlanos, pela transmissão da Ordenação.
A todos vós que, de mais perto ou de mais longe, viestes, apesar do perigo que o coronavírus representa, para participar na minha Ordenação Presbiteral, e a todos aqueles que nos acompanham através da transmissão online, muito obrigado pela vossa presença, amizade e carinho com que sempre me presenteais.
Por fim, permiti que faça um agradecimento especial à minha família, de um modo particular aos meus pais e irmão: nem sempre lhes manifesto o que sinto por eles, mas creio que sabem que os amo muito e que lhes estou profundamente reconhecido por tudo o que fizeram e fazem por mim. Aquilo que sou, em grande parte o devo a eles! Não posso deixar de recordar os meus avós: os que já partiram – o avô Chico, o avô Molho e a avó Mina – e também a avó Custódia, que por viver num lar não pôde estar presente. Sei que todos eles gostariam de assistir a este dia, e de um modo especial a avó Mina que frequentemente pedia a Deus a graça de poder ver-me ordenado Padre. Não puderam participar fisicamente, mas certamente que estiveram presentes, ao menos no coração de muitos de nós.
Como já pudestes ver pelo convite e como podereis ver nas pagelas, escolhi como
lema para a minha Ordenação Presbiteral uma expressão da Carta de S. Tiago: «Pelas minhas obras, te mostrarei a fé» (Tg 2,18). Esta frase pode parecer um pouco presunçosa, se com ela eu quisesse significar algo que já é realidade na minha vida. Mas, na verdade, o que pretendo é que me sirva de orientação para o meu ministério e para toda a minha existência: que a exemplo de S. Pedro, fundamento da fé da Igreja, e de S. Paulo, trabalhador incansável na obra da evangelização, eu deixe transparecer, pelas palavras e pelo testemunho, Aquele em quem acredito, para que, através de mim, Ele possa chegar a tantos homens e mulheres, sedentos de Deus! Rezai por mim. Muito obrigado!
Homilia de D. João Marcos
Depois de saudar os Padres e diáconos que, nesta Solenidade, celebram o aniversário da sua Ordenação, D. João Marcos recordou a última palavra do Senhor Jesus Ressuscitado ao apóstolo Pedro: “Segue-Me!”. O diálogo entre Jesus e Pedro que, mais do que entristecer Pedro o confirmou na missão de apascentar o rebanho tem um carácter “vivo e forte” para todos, e particularmente para o novo presbítero, referiu D. João Marcos. E acrescentou: “Não é pelas tuas muitas qualidades humanas que o Senhor te elege, nem por seres melhor ou pior que os muitos rapazes da tua idade. É porque o Senhor te ama que pôs em ti o seu olhar” . (…) “Ser seguidor do Senhor, ser seu discípulo, é ir atrás d’Ele, é pores os pés nas suas pegadas. É fazeres, como Ele, a vontade do Pai e não a tua, é buscares sempre e em tudo, como Ele, a glória do Pai e não a tua glória, é amares o Senhor e dares a tua vida pelas ovelhas que Ele te manda apascentar.
Se reconheces o amor que o Senhor Ressuscitado tem por ti, não estranharás que Ele, como a Pedro, te peça para O amares mais do que os outros Apóstolos, mais que o próprio discípulo amado: Amas-Me tu mais do que estes? Apascenta. Este ministério pastoral é Homilia de D. João Marcos ministério de amor, de amor a Cristo. Sem esse amor a Cristo, a vida de um padre é uma realidade vazia. Sem esse amor a Jesus, nosso Senhor, tudo perde o sentido: o celibato, a pobreza, a obediência, a castidade, a comunhão eclesial, a comunhão com os outros presbíteros, ficam reduzidos a ideais certamente belos, mas irrealizáveis”. (…)
“Todo o ministério do presbítero – a oração, a procura da ovelha perdida, pregar, celebrar, cultivar a comunhão - exige de nós, para ser realmente fecundo, que tenhamos experiência própria de cada uma destas realidades. Como disse Jesus a Nicodemos, falamos do que sabemos e damos testemunho do que vimos (Jo 3, 11). Assim, somos testemunhas verdadeiras, assim semeamos a nossa própria semente. Semear a própria semente não é anunciar-se a si mesmo, é apresentar aos ouvintes os frutos que o Evangelho produziu em nossas vidas. É fazer como Pedro e João, que disseram ao coxo de nascença: olha para nós! Espiritualmente, também nós fomos paralíticos, como tu és fisicamente, mas Jesus curou-nos, e nós podemos dar-te aquilo que d’Ele recebemos: Não tenho ouro nem prata, mas vou dar-te o que tenho: Em nome de Jesus de Nazaré, levanta-te e caminha!”
Dirigindo-se ao clero diocesano, em geral, D. João fez um apelo à conversão: “Convertamo-nos, porque, para sermos Igreja celebrante, precisamos de ajudar essas pessoas que se encontram à porta da Igreja, a levantar-se, a caminhar e a entrar no Templo, saltando, cantando e louvando o Senhor, como aquele coxo da primeira leitura de hoje. E para sermos Igreja missionária, precisamos de ser Igreja em saída, Igreja com pernas para andar. É missão dos presbíteros presidir às celebrações, mas também convocar para elas, abrir as portas, procurar amorosamente, e não por outros interesses, as ovelhas perdidas, e fazê-las entrar como pedras vivas que se integram no templo espiritual que é a Igreja”.
Ao terminar, dirigiu-se novamente ao diácono Francisco Molho, prestes a ser ordenado presbítero: “O Senhor chamou-te para te dedicares inteiramente às suas coisas. Não deixes que os teus assuntos te afastem do serviço do Senhor. Cuida das coisas do Senhor, e Ele cuidará das tuas. Experimentarás uma grande liberdade, quando te reduzires a servo inútil, que faz por amor a vontade do Pai. Guarda, em teu coração, estas palavras do Mestre: Se alguém quer estar ao meu serviço, siga-Me. Onde Eu estou, estará ele também (Jo 12, 20).”
02JUL2020
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