De acordo com os principais jornais
britânicos e norte-americanos, a prisão de Balda e Chaoqui destaca
divisões cada vez mais evidentes na Cúria entre aqueles que apoiam o
papa e aqueles que querem desacreditá-lo
Roma,
06 de Novembro de 2015
(ZENIT.org)
A prisão do monsenhor espanhol Lucio Angel Vallejo Balda e da leiga
italiana Francesca Immacolata Chaoqui constitui um novo Vatileaks para
os principais jornais da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos. A imprensa anglo-saxónica, assim como a italiana, relaciona o caso com a publicação
de dois livros sobre escândalos financeiros no Vaticano: “Via Crucis”,
do jornalista Gianluigi Nuzzi, e “Avarizia”, do também jornalista
Emiliano Fittipaldi. Uma das acusações contra Balda e Chaoqui é
justamente a de estarem entre as fontes desses livros, vazando para isso
documentos confidenciais.
Não podia faltar a referência ao escândalo de Paolo Gabriele, o mordomo do papa Bento XVI. Diz The Guardian: "A prisão de dois ex-membros da comissão criada pelo papa Francisco para cuidar da reforma das finanças da Igreja tem sido comparada ao escândalo Vatileaks, que muitos acreditam que levou à surpreendente renúncia de Bento XVI em 2013. No Vaticano, o vazamento de informações é considerado o método preferido dos adversários de Francisco para desacreditá-lo".
O jornal britânico descreve o monsenhor Balda como "o mais alto membro da Cúria já preso" e o vincula à "organização católica conservadora Opus Dei". Francesca Chaoqui é apresentada como "especialista em relações públicas" e já conhecida pela media mesmo antes de entrar na comissão do Vaticano, "por ter escrito alguns tweets em que declarava que o ex-secretário de Estado, o cardeal Tarcisio Bertone, era corrupto". The Guardian também salientou que os dois livros recém-lançados e baseados em documentos confidenciais descrevem "uma forte resistência aos esforços de reforma do papa e uma completa falta de transparência na gestão das finanças do Vaticano".
Sobre os últimos livros de Nuzzi e Fittipaldi também se concentrou o site do Telegraph: o Vaticano emergiria como "um buraco negro financeiro em que milhões de euros são perdidos entre esbanjamentos e má gestão; muitas doações para os pobres acabam alimentando o estilo de vida de monsenhores gananciosos e defensores do status quo, que se opõem aos programas de reforma do papa Francisco". O jornal também aponta que o livro de Nuzzi lança luz sobre "as resistências que a comissão criada por Francisco encontrou nas estruturas do Vaticano, avessas a serem supervisionadas em suas despesas". Quanto ao livro de Fittipaldi, o Telegraph destaca que as fontes do jornalista lhe informaram que "a fundação que controla o hospital pediátrico Bambino Gesù, em Roma, teria financiado com 200.000 euros a reforma do apartamento de Bertone, o ex-secretário de Estado do Vaticano".
Por sua vez, o New York Times conta que "as duas prisões se juntam às intrigas e lutas internas que parecem intensificar-se em torno de Francisco. Seu impulso reformista sacudiu a Cúria e encontrou duras resistências de grupos de interesse tanto dentro quanto fora do Vaticano". Sobre os dois livros, o jornal diz que "ambos pretendem oferecer vislumbres da turbulência em torno a Francisco, aos seus planos de reforma das finanças vaticanas e às operações da Cúria e do IOR, instituições há muito contaminadas por escândalos e corrupção que contribuíram para a renúncia, em 2013, de Bento XVI, o primeiro papa a se aposentar do cargo em 600 anos".
De acordo com o Washington Post, "num momento em que o papa lida com profundas divisões na hierarquia da Igreja a propósito do rumo de seu pontificado, estas detenções poderiam destacar ainda mais as divisões internas entre os seus aliados e as facções que se opõem à sua reforma. Também podem representar uma nova fase para o Vaticano, que se deliciava em um clima de imprensa favorável em torno a Bergoglio e que agora pode mudar de atitude".
O diário norte-americano também relata um comentário de Lorenzo Fazio, diretor da editora responsável pelo livro “Via Crucis”: "Nós não roubamos nada de ninguém. Este é o terceiro livro de Nuzzi sobre o Vaticano e todos se baseiam em documentos incontestáveis. Neste último livro, ele fala do poder da Cúria, compartilhando publicamente verdades que só podem fazer bem à necessidade de reforma expressa de tantas formas pelo papa Francisco". O artigo observa ainda que a Gendarmaria Vaticana "é um pequeno corpo de polícia que age de forma independente e não precisa da aprovação papal para efetuar prisões, embora as investigações e detenções ‘de alto perfil’ tenham frequentemente uma supervisão de cima". De acordo com o diretor da sala de imprensa do Vaticano, padre Federico Lombardi, o papa interveio no caso "respeitando as competências das instituições vaticanas".
Não podia faltar a referência ao escândalo de Paolo Gabriele, o mordomo do papa Bento XVI. Diz The Guardian: "A prisão de dois ex-membros da comissão criada pelo papa Francisco para cuidar da reforma das finanças da Igreja tem sido comparada ao escândalo Vatileaks, que muitos acreditam que levou à surpreendente renúncia de Bento XVI em 2013. No Vaticano, o vazamento de informações é considerado o método preferido dos adversários de Francisco para desacreditá-lo".
O jornal britânico descreve o monsenhor Balda como "o mais alto membro da Cúria já preso" e o vincula à "organização católica conservadora Opus Dei". Francesca Chaoqui é apresentada como "especialista em relações públicas" e já conhecida pela media mesmo antes de entrar na comissão do Vaticano, "por ter escrito alguns tweets em que declarava que o ex-secretário de Estado, o cardeal Tarcisio Bertone, era corrupto". The Guardian também salientou que os dois livros recém-lançados e baseados em documentos confidenciais descrevem "uma forte resistência aos esforços de reforma do papa e uma completa falta de transparência na gestão das finanças do Vaticano".
Sobre os últimos livros de Nuzzi e Fittipaldi também se concentrou o site do Telegraph: o Vaticano emergiria como "um buraco negro financeiro em que milhões de euros são perdidos entre esbanjamentos e má gestão; muitas doações para os pobres acabam alimentando o estilo de vida de monsenhores gananciosos e defensores do status quo, que se opõem aos programas de reforma do papa Francisco". O jornal também aponta que o livro de Nuzzi lança luz sobre "as resistências que a comissão criada por Francisco encontrou nas estruturas do Vaticano, avessas a serem supervisionadas em suas despesas". Quanto ao livro de Fittipaldi, o Telegraph destaca que as fontes do jornalista lhe informaram que "a fundação que controla o hospital pediátrico Bambino Gesù, em Roma, teria financiado com 200.000 euros a reforma do apartamento de Bertone, o ex-secretário de Estado do Vaticano".
Por sua vez, o New York Times conta que "as duas prisões se juntam às intrigas e lutas internas que parecem intensificar-se em torno de Francisco. Seu impulso reformista sacudiu a Cúria e encontrou duras resistências de grupos de interesse tanto dentro quanto fora do Vaticano". Sobre os dois livros, o jornal diz que "ambos pretendem oferecer vislumbres da turbulência em torno a Francisco, aos seus planos de reforma das finanças vaticanas e às operações da Cúria e do IOR, instituições há muito contaminadas por escândalos e corrupção que contribuíram para a renúncia, em 2013, de Bento XVI, o primeiro papa a se aposentar do cargo em 600 anos".
De acordo com o Washington Post, "num momento em que o papa lida com profundas divisões na hierarquia da Igreja a propósito do rumo de seu pontificado, estas detenções poderiam destacar ainda mais as divisões internas entre os seus aliados e as facções que se opõem à sua reforma. Também podem representar uma nova fase para o Vaticano, que se deliciava em um clima de imprensa favorável em torno a Bergoglio e que agora pode mudar de atitude".
O diário norte-americano também relata um comentário de Lorenzo Fazio, diretor da editora responsável pelo livro “Via Crucis”: "Nós não roubamos nada de ninguém. Este é o terceiro livro de Nuzzi sobre o Vaticano e todos se baseiam em documentos incontestáveis. Neste último livro, ele fala do poder da Cúria, compartilhando publicamente verdades que só podem fazer bem à necessidade de reforma expressa de tantas formas pelo papa Francisco". O artigo observa ainda que a Gendarmaria Vaticana "é um pequeno corpo de polícia que age de forma independente e não precisa da aprovação papal para efetuar prisões, embora as investigações e detenções ‘de alto perfil’ tenham frequentemente uma supervisão de cima". De acordo com o diretor da sala de imprensa do Vaticano, padre Federico Lombardi, o papa interveio no caso "respeitando as competências das instituições vaticanas".
(06 de Novembro de 2015) © Innovative Media Inc.
in
Sem comentários:
Enviar um comentário