Nesta segunda-feira, o Papa exortou a deixarmos de lado “todas as coisas que não servem, que não são de ajuda à fidelidade”
Roma,
23 de Novembro de 2015
(ZENIT.org)
Luca Marcolivio
A Igreja não deve se arranjar com as coisas do mundo, como
evidenciado pelo Evangelho de hoje (Lc 21,1-4) sobre a viúva que
depositou tudo o que tinha. Foi o que disse o Papa Francisco na homilia
da missa matutina celebrada na capela da Casa Santa Marta.
Na famosa parábola, Jesus compara a generosidade da viúva que
depositou mais do que todos, depositou no Templo "tudo o que tinha para
viver", enquanto os ricos deram apenas o seu supérfluo.
Na Bíblia, disse o Pontífice, “a viúva é a mulher solitária que não
tem o marido para protegê-la; a mulher que deve se arranjar como pode,
que vive da caridade pública”. A viúva desta passagem do Evangelho “era
uma viúva que tinha a sua esperança somente no Senhor”.
O Santo Padre identificou nas viúvas do Evangelho "a imagem da viuvez da Igreja que espera o retorno de Jesus”.
A Igreja é, de fato, a "esposa" de Jesus, mas “o seu Senhor foi
embora e o seu único tesouro é o seu Senhor”. “Quando a Igreja não é
fiel ou não é muito fiel ou não tem muita fé no amor de seu Senhor
procura se arranjar com outras coisas, com outras seguranças, mais do
mundo que de Deus”, afirmou o Papa.
No Evangelho destacam-se outras histórias de viúvas como Nain, que
chorava sozinha com o caixão do filho. "Sim, as pessoas tão boas, a
acompanhavam, mas o seu coração estava só", explicou o Papa.
Depois, a viúva importuna, que defende os seus filhos diante do "juiz
iníquo", tornando "a sua vida impossível, batendo à sua porta todos os
dias", dizendo "faça-me justiça".
A Igreja, portanto, é a "viúva que reza, intercede por seus filhos.
Mas o coração da Igreja está sempre com seu Esposo, com Jesus”.
A alma dos homens, continuou Francisco, citando os pais do deserto,
“se parece tanto à Igreja”, quanto mais próxima de Jesus, mais “se
afasta de tantas coisas mundanas, coisas que não servem, que não ajudam e
que afastam de Jesus”.
Enquanto isso, Igreja espera o seu esposo e "chora por seus filhos,
luta por seus filhos, dá tudo aquilo que tem porque seu único interesse é
o seu esposo".
Nesta expectativa, a Igreja pode ser fiel a esta espera ou não,
procurando "seguranças em outras realidades", tornando-se uma Igreja
"morna, medíocre, a Igreja mundana".
O Pontífice em seguida, questionou: “As nossas almas procuram
segurança somente no Senhor ou procuram outras seguranças que o Senhor
não gosta?”.
Por fim, o Papa Francisco convidou a refletirmos se a nossa alma “é
como esta Igreja que Jesus quer”, que deixa de lado “todas as coisas que
não servem, que não são de ajuda à fidelidade”.
(23 de Novembro de 2015) © Innovative Media Inc.
in
Sem comentários:
Enviar um comentário