O grafite gira no Twitter; a revista pop cita canção de Bob Dylan e faz duras críticas a Bento XVI. Porta-voz do Vaticano considera lastimável
Roma, 29 de Janeiro de 2014 (Zenit.org) Rocio Lancho García
Desde que o Papa "do fim do mundo" foi escolhido como o
sucessor de Pedro, temos observado como as suas palavras e gestos ocupam
as capas de jornais e viram notícia na televisão. Nas redes sociais
tornou-se um grande fenómeno.
Ontem, Roma amanheceu com um “grafite” especial na rua Borgo Pio,
muito perto da Praça de São Pedro. Francisco retratado como um
super-herói que carrega uma pasta onde lê-se "valores". A "pintura no
muro” despertou entusiasmo nas redes sociais e foi comentado todo o dia,
twittada e retwittada.
Esta popularidade se transforma em cifras reais. Um estudo realizado
pela sociedade 3rdPlace, em nome da agência católica aleteia.org,
apresentado ontem em Roma, indica que o Papa Francisco é a pessoa mais
pesquisada mensalmente no Google (1.737.300) e também, é o mais
mencionado na rede (mais de 49 milhões), comparado com alguns dos
líderes mais importantes do planeta em 2013, como Barack Obama (1,5
milhões de buscas e 38 milhões Google menções), Vladimir Putin ou (246
mil buscas no Google e 8 milhões de menções).
O relatório intitulado "A rede ama o Papa Francisco", foi realizado
entre Março e Novembro de 2013. O estudo revela que no ranking mundial
de buscas através do Google, o Papa está em primeiro lugar (1.737.300),
imediatamente atrás está Barack Obama (1.500.000) e Ed Snowden
(673.000).
Além disso, de acordo com a análise dos resultados das "menções
online" o Papa Francisco atinge 49 milhões, à frente de Obama com 38
milhões; Putin 8 milhões; Angela Merkel, com 3,8 milhões.
Mas, considerando a popularidade na rede em relação a estrelas do desporto, entretenimento e do mundo dos negócios, a situação muda. Neste
caso, o Papa estaria em terceiro: 49 milhões de menções, atrás do grupo
de música One Direction, com 78 milhões, e do cantor Justin Bieber, com
53 milhões.
Outra análise realizada foi a geográfica: os países onde o Papa é
mais mencionado. Descobriu-se que em primeiro lugar estão os Estados
Unidos (21 por cento do total de menções), em seguida, a Argentina (12
por cento), Espanha (9 por cento), México (5 por cento) e Brasil (3 por
cento).
E toda essa popularidade leva a feitos como a última capa da revista
Rolling Stone, dedicada à música e cultura popular. A publicação pop,
nas bancas desde 1967 e vendida quinzenalmente, apresenta na capa de sua
próxima edição o Papa Francisco, acompanhado da frase "Papa Francisco:
os tempos estão mudando", fazendo referência ao título da canção de Bob
Dylan: “The times they are a-changin”.
No editorial da revista, eles explicam por que escolheram como capa
desta edição o pontífice argentino. O editor Mark Binelli define
Francisco como "um homem cuja aparente humildade, empatia, e acima de
tudo, a devoção pelos economicamente desfavorecidos mostra alguém
perfeitamente adequado ao nosso tempo”.
É necessário destacar o grande contraste expresso na revista entre a
popularidade do Papa Francisco e as duras e superficiais críticas em
relação ao Papa emérito. No artigo citado, o importante trabalho que
Bento XVI desenvolveu por anos à frente da Igreja não é reconhecido.
"Depois do papado desastroso de Bento, um tradicionalista convicto que
parecia estar vestido com uma camisa listrada com luvas de dedos de
facas, ameaçando adolescentes em seus pesadelos, o domínio básico de
Francisco com habilidade para sorrir em público parece um pequeno
milagre para o meio Católico.
Sobre este argumento, o padre Federico Lombardi, director da Sala de
Imprensa do Vaticano, falou que "o artigo da Rolling Stone é um sinal da
atenção que a novidade do Papa desperta nos mais diversos ambientes.
Lamentavelmente, o artigo desqualifica-se caindo no erro comum do
jornalismo superficial, que para destacar aspectos positivos do Papa
Francisco acredita ser necessário descrever negativamente o pontificado
do Papa Bento. E faz isso com uma surpreendente grosseria. Lastimável.
Este não é o caminho para realizar um bom trabalho, nem mesmo ao Papa
Francisco, que sabe muito bem o quanto a Igreja deve ao seu antecessor".
(Trad.:MEM)
(29 de Janeiro de 2014) © Innovative Media Inc.
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