A Gazeta de Asti descobriu traços do pai do Papa Francisco, militante da acção católica que dava conferências sobre temas que pareciam premonitores
Roma, 20 de Janeiro de 2014 (Zenit.org) Antonio Gaspari
Do arquivo do semanário diocesano Gazeta de Asti surgiram
fragmentos de vida curiosos e interessantes que dão luz à história do
Papa Francisco.
Em um artigo publicado em 17 de Janeiro, intitulado o pai de
Bergoglio jovem palestrante do tema: “o papado”, Stefano Masino narrou
que do arquivo histórico do semanário diocesano de Asti emergem traços
significativos da avó do Pontífice, Rosa Margherita, indicada por ele
mesmo como “mestre de fé”.
Mas, ainda mais interessante, o pai Mario, um jovem militante da Acção
Católica, no âmbito da ‘escola dos palestrantes’ da Associação foi
encarregado de dar uma palestra sobre “papado”.
Embora se supõe que tantos tenham abordado este tema, é claro que
hoje aquela conferência aparece realmente como um “prenúncio”.
O autor do artigo diz que "por ordem do director Vittorio Croce, foi
preparado um especial sobre a amada avó do Santo Padre, Rosa Margherita
Vassallo Bergoglio. Para ela, mulher de igreja (foi directora do
Departamento de Asti nos Anos Vinte) e “mestra de fé”, encontramos nas
páginas do “Gazeta” da época várias confirmações sobre a sua obra de
“sábia e experiente mãe”.
Em antigas folhas do semanário diocesano, fundado em 1899, se
guardava uma notícia ainda mais surpreendente: Mario Bergoglio, filho de
Rosa e futuro pai do Pontífice, também ele seguia os passos da mãe,
inscrito na Federação juvenil diocesana.
Era o 1925, quando por iniciativa da presidência federal da
organização, assistente dom Filipe Berzano, foi constituída a “Escola
dos Conferencistas”, que deveria funcionar até o Natal. Foram atribuídos
vários temas : a Gualtiero Marello "Como se faz um círculo juvenil”; a
Francesco Ghia “História da Acção Católica”; a Giulio Burattini “o carácter do jovem”; a Attilio Pio “Oração, Acção, Sacrifício”; a Giovanni
Torchi “A boa imprensa”; a Giovanni Musso “A Juventude Católica”. E a
Mario Bergoglio tocou tratar o tema "O Papado".
Escreveu a Gazeta de Asti no dia 12 de Dezembro de 1925: “Mario
Bergoglio, estudante em contabilidade, desenvolveu com calor e forte
palavra, com frequentes e oportunas referências históricas, o tema: ‘O
Papado’. Fortemente ouvido e aplaudido pelos seus companheiros, dá certa
confiança de se transformar em um fervoroso propagandista dos nossos
ideais".
Mario Bergoglio estava inscrito na União Giovani de São Martinho de
Asti. Três anos depois (cfr. Gazeta de Asti do 14 de Julho de 1928),
durante a tradicional “Festa do Papa” celebrada pelos jovens católicos
do Círculo, pronunciou “um belíssimo discurso ilustrativo sobre o
papado, elevando por último um hino de admiração e de louvor ao
Pontífice Pio XI, o Papa da Acção Católica.
O pai do futuro pontífice tinha então 17 anos (nasceu em Turim no 2 de Abril de 1908) e ainda não tinha se formado .
Em 1928 (cfr. Gazeta de Asti do 28 de Abril de 1928) relata que Mario
Bergoglio estava ao lado do bispo da época, Mons. Louis Spandre, em uma
"Corrida catequística” realizada no teatro da "Fulgor".
Domingo, 7 de Outubro de 1928 recitou entre os filodramáticos no
teatro paroquial de São Martinho de Asti para a retomada das actividades
educativas dos jovens da Conferência de São Vicente de ' Paolo, que
prestavam assistência aos pobres a domicílio e aos enfermos do hospital
civil.
Em Janeiro de 1929 Mario Bergoglio, partiu para a Argentina, e aí começou uma outra história.
Sobre o relacionamento com seu pai, no livro "Papa Francisco. O novo
Papa fala sobre si mesmo – Conversa com Francesca Ambrogetti e Sergio
Rubin” publicado por São Paulo, papa Francisco narra que quando decidiu
se tornar padre: “Primeiramente o disse ao meu pai e ele reagiu bem. E
mais, me disse que estava feliz por isso. Tinha certeza de que o meu pai
me teria entendido. Sua mãe tinha sido uma pessoa muito religiosa e ele
tinha herdado dela aquela religiosidade e aquela força, unidas à grande
dor do abandono da própria terra”.
Uma história esclarecedora que nos faz reflectir sobre os desígnios de
Deus. A partir do sofrimento da emigração, a fé humilde e intensa
produziu tais frutos que fez eleger o primeiro Pontífice filho de
imigrantes ítalo-argentinos.
Isto significa o quanto a emigração pode ser missionária.
(Tradução Thácio Siqueira)
(20 de Janeiro de 2014) © Innovative Media Inc.
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