A Igreja no Vietname foi fecundada pelo sangue dos mártires
“Desde 1533, ou seja, desde o início da pregação
cristã no sudeste da Ásia, a Igreja no Vietname sofreu, por mais de três
séculos, várias perseguições que se seguiram, sem trégua, tais como
aquelas que atingiram a Igreja no Ocidente nos três primeiros séculos de
vida. Milhares de cristãos foram enviados ao martírio e muitos morreram
nas montanhas, nas florestas, nos territórios insalubres onde foram
exilados”, recordou João Paulo II no dia 19 de junho de 1988, na homilia
da missa de canonização dos 117 mártires vietnamitas.
A história religiosa da Igreja no Vietname regista cerca de 53
Editais, assinados pelos Senhores Trinh e Nguyen ou pelos reis que, por
quase três séculos, XVII, XVIII e XIX (261 anos: 1625-1886) decretaram
perseguição contra os cristãos, uma mais violenta do que a outra. Foram
cerca de 130.000 vítimas em diversos lugares do país.
Desde o início do século XX, 117 deste grande número de heróis, cujos
sofrimentos são apresentados como os mais cruéis, foram elevados aos
altares pela Santa Sé em 4 ocasiões de Beatificação: Em 1900, pelo Papa
Leão XIII, 64 pessoas; em 1906, pelo Papa São Pio X, 8 pessoas; em 1909,
pelo Papa São Pio X, 20 pessoas; em 1951, pelo Papa Pio XII, 25
pessoas.
No local da execução do Edito real, ao lado de cada executado, está a
qualificação precisa do julgamento: 75 decapitados, 22 estrangulados, 6
queimados vivos, 5 condenado a dilaceração dos membros do corpo, 9
mortes devido à tortura.
A semente da fé misturou-se na terra vietnamita com o sangue dos
mártires, tanto do clero missionário como do clero local e do povo
cristão do Vietname. Todos suportaram o cansaço do trabalho apostólico e
enfrentaram até mesmo a morte para dar testemunho da verdade do
Evangelho.
Entre todos estes mártires destaca-se André Dung-Lac, cujos pais eram
pagãos e muito pobres. Confiado desde a infância a um catequista,
tornou-se sacerdote em 1823 e foi pároco e missionário em várias partes
do país. Salvo de prisão mais de uma vez, graças aos resgates pagos
generosamente pelos fiéis, desejava ardentemente o martírio. "Aqueles
que morrem por causa da fé", dizia ele, "sobem ao céu”. Sustentado por
um grande zelo e pela graça do Senhor, ele foi martirizado por
decapitação em Hanói, dia 24 de novembro de 1839. Data escolhida pela
Igreja para celebrar André Dung-Lac e seus companheiros mártires.
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