Missa matutina em Santa Marta: papa Francisco agradece à equipe de Segurança Pública do Vaticano pelos serviços prestados
Cidade do Vaticano,
Uma pessoa real, não um “deus-spray”: esta foi a singular
metáfora usada pelo papa Francisco para descrever a natureza humana e
divina de Jesus Cristo na homilia da missa de ontem, na Casa Santa
Marta. Participaram da celebração os funcionários da Segurança Pública
da Cidade do Vaticano.
Deus é uma pessoa concreta, explicou o pontífice. Ele é Pai, e por
isso a fé nasce do encontro concreto com Ele, na experiência da
filiação.
No evangelho (Jo 6, 44-51), Jesus diz à multidão: “Quem crê tem
palavras de vida eterna”. O ato de crer, porém, não é suficiente, e
aquilo em que muitos crêem pode não ser o Deus cristão. É fácil topar
com pessoas que dizem acreditar em Deus, tendo dele uma ideia
extremamente aproximativa, sem, porém, saber descrever a sua identidade.
“Um ‘deus difuso’, um ‘deus-spray’, que está um pouco por toda parte,
mas não se sabe o que é”, disse o santo padre em referência à confusão
doutrinal que aflige tantos crentes, cristãos inclusive.
“Nós acreditamos no Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo. Nós
acreditamos em Pessoas, e, quando falamos com Deus, falamos com Pessoas:
ou eu falo com o Pai, ou com o Filho, ou com o Espírito Santo. Esta é a
fé”.
Quando Jesus afirma que ninguém pode chegar até ele “a não ser que o
Pai o atraia”, fica claro que “ir até Jesus, encontrar Jesus, conhecer
Jesus, é um presente”, acrescentou o papa.
Foi o que aconteceu com o funcionário da rainha da Etiópia,
protagonista da primeira leitura (At 8, 26-40): por mais apegado ao
dinheiro que ele pudesse parecer, ao ouvir Filipe falar de Jesus ele
intuiu a “boa nova”, sentindo “alegria” e desejo de se baptizar
imediatamente.
“Quem tem a fé, tem a vida eterna”, prosseguiu Francisco. “Mas a fé é
um dom, é o Pai quem a dá. Nós temos que prosseguir neste caminho”,
durante o qual poderá nos acontecer o que aconteceu ao funcionário
etíope, que se converteu, e, “cheio de alegria”, seguiu a sua estrada
tendo entendido o Antigo Testamento à luz da ressurreição, graças a
Filipe.
A “alegria da fé”, portanto, é aquela de quem encontra Jesus, a
alegria que dá paz, não como a dá o mundo, mas como a dá Ele. “Peçamos
ao Senhor que nos faça crescer nesta fé, nesta fé que nos torna fortes,
alegres, essa fé que começa sempre no encontro com Jesus e que continua
sempre na vida com os pequenos encontros diários com Jesus”, concluiu o
santo padre.
No final da missa, o papa Francisco cumprimentou e agradeceu à equipe
da Segurança Pública do Vaticano pelos serviços desenvolvidos “em prol
do bem comum, da paz comum”, que aspira à “rectidão da mente”, ao “vigor
do querer”, à “honestidade” e à “serenidade”.
in
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