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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

O Sagrado Coração impediu que ela o abortasse; drogado, ele quase a mata… Deus os mudou

Omar Jesús Maytorena hoje é um evangelizador comprometido 

Omar conta como se salvou de ser abortado, e como logo
a oração o tirou das drogas e o suicídio - hoje ajuda a muitos
Actualizado 11 de Janeiro de 2014

Danilo Picart / Portaluz

Anoitece no Peru e Omar Jesús Maytorena por fim pode dar-se um espaço para conversar com PortaLuz. Sem perder um minuto e através do sinal telefónico conta-nos que na sua família existem feridas da alma, históricas, feridas “do ventre materno”, que padeceram de geração em geração. Ele cresceu com um padre ausente.

Confidência que esta é uma realidade de família, porque também o seu avô... “viveu a vida sem esse amor vital. Isso transmitiu-o depois a minha mãe. Ela casou-se e o ano de matrimónio, estando grávida de mim, com 3 meses de gestação, sofreu a perda do seu esposo, meu pai, Guilhermo, num acidente de avião. Isto desmoronou-a”.

Rejeitado desde o ventre materno
Emocionado partilha que a sua mãe, Sara, equivocou o caminho nessa crise. “Tomou um avião com uma das minhas tias, para voar desde o México para os Estados Unidos e ir a uma clínica clandestina para abortar-me em Los Angeles.

Mas então ocorreu o primeiro milagre da minha vida. A minha mãe estava no lugar a minutos de abortar-me, volta a vista e à sua direita, inexplicavelmente, viu o Sagrado Coração de Jesus. O seu impacto foi tal que num par de segundos se incorporou vestiu-se e escapou correndo com a minha tia da clínica”.

Diz-nos Omar que a sua mãe sempre foi clara em afirmar que era impossível falar num lugar onde se cometiam assassinatos um quadro da Misericórdia de Jesus.

“Sejam as coisas assim, Jesus salvou-me da morte, mamã não me abortou, mas houve uma rejeição que se reflectiu quando eu tinha cerca de sete anos”. No vídeo Omar Jesús conta o testemunho de como Deus evitou que fosse abortado.


Havia constantes tensões na relação da mãe com o filho e nela, recorda Omar, foi-se enquistando um “ódio contra Deus, por ter levado o meu pai”.

Quando juntos partiram para os Estados Unidos, nada mudou. Mas ainda Omar recorda que odiava a sua mãe até ao ponto de não suportar que “ela me desse um abraço, um beijo, ou me dissesse «te amo».

Isto, somado ao escasso afecto que saía dela até mim, foi produzindo uma rejeição que eu não entendia porque se acrescentava, como um ódio inconsciente”.

As drogas e a sua mentira
A escalada do conflito foi tal que em pouco tempo regressaram ao México e Omar foi entregue pela sua mãe ao cuidado de María, a avó materna.

A mulher anciã, sendo assídua à Eucaristia, preocupou-se de nutrir com a fé a vida do seu neto e “graças a ela fiz aos 8 anos a minha primeira comunhão, ainda que o vivi mais como um acto social”.

Não tendo figuras referenciais protectoras nem guia clara o seu carácter curioso punha-o em situações de risco. Pouco tardou em inteirar-se de que nas fazendas dos seus tios, se encontravam as plantações do terceiro maior cartel de narcotráfico no México.

Com droga sem restrição e disponível tinha só 10 anos quando começou a drogar-se. Vivia-o no começo como um jogo com os seus primos. “Logo se tornou numa anestesia, uma falsa saída, para evadir a realidade pela dor, e daí, a marijuana não foi suficiente... Depois veio a cocaína e as pastilhas. Até aos 15 anos fui um viciado em termos clínicos.”

Durante esta etapa, a violência e o selvagismo apoderaram-se de Omar, ficando registado o seu encontro com a morte com estas palavras… “Foram três vezes as que tentei assassinar a minha mamã. A última vez, quando ia cumprir os meus 15 anos. Hoje tem uma cicatriz donde está uma raspagem da bala, onde graças a Deus não passou a mais, mas cheguei drogado a querer matá-la”.

Salvo do suicídio
O deterioro espiritual que causava o psicológico em Omar, não só se manifestava na sua agressão à mãe. Também ele era vítima desta violência irracional. Tentou suicidar-se, disse, em duas ocasiões. Numa destas, o meio foi uma sobredose…

Fiquei em coma três dias por uma sobredose de cocaína e quando a minha avó me encontra num hospital, os médicos disseram-lhe que havia somente duas alternativas: sair morto dessa clínica ou ficar como um vegetal. Mas a minha avó, que era participante da Renovação Carismática Católica, e uma mulher de fé, chamou um sacerdote e com outros leigos oraram sobre mim. Ela contou-me que em menos de quinze minutos, o que a medicina não pode fazer, fê-lo Cristo. E em menos de 24 horas, saí caminhando desse hospital”.

A própria vida olhando para Deus
Esta intervenção extraordinária de Deus não o deixou impávido e Omar iniciou a sua transformação. Tinha-o ante os seus olhos… Ele era amado por Deus através da sua avó. “Ela foi um instrumento de evangelização”, reconhece.

Em 1985 a sua avó María engenhou-as para conseguir que convidassem o neto para um retiro de jovens na catedral Metropolitana do México e além disso (o que era tarefa mais complexa), conseguir que assistisse. Seria determinante…

“Ali, reflectimos sobre o amor de Deus, o pecado, a salvação, a vida nova, o Espírito Santo, os sacramentos e a Santíssima Virgem Maria. Era um dia de sábado e estava em frente ao Santíssimo Sacramento. Éramos uns 150 jovens.

Num momento olhei fixamente a custódia e disse ao Senhor que se realmente ele existia, se não era um invento de monjas ou de padres, que por piedade se manifestasse, porque eu estava cansado, e necessitava uma vida, algo novo. Foi uma experiência formosíssima através da música, pouco a pouco o Senhor tocou o meu coração. Durante um momento de canto, aproximaram-se três jovens a orar por mim e experimentei o Amor de Deus”.

Ver a vida "como numa película"
Omar disse-nos que nesse momento de oração de libertação começou a ver como numa película a sua vida. Tomei consciência do dano que eu tinha provocado e entendi as razões pelas quais odiava a minha mãe. Mas logo na Adoração recordo claro ter escutado no meu coração Alguém que me dizia «Eu sou o teu Pai». Desde esse instante o homem novo iluminou a alma de Omar.

Um caminho de perdão e reconciliação

Depois desta experiência de Deus só desejava ver a sua mãe para pedir-lhe perdão. Sem dúvida, disse que o cenário não era fácil. “Foi exactamente um mês no qual ela me tratava mal se tentava aproximar-me. Não obstante, estando em casa da minha avó, depois de regressar de uma Eucaristia, encontrei a minha mãe esperando-me na sala principal, fincada. Ela, uma mulher muito alta, muito forte de carácter, de temperamento e soberba, vi-a humilhada!".

“Disse-me que ela queria viver o mesmo que podia ver tinha mudado a minha vida. Então aproximei-me, abracei-a e escuto que me diz com voz tremulosa: «Quero que rezes por mim, porque quero mudar». É neste momento quando pronuncio a oração mais curta, mas a mais eficaz que expressei na minha vida e impondo-lhe as minhas mãos no seu ombro, voltei ao céu e exclamei: «Senhor Jesus, dá-me uma mamã nova!»”.

Passaram 27 anos desde esta experiência de encontro e triunfo do amor, que sempre está disponível para partilhar em encontros e retiros ali onde o convidem. “A Eucaristia, o rezar do Rosário, a liturgia das horas (assinala ao finalizar…) renovam sempre esse Pentecostes no meu coração. Sou um cristão abençoado

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