Abordadas questões de interesse recíproco, como conflitos e emergências humanitárias
Roma,
O santo padre recebeu ontem no Vaticano o secretário geral 
da Organização das Nações Unidas, o sul-coreano Ban Ki-Moon, durante 
cerca de vinte minutos. O encontro ocorreu no mesmo dia em que a Coreia 
do Norte lançou uma nova ameaça de guerra termonuclear contra Seul e 
contra os Estados Unidos. Pyongyang sugeriu que os estrangeiros em 
território sul-coreano deixem o país devido à iminência de conflito.
Ban Ki-Moon disse a Francisco que “o conflito entre as Coreias do 
Norte e do Sul corre o risco de sair de controle", conforme resumo do 
encontro feito pelo próprio secretário geral da ONU à imprensa. "A 
dimensão das tensões se tornou muito perigosa. Um pequeno incidente 
desencadeado por erro de cálculo poderia desembocar numa situação fora 
de controle".
A Santa Sé quis dar à audiência uma abrangência maior que o tema da 
crise coreana: “O encontro entrou na habitual audiência que os 
pontífices concedem aos secretários gerais da ONU, para expressar a 
estima da Santa Sé pelo papel crucial das Nações Unidas na defesa da paz
 no mundo, na promoção do bem comum da humanidade e na tutela dos 
direitos fundamentais do ser humano”, informou a assessoria de imprensa 
do Vaticano, acrescentando que “o colóquio se caracterizou pela 
cordialidade”. A conversa abordou “questões de interesse recíproco. Em 
particular, foram tratadas situações de conflito e de grave emergência 
humanitária, principalmente na Síria, e outras como as da península 
coreana e do continente africano, onde a paz e a estabilidade estão 
ameaçadas”.
A Santa Sé abordou também “o problema do tráfico de pessoas, especialmente de mulheres e de refugiados e migrantes”.
O secretário geral da ONU, que começou o segundo mandato, apresentou 
ao papa nesta visita o seu programa para o próximo quinquénio, "focado 
na prevenção dos conflitos, na solidariedade internacional e no 
desenvolvimento económico equitativo e sustentável", informou o 
Vaticano.
O papa Francisco recordou a Ban Ki-Moon a contribuição da Igreja 
católica a partir da sua identidade e dos seus meios próprios "em favor 
da dignidade humana integral e da promoção de uma cultura do encontro, 
que colabora com os fins institucionais mais elevados da ONU”.
Depois de se despedir do santo padre, Ban Ki-Moon se reuniu com o 
cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado, acompanhado por dom 
Antoine Camilleri, subsecretário para as Relações com os Estados.
Nesta quinta-feira, o secretário geral das Nações Unidas já estará 
nos Estados Unidos para uma reunião com o presidente Barack Obama. O 
tema central será a Coreia.  
in
 
 
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