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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Apoio internacional ao presidente do Equador por denunciar a ideologia de género

Em meio a ataques agressivos contra o presidente Rafael Correa, 49 associações de 20 países aplaudem as suas valentes declarações


Roma, 30 de Janeiro de 2014 (Zenit.org) Ivan de Vargas


A associação espanhola “Profesionales por la Ética” promoveu, junto a entidades da sociedade civil de vários países, uma campanha internacional de apoio às "firmes e valentes declarações" do presidente do Equador, Rafael Correa, feitas no dia 28 de dezembro de 2013 sobre a ameaça da ideologia de género.

A directora de Assuntos Internacionais da “Profesionales por la Ética”, Leonor Tamayo, reconhece que, "apesar da sua militância socialista e dos seus posicionamentos questionáveis e controversos em outros temas, Correa demonstrou que o direito de todos à vida, à identidade sexual e à família natural não são questões de direita ou de esquerda, mas de bom senso e de respeito pela realidade das coisas".

Tamayo destaca que, embora os ataques contra Correa tenham sido muitos e muito agressivos por causa do seu pronunciamento, também houve relevante respaldo às suas declarações por parte de 49 associações de 20 países, que expressaram o sentimento de milhões de pessoas de todo o mundo. "A maior parte da população experimenta na vida e na comunidade o valor e o significado da vida e da família natural", considera a responsável da “Profesionales por la Ética”.

Há um mês, o presidente equatoriano usou o seu programa semanal de rádio e TV para denunciar a ideologia de género. Correa manifestou respeito pelas pessoas que defendem tais teorias, mas reprovou o facto de tentarem "impor as suas crenças a todos".

Os defensores da ideologia de género criticada por Correa dizem "que não existe homem nem mulher natural, que o sexo biológico não determina o homem e a mulher, que são as 'condições sociais' que determinam isso. E que cada um tem 'direito' à liberdade de escolher até mesmo se é homem ou mulher. Ora, por favor! Isso não resiste à menor análise crítica!", exclamou o chefe de Estado equatoriano.

"Não são teorias, é pura e simples ideologia, muitas vezes para justificar o modo de vida de quem cria essas ideologias. Nós os respeitamos como pessoas, mas não compartilhamos essas barbaridades", declarou ele.

Correa alertou contra o que chamou de “perigosíssima ideologia” e denunciou o doutrinamento que está acontecendo em muitas escolas: "Não tentem impor isso ao resto das pessoas, não imponham isso aos jovens, porque existe gente que está ensinando isso aos nossos jovens". O presidente também se declarou partidário da família natural, mesmo correndo o risco de parecer "cavernícola" e "conservador": "Eu acredito na família e acho que essa ideologia de género destrói a família convencional, que continua sendo e eu acho que continuará sendo a base da nossa sociedade", enfatizou.

Por último, Rafael Correa declarou que ser esquerdista não implica apoiar o aborto nem ser contra a família tradicional. "Isso é outra ‘invencionice’: essa ideia de que quem não apoia essas coisas não é de esquerda".

"Que história é essa de que alguém que não seja pró-aborto não é de esquerda?", perguntou. "Então, se Pinochet é a favor do aborto, ele é de esquerda? E se o Che Guevara era contra o aborto, então ele era de direita?". E encerrou afirmando que "essas questões são morais, não ideológicas".

Enquanto o presidente equatoriano já enxergou o perigo da ideologia de género, o Parlamento Europeu deve levar a votação nos próximos dias o chamado Relatório Lunacek, assim baptizado porque a sua promotora é a eurodeputada austríaca Ulrike Lunacek.

A iniciativa foi apresentada em Novembro passado à Comissão de Liberdades Civis, Justiça e Interior da Eurocâmara, que a admitiu para tramitação em 17 de dezembro e a enviou para a Mesa da Câmara.

O texto pretende estabelecer “uma estratégia europeia contra a homofobia e contra a discriminação por razões de orientação sexual e identidade de género”, diz a proposta, que advoga também por uma política de “tolerância zero” aos chamados “crimes de ódio”, entre os quais estão incluídos os ataques homofóbicos verbais ou físicos.

Suas principais propostas são o avanço na criação de uma política comum sobre os direitos da comunidade LGTB (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais) e o “uso máximo das competências da Comissão” para obrigar os países-membros da União Europeia (UE) a cumprirem a legislação do bloco no tocante à discriminação baseada em orientação sexual.

Ulrike Lunacek chamou de "estúpidos reaccionários" as centenas de milhares de europeus que se mobilizaram para pedir que os seus representantes na Eurocâmara votassem “não” ao Relatório Estrela, outra iniciativa, já derrotada, que promovia uma “harmonização legislativa” para estender o aborto livre e implantar nas escolas de toda a União Europeia uma educação que adoptasse os princípios da ideologia de género.

A derrota daquela proposta abortista irritou especialmente o lobby gay no Parlamento Europeu. Esse grupo de pressão dispõe até mesmo de um “cáucus” próprio, um agrupamento informal de eurodeputados de vários partidos que compartilham o compromisso com a implantação progressiva da agenda gay nas leis dos países-membros da UE.

Ulrike Lunacek, a promotora da moção que está prestes a ser votada no Parlamento Europeu, é uma destacada participante do cáucus gay e militante do feminismo radical.

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