Para a Sociedade Interamericana de Imprensa trata-se de um sistema de censura indirecta
Roma, 24 de Janeiro de 2014 (Zenit.org) Sergio Mora
A falta de papel para os jornais da Venezuela pode
significar um "golpe fatal" para a imprensa "independente e crítica”
indicou esta semana a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP ), e
acrescentou que é um “sistema de censura” indirecta que poderia levar a
uma situação catastrófica para a imprensa escrita da Venezuela".
Pelo contrário, o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado
Cabello, disse que há papel de jornal sem retirar no porto da Venezuela e
disse que são 13.700 bobinas.
Enquanto isso, hoje, no estado de Bolívar os jornais El Guaynés e El
Expreso deixaram de circular devido a falta de papel registada. E o
jornal ‘Venezuela al día’, acrescenta que outros três meios impressos
têm papel para poucas semanas. O presidente do jornal El Guayanés e
Notidiario, Alexandre Andrade, descreveu a situação como "um fechamento
técnico" ou temporário e acrescentou que quando o Governo conceder as
divisas para a importadora que abastece a imprensa, o jornal voltará a
funcionar.
Por sua parte, o Arcebispo de Caracas, o Cardeal Jorge Urosa Savino,
pediu nesta quarta-feira 22 de Janeiro ao governo nacional, mediar para
resolver o problema da escassez de papel, e salientou que a Constituição
garante o direito à informação.
E fez isso depois da abertura dos trabalhos da Comissão da
Conferência Episcopal Venezuelana encarregada da celebração do 150
aniversário do nascimento do venerável José Gregorio Hernández, que será
celebrado no dia 26 de outubro de 2014 e de tudo o que se refere à sua
beatificação.
O cardeal também destacou que os meios de comunicação são
"instituições muito importantes" para uma sociedade livre e democrática.
"É necessário – disse o cardeal – que no país haja canais de
comunicação que tenham a capacidade de informar o que acontece e os
venezuelanos tenham direito à informação gerada no país e fora do
mesmo".
Enquanto isso demonstrou satisfação pelos encontros entre o
Executivo, governadores, prefeitos e representantes dos meios, pois
considerou que somente um diálogo sincero, sem distinções políticas,
conseguirá dar solução a muitos problemas.
Na Venezuela existe desde 2003, o controle estatal de cambio de divisas,
que são administradas exclusivamente por uma comissão estatal
implementada pelo Governo: a Comissão de Administração de Divisas (
Cadivi ), que as vende apenas em determinadas situações e com
procedimentos demorados e complicados.
Tradução Thácio Siqueira
(24 de Janeiro de 2014) © Innovative Media Inc.
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