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sexta-feira, 12 de abril de 2013

Não é o dinheiro, nem a vaidade, nem o poder: só o amor de Deus é que dá a dignidade

Homilia na Santa Casa Marta: Francisco convida a confiar firmemente no amor de Deus, única "verdadeira salvação"


Roma,


"Nosso Senhor não nos salva com uma carta, com um decreto, mas sim com o seu amor", a ponto de enviar ao mundo o seu Filho unigénito "para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna".

O anúncio pascal ressoou vigorosamente, esta manhã, nas palavras do papa Francisco durante a missa na capela da Domus Sanctae Marthae, concelebrada com os cardeais Sodano e Comastri. Estavam presentes também alguns funcionários da Fábrica de São Pedro e a ministra do Interior italiano, Anna Maria Cancellieri, acompanhada por familiares.

Inspirado no evangelho da liturgia do dia, o Santo Padre centrou a breve homilia no amor de Deus pela humanidade: "Um amor tão grande que o faz mandar o próprio Filho, que se tornou um de nós, que caminhou junto connosco". E isso, destacou o papa, "nos salva".

Mas "o que significa esta salvação? O que significa ser salvo?". Significa reobter de Deus a "dignidade" de ser seus filhos. Uma dignidade que cresce "até o encontro definitivo com ele" e que "é o caminho da salvação", acrescentou o papa Francisco. "E isso é belo, só o amor faz isso. Somos dignos, somos mulheres e homens de esperança. Isto é o que significa ser salvos pelo amor".

No entanto, disse o papa, "perdemos" esta dignidade, esquecemos a esperança que Deus nos deu e continua nos dando. O resultado é que, às vezes, "acreditamos que conseguimos" quando enfrentamos as dificuldades, achamos ser suficientes, baseando tudo em ilusões e em idolatrias.

Por exemplo, o dinheiro. Disse o Santo Padre: “Às vezes pensamos: estou seguro, tenho dinheiro, não tem problema... Ou então: eu tenho dignidade, a dignidade de uma pessoa rica. Mas isso não basta”, disse ele, lembrando a parábola evangélica do homem que acumulou grande riqueza em seu celeiro e disse: "Farei outro para possuir mais e depois dormirei em paz". "Isto não é salvação. É uma salvação temporária, aparente!", ressaltou o papa. Àquele homem da parábola, aliás, o Senhor disse: "Insensato! Nesta mesma noite pedir-te-ei a vida!".

Outras vezes, prosseguiu o papa, "nós pensamos que nos salvaremos com a vaidade, com o orgulho, ao nos acharmos poderosos...". Mas "isso também não funciona", porque serve apenas "para mascarar a nossa pobreza, os nossos pecados, com a vaidade, com o orgulho... E isso também acaba".

Existe uma única "verdadeira salvação", observou o papa, e ela "está na dignidade que Deus nos dá, que Cristo nos deu na Páscoa".


Quase como um suspiro de alívio de sua alma simples, o papa exclamou: "É belo acreditar no amor, esta é que é a verdade. É a verdade da nossa vida".


O convite no final da homilia foi o de “fazer hoje um ato de fé”, orando: “Senhor, eu creio. Eu acredito no teu amor. Acredito que o teu amor me salvou. Acredito que o teu amor me deu a dignidade que eu não tinha. Acredito que o teu amor me dá esperança”. Fortalecidos por esta fé, “abramos nossos corações para receber esse amor, para que ele nos complete e nos faça amar os outros. Que assim seja”.



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