Foto: COMECE |
«Europa tem de voltar a afirmar-se como comunidade de solidariedade», diz a Comissão dos Episcopados do Velho Continente
Bruxelas, 28 out 2016 (Ecclesia) - A Comissão dos Episcopados Católicos
da União Europeia (COMECE), da qual Portugal faz parte, concluiu hoje a
sua assembleia plenária com um alerta a favor dos “mais pobres” do
Velho Continente.
Nas conclusões do encontro, enviadas à Agência ECCLESIA, aquele
organismo salientam que cerca de “119 milhões de europeus, quase um
quarto da população no território, vivem hoje com o risco da pobreza e
da exclusão social”.
Para o cardeal Reinhard Marx, presidente da COMECE, “o apoio aos mais
pobres tem que ser prioridade para a Igreja Católica”, bem como para as
instituições em Bruxelas e os Estados-membros.
O responsável católico recorda que “o projeto europeu” partiu da
premissa de “dar a todos na comunidade a possibilidade de viver em paz e
prosperidade”.
Algo que “ainda não foi atingido mas é o principal desígnio da União Europeia”, acrescenta o prelado alemão.
A assembleia plenária da COMECE incluiu contactos com a Cáritas Europa,
com representante da Comissão Europeia e com as autoridades locais.
Estas conversações vão ter como resultado prático um documento a ser
lançado em breve, com propostas da Igreja Católica no âmbito da
dignidade da pessoa humana, para que esta seja colocada no centro das
medidas políticas de combate à pobreza.
Os 28 bispos que compõem a COMECE - Portugal é representado no
organismo por D. Manuel Clemente - atestaram também a vontade da
Comissão Europeia em reforçar o diálogo com a Igreja Católica, em
matéria de política social.
Para o arcebispo de Luxemburgo, D. Jean-Claude Hollerich, “a Europa tem
de se afirmar novamente como uma comunidade de solidariedade”.
“A sobrevivência do projeto europeu depende disso”, disse aquele responsável.
Outro tema que dominou a assembleia geral da COMECE foi a questão das
migrações, com os bispos católicos a renovarem o seu apelo para a
implementação de um sistema de asilo comum a toda a UE e sustentado por
todos os Estados-membros.
JCP
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