Recebe Dima Roussef, Bartolomeu I, Hilarión, Di Segni e outros líderes religiosos. Amanhã, o Prémio Nobel Pérez Esquivel
Roma,
O Papa Francisco teve uma agenda cheia nesta manhã. Depois
de receber no Vaticano a presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, encontrou
os "delegados fraternos de Igrejas e comunidades eclesiais".
Primeiro recebeu Bartolomeu I, Patriarca Ecuménico de
Constantinopla, que assistiu a cerimónia do início de pontificado. Em
seguida, esteve com o Metropolita russo Hilarion, ‘chanceler’ do
patriarcado de Moscovo e de todas as Rússias.
Na Sala Clementina houve um encontro com líderes e representantes de
outras religiões. E a última audiência foi com o director executivo do
Latin American Jewish Congress, Claudio Epelman.
Uma programa repleto de encontros que continuará nesta quinta-feira,
quando Francisco encontrará o prémio nobel da Paz, o argentino, Pérez
Esquivel, que dias atrás desmentiu categoricamente as acusações que
tentavam vincular o Papa Francisco com a ditadura militar do seu país.
Na sexta-feira receberá em audiência o corpo diplomático e no sábado visitará, em Castel Gandolfo, Sua Santidade Bento XVI.
Ao meio-dia, na Sala Clementina, em um ambiente muito descontraído,
celebrou-se o encontro inter-religioso. Francisco estava sentado numa
cadeira estofada de cor clara, tipo Luís XII, muito mais austera do que o
trono dourado que geralmente se usa, encima de uma simples plataforma.
Atrás dele, em mármore, estava o escudo do Vaticano com as chaves de São
Pedro.
Em nome de todos os presentes o Patriarca Ecuménico de
Constantinopla, Bartolomeu I, cumprimentou Francisco, indicando a
necessidade das igrejas de se afastarem da mundanidade e promover a
unidade entre os cristãos.
Francisco, agradeceu chamando-lhe sucessor do apóstolo André, “Meu
irmão André”. E afirmou que graças à presença dos representantes das
diferentes comunidades à Missa de ontem, sentia “de forma ainda mais
forte a oração pela unidade entre os crentes em Cristo e, ao mesmo
tempo, se podia entrever, de algum forma, sua realização plena que
depende do plano de Deus e da nossa leal colaboração”.
Também significativa a presença do metropolita Hilarión, enviado pelo
Patriarcado de Moscovo, levando uma carta do patriarca de todas as
Russias Kirill e presenteando uma belíssima ícone de Nossa Senhora com o
menino. Como se sabe, João Paulo II desejou visitar a Rússia e não foi
possível. Ainda que as relações com o Patriarcado de Moscovo melhoraram
com Bento XVI, ainda não pôde acontecer. Esta presença do metropolita
Hilarión abre de novo a esperança para os católicos russos.
Francisco manifestou “especial alegria por encontrar-me hoje com
vocês, delegados das Igrejas Ortodoxas Orientais e das comunidades
eclesiais do Ocidente.
O Santo Padre pronunciou com voz tranquila o seu discurso, que muitas vezes parecia mais falado do que lido.
À sua direita e esquerda sentaram-se os líderes e representantes das
várias religiões, com suas vestes características: terno normal com a
kipá; as túnicas negras dos ortodoxos, com o véu que lhes distingue,
branco ou preto, com a sua corrente e medalhão; os muçulmanos, alguns
com terno e gravata, e outros com túnica branca com fez vermelho.
O Santo Padre saudou também os membros de outras tradições
religiosas, os muçulmanos "que adoram ao Deus, único vivente e
misericordioso, e o invocam na oração".
"Desejo assegurar – disse aos presentes – o caminho dos meus
antecessores, a firme vontade de continuar no caminho do diálogo
ecuménico".
E convidou-lhes a dar "testemunho da verdade, bondade e da beleza de
Deus”. Reiterou o compromisso da Igreja em promover a amizade e o
respeito dos povos, a unidade dos cristãos e o diálogo com as religiões
monoteístas: judeus, muçulmanos. Mas também daqueles que têm outras
religiões ou nenhuma.
"Depois da troca de cartas entre o bispo de Roma e o rabino Di Segni –
aparece na página da comunidade judaica de Roma – e das cordiais
saudações com toda a comunidade judaica da capital, houve um primeiro
encontro direto”. E acrescenta que “Bergoglio sublinhou a importância do
diálogo com o judaísmo, confirmando a vontade de continuar na caminho
do diálogo, partindo das bases colocadas pelo Concílio Vaticano II”, com
o desejo de encontrar-se novamente em breve para promover novos passos
no caminho do diálogo”.
O bispo Munib Younan, presidente da Federação Luterana Mundial disse
aos microfones da Rádio Vaticana que é preciso ser realistas sobre este
papa e não esperar poucas coisas. “Existem grandes expectativas por
parte de todos”, e que “é um bom sintoma de que o novo papa venha do
Sul”. Assim como a “humildade que o caracteriza e que mostra o mundo”.
in
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