Páginas

domingo, 29 de novembro de 2015

Nossa Senhora da Medalha Milagrosa

Esta devoção que surgiu após as aparições de Nossa Senhora a Santa Catarina Labouré não cessa de derramar bênçãos, como ela disse que aconteceria com todos os que levassem com confiança a medalha no pescoço

Madrid, 27 de Novembro de 2015 (ZENIT.org) Dra. Isabel Orellana Vilches

Pela segunda vez esta seção de ZENIT dedica um espaço exclusivo a Maria. Nesta ocasião para exaltar a Medalha Milagrosa, no dia de sua festa, que desperta tanta devoção em todo o mundo. Como é bem conhecida, sua origem se deu nas aparições de Nossa Senhora a Santa Catarina Labouré, e nas instruções que ela lhe deu. O bem reportado desde que começou a ser difundida é imensurável, levou a numerosas conversões.

Eventos extraordinários aconteceram na capela da casa mãe em Paris das Filhas da Caridade, Comunidade a qual Catarina pertencia, localizada na rue du Bac 140, e na qual ela ingressou em 21 de Abril 1830. Neste mesmo ano começou a receber as graças de Maria, era uma noviça feliz, que teve a graça de participar da solene trasladação das relíquias de seu fundador, São Vicente de Paulo, que se encontravam em Notre Dame e foram recebidas pelos Padres Vicentinos na capela da rua Sèvres. Ele, em um sonho, ajudou Catarina a esclarecer a sua vocação num momento incerto sobre a ordem em que deveria entrar, embora nunca tivesse visto sua efígie.

Já nos primeiros meses de noviciado, suas superioras apreciaram sua piedade que sobressaia em meio a uma inteligência não particularmente brilhante, fazendo-a passar despercebida. À sua prudência e discrição acompanhavam muitos traços de virtude, aliados ao desejo de cumprir a vontade de Nossa Senhora que não queria que a notícia de suas aparições fosse revelada naquele momento. Catarina confidenciou apenas ao seu confessor, o Padre Aladel. A primeira ocorreu em 18 de Julho de 1830, enquanto a comunidade rezava, e foi narrada pela religiosa quando o sacerdote faleceu, muitos anos depois. Ela também sobreviveu apenas alguns meses.

Antes que as aparições ocorressem, Catarina já tinha sido agraciada com diferentes aparições, além de ver o seu fundador, viu Cristo presente no Santíssimo Sacramento e como "Rei crucificado". Mas ela ansiava viver a graça da aparição de Maria, que tinha solicitado por meio de seu fundador. Então, em 1830, quase meia-noite, enquanto estava em sua cama ouviu alguém chamando seu nome. Era uma criança vestida de branco, quatro ou cinco anos, que lhe disse que a Virgem estava esperando por ela na capela. Ao entrar, ouviu o barulho de um tecido delicado. A criança misteriosa fez a apresentação: "Eis a Virgem Santíssima", ela acolheu com certo espanto, de modo que a criança teve que repetir essas palavras.

Sem deixar o espanto, a jovem correu para dobrar os joelhos diante da Virgem que a aguardava sentada em uma poltrona ao lado do altar. Ela teve a imensa graça de descansar as mãos no colo da Mãe do céu e de passar o que ela chamou de momento mais feliz de sua vida: "Seria impossível dizer o que eu experimentei. A Virgem disse-me como devo me comportar com meu confessor e várias outras coisas”. Maria avisou que Deus confiaria a ela uma missão que iria causar problemas, embora fosse para a glória do Altíssimo. Nessa primeira aparição confiou-lhe a fundação da fraternidade das Filhas de Maria, solicitação cumprida pelo Padre Aladel em 1840.

Em 27 de novembro do mesmo ano, 1830, às 17:30 h, ela estava em oração na capela, e novamente viu a Virgem Maria vestida de branco em duas cenas interligadas. Em uma delas, a contemplou em um globo dourado encimado com uma cruz; sob seus pés uma cobra esmagada. Ela disse: "Este círculo representa o mundo todo, a França e cada pessoa em particular". Na segunda, Catarina observou que das suas mãos abertas, cujos dedos carregavam anéis revestidos de belíssimas pedras preciosas, eram lançados raios brilhantes de que se espalhavam por toda parte. A Virgem disse: "Estes raios simbolizam as graças que eu derramo sobre as pessoas". Em seguida, Catarina viu surgir um quadro em torno de Maria, um pouco oval, com a seguinte inscrição em letras douradas: "Oh Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós!". Uma voz se fez ouvir: “fazei cunhar uma medalha neste modelo. Todos os que a usarem, trazendo-a ao pescoço, receberão grandes graças”.

Ao contemplar o reverso da medalha de Nossa Senhora, percebeu o monograma composto por uma cruz sobre a letra "M", inicial de Maria; em baixo, dois corações, um coroado de espinhos e outro trespassado por um gládio, símbolo dos Sagrados Corações de Jesus e Maria. Em dezembro do mesmo ano, novamente enquanto rezava, mas desta vez atrás do altar, viu o quadro da medalha. Foi a última vez que houve essa aparição: "Estes raios simbolizam as graças que a Santíssima Virgem derramará sobre as pessoas que pedirem... De agora em diante não me verá novamente".

Como previsto por Maria, as provas chegaram rapidamente. Seu confessor, o Padre Aladel, foi o primeiro a não acreditar nela aconselhando-a a esquecer. Mas o tempo passou e o clamor interno para que o pedido fosse cumprido persistia. O arcebispo de Paris, Dom Quélen, acompanhou o processo e reconheceu a autenticidade dos fatos. Padre Aladel cunhou a medalha, embora faltando alguns detalhes. Na epidemia de cólera em 1832 a propagação da mesma realizou muitos milagres e conversões. Em 1846 o Papa Gregório XVI confirmou a veracidade das aparições. Catarina morreu no dia 31 de dezembro de 1876.

(27 de Novembro de 2015) © Innovative Media Inc.
in


Sem comentários:

Enviar um comentário