Os jesuítas pedem a regeneração da vida
pública, a qualidade institucional e a liderança social, denunciando a
crise do Estado social
Roma,
20 de Novembro de 2015
(ZENIT.org)
A Companhia de Jesus apresentou nesta quarta-feira, na Universidade
Pontifícia de Comillas, o documento “Crise de solidariedade,
solidariedade na crise”, elaborado conjuntamente com os diversos setores
dos jesuítas na Espanha.
Um dos aspectos do documento foca na economia e considera que “é
necessária uma solidariedade diferente para salvar a solidariedade. As
respostas de 30 anos atrás não servem mais; por outro lado, desfazer-nos
das respostas do passado pode implicar, sem querer, desfazer-nos da
solidariedade”.
O texto observa que, embora na crise tenha havido mostras de
solidariedade, há também uma “crise da solidariedade porque foram
geradas reações não solidárias”.
“O Estado social sofre hoje uma grave crise, com o paradoxo de que a
solidariedade institucionalizada foi desativando a solidariedade
voluntária. O modelo de Estado social, tal como o conhecemos, é inviável
no contexto da globalização. Em todo caso, esta crise impede voltar ao
que havia antes e exige grandes doses de imaginação e criatividade”.
Os jesuítas consideram que, no âmbito europeu, “cresce a suspeita de
que interessa mais ‘a Europa dos mercadores’ que ‘a Europa dos
cidadãos’”. No âmbito global, “não tem sentido reforçar fronteiras e
levantar muros” e, “enquanto não houver uma instância mundial que sirva
de contrapeso e controle do poder dos grandes agentes económicos que
governam de fato o planeta, estaremos imersos na globalização da
indiferença e não da solidariedade”.
As propostas e vias de solução nascem dos setores da Companhia de
Jesus que viveram as realidades de quem passa pelas suas instituições
(de caráter social, colégios, universidades, paróquias, centros
juvenis…). Eles consideram irrenunciável colocar a pessoa humana no
centro, ter como objetivo o bem comum da sociedade e garantir os
direitos sociais.
As propostas se dirigem tanto aos cidadãos individuais (solidariedade
espontânea) quanto à sociedade civil (solidariedade organizada) e ao
Estado (solidariedade institucionalizada) para promover “uma cidadania
comprometida com a solidariedade, um tecido social que constrói
solidariedade e políticas públicas renovadas para fortalecer a
solidariedade”.
Os jesuítas também oferecem seu compromisso concreto de reforçar a solidariedade nas próprias instituições.
(20 de Novembro de 2015) © Innovative Media Inc.
in
Sem comentários:
Enviar um comentário