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domingo, 19 de janeiro de 2014

O Papa se retractará com a nomeação de cardeais

O Papa Francisco e os cardeais
Esperam-se mudanças na composição geográfica
Será una decisão importante que marcará a direcção que quer

Redacção, 07 de Janeiro de 2014 às 17:58

O papa Francisco prepara-se para tomar uma das decisões mais importantes do seu jovem pontificado nas próximas semanas, quando nomear novos cardeais, os "príncipes da Igreja" que o ajudarão a forjar o futuro e que um dia elegerão o seu sucessor.

A escolha de cardeais é uma das mostras mais claras da direcção que o Papa quer que sigam os 1.200 milhões de católicos, e que tipo de homem quer que lhe suceda.

Francisco tratou de mudar a imagem da Igreja desde que foi eleito em Março, assim que a sua escolha dos cardeais, que assumirão o cargo em 22 de Fevereiro, é mais esperada que o habitual.

Aguarda-se que anuncie os escolhidos antes do final de Janeiro, para que possam levar-se a cabo os preparativos para o "consistório" cerimonial, mas até agora houve poucos rumores sobre os possíveis escolhidos.

No passado, era praticamente certo que os arcebispos das grandes dioceses ou aqueles que dirigiam os departamentos vaticanos obtivessem o solidéu cardinalício.

Mas Francisco, que renunciou à sua espaçosa suite papal e optou por um apartamento modesto na casa de convidados do Vaticano e se desloca num Ford Focus em lugar de na limusina Mercedes à prova de balas, mostrou que lhe importa pouco a tradição.

"Sente-se muito livre de escolher as pessoas que crê que deveriam estar nesses postos, independentemente do que se fez antes", disse o padre Antonio Spadaro, director do diário jesuíta Civilta Cattolica, que entrevistou o Papa no Verão.

"Certamente isso nos ajudará a entender melhor até onde quer que vá a Igreja", acrescentou.

ROMPENDO AS NORMAS

Na actualidade há 14 vagas no Colégio Cardinalício para os novos candidatos a entrar num conclave que elegerá o Papa.

As normas da Igreja limitam em teoria o número de "cardeais eleitores" a 120, mas Francisco pode decidir romper ou inclusive abolir essa norma.

Em qualquer caso, dez cardeais que são agora eleitores cumprirão 80 anos durante 2014, assim que Francisco poderia designar a até 24 novos cardeais eleitores e ainda assim voltar a ter 120 no final do ano.

Além das potenciais mudanças no equilíbrio entre liberais e conservadores, e elevar homens com qualidades pessoais que ele valorize, Francisco poderia alterar também a sua distribuição geográfica.

No conclave que elegeu Francisco em Março passado, 69 cardeais eram da Europa, apesar de que a Igreja sofreu um declive no número de fiéis no continente. Itália tem 28.

Comparativamente, só há 19 cardeais de toda a América Latina, uma região com o maior número de população católica do mundo, e 11 e 10 respectivamente em África e Ásia, onde a Igreja cresce rapidamente.

Francisco, que foi arcebispo de Buenos Aires, é o primeiro Papa latino-americano e o primeiro não europeu em 1.600 anos. (RD/Agencias)


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