As artes marciais salvaram-no da violência de bairro
Jesse Romero intensificou a sua fé graças aos conselhos de um evangélico... E logo o evangélico converteu-se debaixo da sua influência.
Actualizado 2 Março 2013
C.L. / ReL
"Compreendi que estava feito para o céu": assim sintetiza Jesse Romero as razões pelas quais a sua vida deu um salto até o compromisso como laico católico quando deixou a Policia.
A ver a quem matam hoje...
Tem agora 49 anos e nasceu em São Bernardo, um bairro de Los Angeles marcado pelos assassinatos. Na sua família o tomavam com humor negro: "Sentávamo-nos em casa e comentávamos a quem matariam esse fim-de-semana. É o que conhecíamos. Pensávamos que isso era normal".
Norte-americano de segunda geração (filho de mexicanos), atribui boa parte da violência dos grupos latinos à falta de integração e identidade dos jovens, não considerados mexicanos no país dos seus pais, nem estadunidenses de verdade no seu próprio. A tentação de unir-se a grupos como Brown Power, racistas e anti-brancos.
Para Romero, as coisas pintavam mal, mas encontrou nas artes marciais uma forma de escapar aos perigos do bairro. "Deus usou as artes marciais para separar-nos de tudo isso aos meus irmãos e a mim durante a nossa adolescência", recorda: "Ensinaram-nos respeito, disciplina e controlo mental. Enquanto outros rapazes do bairro drogavam-se, bebiam, escutavam música ou eram promíscuos com as mulheres, nós preparávamo-nos para o nosso próximo torneio de karaté".
Um cursilho que o mudou todo
O lar dos Romero era católico, mas só "culturalmente". Não havia interesse em crescer na fé. Ele ia a um colégio católico, e assistia à missa aos domingos para não desagradar aos seus pais, mas considerava o catolicismo "uma religião de mulheres". As artes marciais - este era o lado mau do seu passatempo - preenchiam completamente a sua vida.
Mas quando ele tinha por volta dos vinte anos, algo veio mudar a sua vida. Os seus pais assistiram a um cursilho matrimonial de fim-de-semana, porque estavam tendo problemas. E esse cursilho os influenciou profundamente. O seu pai, alcoólico e ausente, deixou de beber e começou a ler a Bíblia. Junto com a sua mulher, inscreveu-se na Legião de Maria e num grupo carismático de oração. Começou a vir gente a casa para rezar.
Isso repercutiu-se em Jesse, quando viu nos seus pais que "alguém que não praticava a fé podia mudar da noite à manhã, porque os meus pais levam já trinta anos sendo uns católicos de fé vibrante". Mas a sua hora ainda não tinha soado.
O evangélico evangelizado
Aos 21 anos, Romero tinha-se incorporado no Departamento do Sheriff de Los Angeles. Gostava de ver os criminosos na cadeia. Quando levava cinco anos de serviço, um companheiro da polícia, Paul Clay, protestante evangélico, perguntou-lhe pela sua relação com Cristo e animou-o a ler a Bíblia. Fê-lo, e a sua atitude até à fé mudou: "Recordo um dia ter chorado perante uma imagem do Sagrado Coração, pedindo a Jesus amá-lo como Paul". Para surpresa da sua mulher - entretanto tinha-se casado -, deixou de beber e blasfemar e começou a rezar.
O seu pároco sugeriu-lhe fazer um curso de apologética de trinta horas, e ao terminar disse à sua esposa: "Sinto-me em casa. Jesus fundou a Igreja católica e vamos ir à Igreja católica o resto das nossas vidas". Ao cabo de algum tempo, a influência de Jesse sobre o seu companheiro Paul Clay provocou também a conversão deste ao catolicismo.
Adeus ao polícia, bem-vindo o pregador
Quando não estava de serviço, Jesse começou a colaborar na sua paróquia, a de Santa Rosa no bairro de São Fernando, dando aulas de confirmação: "Encantava-me. As pessoas diziam-me que quando falava da Bíblia o fazia com convicção". Deixou notar a sua pegada na comunidade.
Ao cabo de uns anos, Romero teve que deixar a Polícia em consequência de uma lesão. E então decidiu comprometer-se a tempo inteiro como evangelista católico.
Desde então não deixou de fazê-lo, tanto em paróquias como nos meios de comunicação, em inglês e em espanhol, e dirige um programa de rádio, Razões para a fé. A sua história circulou em dez mil CD vendidos, e chamam-lhe desde todo o país como pregador ou conselheiro. Duas vezes ao mês oferece um curso de Bíblia em Hollywood para as pessoas da indústria do entretenimento. E agora está empenhado em criar uma Escola de Evangelização que proporá ao arcebispo de Los Angeles, José Gómez, para criar "um exército de soldados de Cristo e sair a exercer como missionários".
"Os americanos de segunda geração", conclui, "perguntamo-nos quem somos. Quando descobri que eu era um filho de Deus, que Deus era meu pai e Jesus meu irmão, caíram as escamas dos meus olhos. Senti-me libertado. Compreendi que estava feito para o céu".
Jesse Romero intensificou a sua fé graças aos conselhos de um evangélico... E logo o evangélico converteu-se debaixo da sua influência.
Actualizado 2 Março 2013
C.L. / ReL
"Compreendi que estava feito para o céu": assim sintetiza Jesse Romero as razões pelas quais a sua vida deu um salto até o compromisso como laico católico quando deixou a Policia.
A ver a quem matam hoje...
Tem agora 49 anos e nasceu em São Bernardo, um bairro de Los Angeles marcado pelos assassinatos. Na sua família o tomavam com humor negro: "Sentávamo-nos em casa e comentávamos a quem matariam esse fim-de-semana. É o que conhecíamos. Pensávamos que isso era normal".
Norte-americano de segunda geração (filho de mexicanos), atribui boa parte da violência dos grupos latinos à falta de integração e identidade dos jovens, não considerados mexicanos no país dos seus pais, nem estadunidenses de verdade no seu próprio. A tentação de unir-se a grupos como Brown Power, racistas e anti-brancos.
Para Romero, as coisas pintavam mal, mas encontrou nas artes marciais uma forma de escapar aos perigos do bairro. "Deus usou as artes marciais para separar-nos de tudo isso aos meus irmãos e a mim durante a nossa adolescência", recorda: "Ensinaram-nos respeito, disciplina e controlo mental. Enquanto outros rapazes do bairro drogavam-se, bebiam, escutavam música ou eram promíscuos com as mulheres, nós preparávamo-nos para o nosso próximo torneio de karaté".
Um cursilho que o mudou todo
O lar dos Romero era católico, mas só "culturalmente". Não havia interesse em crescer na fé. Ele ia a um colégio católico, e assistia à missa aos domingos para não desagradar aos seus pais, mas considerava o catolicismo "uma religião de mulheres". As artes marciais - este era o lado mau do seu passatempo - preenchiam completamente a sua vida.
Mas quando ele tinha por volta dos vinte anos, algo veio mudar a sua vida. Os seus pais assistiram a um cursilho matrimonial de fim-de-semana, porque estavam tendo problemas. E esse cursilho os influenciou profundamente. O seu pai, alcoólico e ausente, deixou de beber e começou a ler a Bíblia. Junto com a sua mulher, inscreveu-se na Legião de Maria e num grupo carismático de oração. Começou a vir gente a casa para rezar.
Isso repercutiu-se em Jesse, quando viu nos seus pais que "alguém que não praticava a fé podia mudar da noite à manhã, porque os meus pais levam já trinta anos sendo uns católicos de fé vibrante". Mas a sua hora ainda não tinha soado.
O evangélico evangelizado
Aos 21 anos, Romero tinha-se incorporado no Departamento do Sheriff de Los Angeles. Gostava de ver os criminosos na cadeia. Quando levava cinco anos de serviço, um companheiro da polícia, Paul Clay, protestante evangélico, perguntou-lhe pela sua relação com Cristo e animou-o a ler a Bíblia. Fê-lo, e a sua atitude até à fé mudou: "Recordo um dia ter chorado perante uma imagem do Sagrado Coração, pedindo a Jesus amá-lo como Paul". Para surpresa da sua mulher - entretanto tinha-se casado -, deixou de beber e blasfemar e começou a rezar.
O seu pároco sugeriu-lhe fazer um curso de apologética de trinta horas, e ao terminar disse à sua esposa: "Sinto-me em casa. Jesus fundou a Igreja católica e vamos ir à Igreja católica o resto das nossas vidas". Ao cabo de algum tempo, a influência de Jesse sobre o seu companheiro Paul Clay provocou também a conversão deste ao catolicismo.
Adeus ao polícia, bem-vindo o pregador
Quando não estava de serviço, Jesse começou a colaborar na sua paróquia, a de Santa Rosa no bairro de São Fernando, dando aulas de confirmação: "Encantava-me. As pessoas diziam-me que quando falava da Bíblia o fazia com convicção". Deixou notar a sua pegada na comunidade.
Ao cabo de uns anos, Romero teve que deixar a Polícia em consequência de uma lesão. E então decidiu comprometer-se a tempo inteiro como evangelista católico.
Desde então não deixou de fazê-lo, tanto em paróquias como nos meios de comunicação, em inglês e em espanhol, e dirige um programa de rádio, Razões para a fé. A sua história circulou em dez mil CD vendidos, e chamam-lhe desde todo o país como pregador ou conselheiro. Duas vezes ao mês oferece um curso de Bíblia em Hollywood para as pessoas da indústria do entretenimento. E agora está empenhado em criar uma Escola de Evangelização que proporá ao arcebispo de Los Angeles, José Gómez, para criar "um exército de soldados de Cristo e sair a exercer como missionários".
"Os americanos de segunda geração", conclui, "perguntamo-nos quem somos. Quando descobri que eu era um filho de Deus, que Deus era meu pai e Jesus meu irmão, caíram as escamas dos meus olhos. Senti-me libertado. Compreendi que estava feito para o céu".
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