Ontem, em Milão, um encontro intitulado "Catolicismo e Igreja Ortodoxa Russa. Passado e Presente"
Roma, 21 de Janeiro de 2014 (Zenit.org) Frederick Cenci
Aconteceu ontem, em Milão, na Escola FAES de Monforte, um
encontro intitulado "Catolicismo e a Igreja Ortodoxa Russa. Passado e
Presente". Como palestrantes o Cav. Lav. Ing. Rosario Alessandrello,
Presidente da Fundação Centro para o desenvolvimento das relações Itália-Rússia.
A conferência percorreu a história do Cristianismo na Rússia, com
especial atenção para as relações entre as Igrejas irmãs. Alessandrello
começou a sua conferência recordando que o cisma de 1054 marca a
separação de Roma das Igrejas Cristãs de rito bizantino fiéis aos
primeiros sete concílios ecuménicos. “A mais numerosa entre elas –
explicou Alessandrello - é a Igreja Russa". “As Igrejas Ortodoxas, que
hoje contam com oito patriarcados e muitas Igrejas independentes
(chamadas autocéfalas ou semi-autónomas), reconhecem um primado
de honra ao patriarca de Constantinopla. Os fiéis são cerca de 230
milhões", disse Alessandrello.
Depois explicou que “Kiev, em particular, é o berço histórico da
Ortodoxia Russa, porque aqui no século X se realizou a evangelização da
antiga Rússia, evento que culminou em 988 no baptismo do príncipe
Vladimir de Kiev, quando a povo russo recebeu a sua identidade cristã.
Durante séculos, Kiev foi a sede do primaz da Igreja Russa (até sua
mudança para Moscovo no século XVI) e permanece até hoje cidade cheia de
legado simbólico".
Em seguida, falou-se das tentativas, ao longo da história, de
reunificar a Igreja Ortodoxa com a Igreja Católica, no entanto,
sistematicamente, "caído em saco roto". Uma vez foi representada pelo
Concílio Ecuménico II, onde o tema da unidade dos cristãos foi colocado
no centro das discussões.
Acabado o Concílio, de fato, “aconteceu a abolição recíproca da
excomunhão do ano de 1054 em uma reunião entre o Patriarca Atenágoras e o
Papa Paulo VI", disse Alessandrello. "De fato, no século XX - disse o
palestrante -, para o Cristianismo poucos dias são históricos como o 5
de Janeiro de 1964. Cinquenta anos atrás, Paulo VI e o patriarca
ortodoxo de Constantinopla, Atenágoras, se encontraram e se abraçaram em
Jerusalém. No dia 6 de Janeiro o Papa fez a visita ao patriarca.
Fechava-se quase um milénio de excomunhão e de falta de comunicação. Era
uma reviravolta”.
Mas novas acções são esperadas no futuro para permitir que respirem
juntos os "dois pulmões da Europa" – parafraseando uma definição de João
Paulo II. "A personalidade do Patriarca Kirill e o Pontificado de
Ratzinger - foi lembrado - têm ajudado para mudar o eixo da relação
entre Roma e a Ortodoxia sobre as questões da colocação do cristianismo
no mundo contemporâneo, em particular aceitando o desafio de reavivar a
relação entre o cristianismo e a Europa, em uma perspectiva que Moscovo
concebe como euro-russa. Uma mudança significativa também do ponto de
vista geopolítico".
São do passado mais recente uma série de episódios significativos: o
apelo do papa Francisco ao presidente russo Putin para que defenda os
cristãos no Oriente, a manifestação de uma comum devoção de Francisco e
Putin à Virgem Maria e o anúncio do Santo Padre de uma viagem à Terra
Santa para celebrar com o Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu, os 50
anos do encontro entre o Papa Paulo VI e o Patriarca Atenágoras e,
portanto, reafirmar a unidade dos cristãos no mundo como essencial
estímulo de paz.
(Trad.TS)
(21 de Janeiro de 2014) © Innovative Media Inc.
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