O
secretário vaticano para as Relações com os Estados enfatiza a "especial
responsabilidade" dos líderes muçulmanos em denunciar aqueles que
justificam a violência por motivação religiosa
Roma,
20 de Novembro de 2015
(ZENIT.org)
Para lidar com o terrorismo é necessário a máxima unidade da
comunidade internacional e a mobilização de todos os meios de segurança.
A afirmação feita em uma entrevista ao SIR, foi de mons. Paul Richard
Gallagher, secretário vaticano para as Relações com os Estados.
Falando dos massacres de Paris, que “comoveram e consternaram” todos
os representantes da Santa Sé, o prelado declarou: “Diante destas
atrocidades, sempre intoleráveis e nunca justificadas, todo o mundo deve
unir-se para salvaguardar a dignidade da pessoa humana".
O prelado, em seguida, comentou a expressão do Papa Francisco sobre a
“terceira guerra mundial em pedaços”, que significa que "são tantas as
partes envolvidas nos conflitos, são tantas as áreas geográficas que
sofrem as consequências da guerra, são tantas as culturas e os Países
que choram pelos seus filhos”.
A terceira guerra mundial tem o seu "campo de batalha" em um "mundo
globalizado, onde até mesmo os conflitos locais e regionais têm a
capacidade de se espalhar com mais força e velocidade, causando enormes
prejuízos a toda a comunidade mundial."
Uma possível "intervenção no exterior", continuou Monsenhor
Gallagher, deve buscar a legitimidade através do consentimento da
comunidade internacional, em conformidade com o direito internacional",
mas a resolução do problema não pode ser confiado somente à "resposta
militar". Em qualquer caso, a comunidade internacional tem o direito de
"mobilizar todos os meios de segurança, para se opor ao terrorismo."
Embora o método da Santa Sé sempre foi o do "diálogo" e das
"negociações", nunca da “guerra”, disse Gallagher, vem a pergunta de
como é possível “dialogar com quem não é sensível ao diálogo e rejeita
conhecer a humanidade do outro”. Colocada essa premissa, se torna “muito
difícil” dialogar com quem tem “posições fundamentalistas”, porque para
entrar "no relacionamento”, é essencial "respeitar, pelo menos
minimamente, o outro".
Em conclusão, o secretário vaticano para as Relações com os Estados
espera que os líderes religiosos judeus, cristãos e muçulmanos,
continuem a educar para o "diálogo inter-religioso e intercultural" e
para a "compreensão mútua".
Em particular, os líderes muçulmanos, no entanto, têm uma “especial
responsabilidade” no “denunciar claramente a instrumentalização da
religião para justificar a violência”.
(20 de Novembro de 2015) © Innovative Media Inc.
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