Homilia: papa Francisco cita exemplo de David, que, apesar de ter pecado, soube pedir perdão porque "manteve a sua pequenez"
Roma, 21 de Janeiro de 2014 (Zenit.org) Luca Marcolivio
Deus não só tece com os homens uma "relação pessoal", como
sempre escolhe os "pequenos", disse o papa Francisco durante a homilia
desta manhã na Casa Santa Marta.
O papa destacou a identidade dos fiéis como "povo", muito diferente
de "massa": os nomes de cada um contam diante de Deus, que nos fala e
"escolhe pessoalmente".
Isto fica evidente no Génesis: "É o Senhor que, com as suas mãos, faz o homem e lhe dá um nome: Tu és Adão".
Outro aspecto importante é que Deus, "o grande", sempre escolhe os pequenos. Há um diálogo entre Deus e a pequenez humana.
Emblemática é a primeira leitura de hoje (Sam 16,1-13 ), em que
Samuel observa o filho mais velho de Jessé e pensa que é "o seu ungido,
porque é um homem alto, grande", enquanto o Senhor lhe pede, na verdade,
para "não olhar para a aparência nem para a altura", porque Deus "vê o
coração" e não as "aparências", como o homem.
Não só isso: Deus escolhe "os fracos e os humildes para confundir os
poderosos da terra", como acontece com David, "o menor", aquele que
"cuidava das ovelhas". David se tornou rei e errou duas vezes, mas teve a
força de voltar "à sua pequenez" dizendo "Eu sou um pecador"; ele pediu
perdão e fez penitência.
Todos nós, pelo baptismo, fomos "eleitos no Senhor", que nos escolheu
"um por um", nos deu um nome e olhou para nós, continuou o papa, reflectindo sobre a "fidelidade cristã", que consiste precisamente em
"manter a nossa pequenez" através da "humildade e da mansidão".
Toda a nossa relação com Deus é um diálogo entre "a nossa pequenez" e
sua "grandeza", disse o Santo Padre, terminando com um pedido de
intercessão a David e a Nossa Senhora, que "cantava jubilosa a Deus
porque Ele tinha olhado para a sua humildade", a fim que o Senhor nos dê
"a graça de preservar a nossa pequenez diante dele".
(21 de Janeiro de 2014) © Innovative Media Inc.
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