Francisco visita Bento XVI em Castel Gandolfo
Actualizado 23 de Março de 2013
ReL
Num acto histórico e sem precedentes na história moderna, o papa Francisco visitou este sábado ao meio dia o seu antecessor, Bento XVI, no Palácio Pontifício de Castel Gandolfo, a 25 quilómetros ao sul de Roma. (Veja o vídeo abaixo).
Depois de um voo de 20 minutos, Francisco aterrou no heliporto de Castel Gandolfo - construído onde terminam os jardins da residência - e foi recebido por Bento XVI, o bispo de Albano, Marcello Semeraro, e pelo director das Villas Pontifícias, Savero Petrillo.
O pontífice regressará à Santa Sé depois do almoço, a uma hora que não foi precisada.
O Papa Francisco foi recebido por Bento XVI no mesmo heliporto de Castel Gandolfo às 12:15 da manhã.
Dois Papas unidos em oração e fraternidade, uma força espiritual insólita na História da Igreja
Ambos os Papas fundiram-se num "comovedor abraço", segundo testemunhou Lombardi (na Argentina traduzem-no como “lindíssimo abraço”).
Depois, o Pontífice e o Papa emérito foram orar juntos à capela da residência de Castel Gandolfo. "Somos irmãos", disse-lhe o Papa Francisco quando Bento XVI lhe ofereceu um posto de privilégio na capela.
Nesse edifício marcado pela moderna história italiana, refúgio de pessoas que fugiam da guerra e dos nazis na Segunda Guerra Mundial, um ancião alemão e um Papa argentino rezaram juntos perante a imagem da Virgem de Czestochowa, patrona da Polónia.
Esse momento de oração foi, segundo o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, "um momento de profunda e elevada comunhão".
O encontro privado começou por volta das 12:30 na biblioteca privada da residência, que serve de lugar de recepção para hóspedes importantes.
Foi ali onde o Papa Francisco entregou ao seu predecessor um ícone de Nossa Senhora da Humildade "em honra da humildade demonstrada" pelo Papa Emérito na hora de apresentar a sua demissão.
A conversação entre ambos desenvolveu-se "na mais estrita confidencialidade e privacidade". Os dois pontífices iam vestidos com sotaina branca.
O encontro privado e confidencial prolongou-se pelo espaço de 45 minutos. Às 14:42 Francisco partiu no helicóptero de volta ao Vaticano. Assim, a visita durou quase 3 horas.
É o primeiro encontro cara a cara desde que o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio foi eleito papa, em 13 de Março.
Sem dúvida, já tinham falado por telefone várias vezes. Francisco telefonou a Bento XVI logo depois do conclave e no dia de São José. (O primeiro nome de Bento XVI é Joseph, José).
Bento XVI, de 86 anos, é papa emérito desde 28 de Fevereiro último, dia em que renunciou. Por sua própria decisão, está recluído no Palácio Pontifício, apenas sem contacto com o mundo exterior e dedicado a rezar. Segue a actualidade da Igreja através dos meios de comunicação e reza por ela.
O encontro entre um pontífice e o seu antecessor é algo impensado nos tempos modernos, pelo menos nos últimos 600 anos. No século XV, durante o Cisma de Ocidente, houve um momento em que três Papas reclamavam ser o autêntico com argumentos bastante fortes (cada um tinha recebido votos de diversos cardeais e considerava ilícitos os cardeais e Conclaves dos demais). Alguns renunciaram, finalmente, e outros morreram, mas desde logo aqueles Papas do século XV nunca se fundiram num abraço fraterno nem oraram juntos.
O Palácio Pontifício de Castel Gandolfo alberga os chefes da Igreja entre Julho e Setembro de cada ano desde 1655. Na cidade, recostada sobre o lago Albano, sobram as recordações dos últimos papas, desde João XXIII e Paulo V até João Paulo II e Bento XVI.
Um vídeo com imagens que passarão à História
Actualizado 23 de Março de 2013
ReL
Num acto histórico e sem precedentes na história moderna, o papa Francisco visitou este sábado ao meio dia o seu antecessor, Bento XVI, no Palácio Pontifício de Castel Gandolfo, a 25 quilómetros ao sul de Roma. (Veja o vídeo abaixo).
Depois de um voo de 20 minutos, Francisco aterrou no heliporto de Castel Gandolfo - construído onde terminam os jardins da residência - e foi recebido por Bento XVI, o bispo de Albano, Marcello Semeraro, e pelo director das Villas Pontifícias, Savero Petrillo.
O Papa Francisco foi recebido por Bento XVI no mesmo heliporto de Castel Gandolfo às 12:15 da manhã.
Dois Papas unidos em oração e fraternidade, uma força espiritual insólita na História da Igreja
Ambos os Papas fundiram-se num "comovedor abraço", segundo testemunhou Lombardi (na Argentina traduzem-no como “lindíssimo abraço”).
Nesse edifício marcado pela moderna história italiana, refúgio de pessoas que fugiam da guerra e dos nazis na Segunda Guerra Mundial, um ancião alemão e um Papa argentino rezaram juntos perante a imagem da Virgem de Czestochowa, patrona da Polónia.
O encontro privado começou por volta das 12:30 na biblioteca privada da residência, que serve de lugar de recepção para hóspedes importantes.
Foi ali onde o Papa Francisco entregou ao seu predecessor um ícone de Nossa Senhora da Humildade "em honra da humildade demonstrada" pelo Papa Emérito na hora de apresentar a sua demissão.
A conversação entre ambos desenvolveu-se "na mais estrita confidencialidade e privacidade". Os dois pontífices iam vestidos com sotaina branca.
É o primeiro encontro cara a cara desde que o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio foi eleito papa, em 13 de Março.
Sem dúvida, já tinham falado por telefone várias vezes. Francisco telefonou a Bento XVI logo depois do conclave e no dia de São José. (O primeiro nome de Bento XVI é Joseph, José).
Bento XVI, de 86 anos, é papa emérito desde 28 de Fevereiro último, dia em que renunciou. Por sua própria decisão, está recluído no Palácio Pontifício, apenas sem contacto com o mundo exterior e dedicado a rezar. Segue a actualidade da Igreja através dos meios de comunicação e reza por ela.
O encontro entre um pontífice e o seu antecessor é algo impensado nos tempos modernos, pelo menos nos últimos 600 anos. No século XV, durante o Cisma de Ocidente, houve um momento em que três Papas reclamavam ser o autêntico com argumentos bastante fortes (cada um tinha recebido votos de diversos cardeais e considerava ilícitos os cardeais e Conclaves dos demais). Alguns renunciaram, finalmente, e outros morreram, mas desde logo aqueles Papas do século XV nunca se fundiram num abraço fraterno nem oraram juntos.
O Palácio Pontifício de Castel Gandolfo alberga os chefes da Igreja entre Julho e Setembro de cada ano desde 1655. Na cidade, recostada sobre o lago Albano, sobram as recordações dos últimos papas, desde João XXIII e Paulo V até João Paulo II e Bento XVI.
Um vídeo com imagens que passarão à História
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