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domingo, 19 de janeiro de 2014

A emocionante carta a Francisco do jovem padre Fabrizio, pouco antes de morrer, impacta na Internet

Actualizado 8 de Janeiro de 2014

Aleteia / Aciprensa 

O jovem sacerdote Fabrizio de
Michino morreu com 31 anos -
oferecia os seus sofrimentos pelo
Papa e a Igreja
Um jovem sacerdote comove nestes dias as redes sociais com a carta que dirigiu ao Papa Francisco antes de morrer no passado 1 de Janeiro, solenidade de Maria Mãe de Deus, por causa de um tumor que fez metástases no fígado e no baço.

Aqueles que o conhecem afirmam que o presbítero enfrentou sempre com alegria o sofrimento, que oferecia pela Igreja e pelo Santo Padre.

Segundo informa Aleteia, o Padre Fabrizio de Michino nasceu em Nápoles em 8 de Setembro de 1982. Quase três mil pessoas reuniram-se em Ponticelli para despedir-se dele na Basílica de Nossa Senhora da Neve, onde era vice pároco aos seus 31 anos.

O sacerdote faleceu na sua casa onde sempre se o viu com “um sorriso e uma palavra de consolo para os parentes e amigos que estiveram ao seu lado até o último suspiro”.

A continuação da carta do falecido sacerdote publicada em espanhol por Aleteia:

A Sua Santidade o Papa Francisco

Santo Padre,

Nas orações diárias que dirigiu a Deus, não deixou de rezar por você e pelo ministério que o Senhor mesmo Lhe confiou, para que possa dar-lhe sempre força e alegria para continuar anunciando a bela notícia do Evangelho.

Chamo-me Fabrizio De Michino e sou um sacerdote jovem da diocese de Nápoles. Tenho 31 anos e há cinco que sou sacerdote. Desenvolvo o meu serviço no Seminário Arcebispal de Nápoles como educador do grupo de diáconos, e numa paróquia em Ponticelli, que se encontra na periferia de Nápoles.

A paróquia, recordando o milagre sucedido na colina Esquilino, recebe o nome da Senhora das Neves e em 2014 celebrará o primeiro centenário da Coroação da estátua de madeira de 1500, muito querida para todos os seus habitantes.

Ponticelli é um bairro degradado pela sua pobreza e alta criminalidade, mas cada dia descubro verdadeiramente a beleza de ver o que o Senhor realiza nestas pessoas que se fiam de Deus e da Virgem.

Também eu, desde que estou nesta paróquia pude ampliar cada vez mais o meu amor confiado até à Mãe Celeste, experimentando também nas dificuldades, a sua proximidade e protecção.

Por desgraça, há três anos que me encontro lutando contra uma enfermidade rara: um tumor exactamente no interior do coração e desde há alguns meses, com metástases no fígado e no baço. Nestes anos nada fáceis, sem dúvida, nunca perdi a alegria de ser anunciador do Evangelho.

Também no cansaço percebo, verdadeiramente, esta força que não vem de mim mas sim de Deus que me permite desenvolver com simplicidade o meu ministério. Há uma citação bíblica que me está acompanhando e me infunde confiança na força do Senhor, é a de Ezequiel: “Dar-vos-ei um coração novo, meterei dentro de vós um Espírito novo, arrancarei de vós o coração de pedra e vos darei um coração de carne” (Ez 36, 26).

Neste tempo foi muito próxima a presença do meu bispo, o cardeal Crescenzio Sepe, que me apoia constantemente, ainda que às vezes me diga que descanse para não cansar-me demasiado.

Agradeço a Deus também pelos meus familiares e meus amigos sacerdotes que me ajudam e sustem sobretudo quando faço as diferentes terapias, partilhando comigo os diversos momentos de inevitável sofrimento. Também os meus médicos me apoiam muitíssimo e fazem o impossível para encontrar os tratamentos adequados para mim.

Santo Padre, estou-me alargando demasiado, mas só quero dizer-lhe que ofereço ao Senhor tudo isto pelo bem da Igreja e por Você de um modo especial, para que o Senhor o bendiga sempre e o acompanhe neste mistério de serviço e amor.

Rogo-lhe que me acrescente às suas orações: o que peço todos os dias ao Senhor é fazer a sua vontade, sempre e em todas as partes.

Frequentemente, é verdade, não peço a Deus a minha cura, mas sim a força e a alegria de continuar sendo um testemunho verdadeiro do seu amor e um sacerdote segundo o seu coração.

Certo das suas paternais orações, saúdo-o devotamente. Don Fabrizio De Michino”.


in


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