Um bem de primeira necessidade
O ser humano é eminentemente um ser social e sociável. Ao contrário dos outros animais que, na sua generalidade são mais autónomos e independentes, a nossa sobrevivência, o crescimento físico e desenvolvimento psíquico, afectivo e cultural, estão sempre dependente do nosso semelhante.
Primeiro é a família onde nascemos, crescemos, somos protegidos e amados e onde recorremos sempre que necessitamos de apoio. Depois os amigos, os colegas, os conhecidos e toda uma infindável rede de instituições que existem para nos facilitar e ajudar a viver o nosso quotidiano.
Toda a sociedade está organizada de forma a prestar-nos mil e um serviços, muitos dos quais só nos apercebemos, quando necessitamos de algum deles (hospitais, bombeiros, polícia, etc., formando um mundo mais ou menos visível mas que labora dia e noite para o bem, a segurança, a harmonia e o conforto da sociedade.
É esta tripla dimensão pessoal – eu, o outro e as instituições – que exige de todos nós, atitudes e comportamentos morais, através dos quais todo o ser humano desenvolve uma consciência cívica e tem a noção muito clara de como a sua existência interfere com a vida dos outros cidadãos, pelo que deve pautar o seu agir e estar no sentido duma melhoria de qualidade de vida que se reflicta em todos os membros da sociedade, assumindo-se assim como um sujeito de deveres e de direitos.
Como ninguém nasce ensinado nem dá o que não tem, é bom de perceber o óbvio, que educar é inserir um novo ser no contexto social e quem o deve começar a fazer são os pais das crianças, em casa, fomentando virtudes, transmitindo valores e modelando acções.
Portanto, falar deste tema aparentemente fastidioso, ou mesmo abominável segundo alguns pareceres mais permissivos, não é uma redundância, nem uma mania, nem um preconceito, mas sim uma premência pois eles são bens de primeira necessidade que têm de ser ministrados de “per si”, a cada um dos filhos, em doses recomendáveis e no tempo devido para produzirem o efeito esperado, pois «a educação é como a agricultura, ou se faz a poda na época, ou perdeu-se o tempo, o dinheiro e a colheita».
Maria Susana Mexia
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