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sábado, 23 de março de 2013

Cristina Kirchner: "Invadiu-me uma tranquilidade perfeita junto do Papa"

A presidente da Argentina, na sua audiência privada com o Papa
A presidente conta que Francisco ofereceu-lhe uma rosa branca

Bergoglio recebe os representantes do episcopado argentino

Redacção, 21 de Março de 2013 às 17:16


A presidenta da Argentina, Cristina Fernández, disse hoje que durante o encontro privado que manteve com o papa Francisco no Vaticano a invadiu uma "tranquilidade perfeita" e sentiu-se "mais argentina do que nunca".

Através da sua conta na rede social Twitter, Fernández partilhou as suas sensações pela eleição do cardeal Jorge Bergoglio como novo Pontífice e descreveu como foi o almoço que manteve com ele na passada segunda-feira na residência romana de Santa Marta.

"Ao entrar invadiu-me uma tranquilidade perfeita e senti-me, pela primeira vez nesse lugar, mais argentina do que nunca", assinala a mandatária.

"Antes de passar à sala de refeições - recorda Fernández - (o Papa) voltou-se e disse-me: 'Tenho algo especial para você e quero que o guarde'. Entrega-me uma rosa branca. 'É o símbolo de Santa Teresita, a quem rezo sempre'", relata.

A presidente argentina explica que ao sentar-se à mesa para almoçar disse ao Papa: "Sabe que o dia em que o elegeram no santoral era Santa Cristina da Pérsia, a Senhora dos Impossíveis?".

"(Francisco) surpreende-se. (Zas, eu vejo que Clarín num espaço titula: CFK disse ao Papa que foi eleito graças a ela)", brinca Fernández.

"Agradece-me muito que tenha ido vê-lo - prossegue Fernández -. Pergunto-lhe se por acaso pensou que não ia vir. 'E nunca se sabe' responde-me humilde. Tem razão".

A presidente relata que convidou o Sumo Pontífice a visitar Argentina, "o seu país", e continua explicando que depois de duas horas de almoço e mate cozido, "os saquitos os levei eu", pontualiza, o papa Francisco a acompanhou à porta para despedir-se.

Explica que durante a refeição falaram do tráfico de pessoas e o trabalho escravo, e ela comentou-lhe os avanços conseguidos nesses terrenos, ainda que reconheceu que "ainda falta muito".

Também conversaram sobre os jovens, "disse que conseguimos algo que não se via há muito tempo, que a juventude se interesse pela política. Pega-me no coração", afirma Fernández.

"Fala-me das Malvinas, da Pátria Grande, de São Martinho, de Bolívar", assinala a mandatária mostrando a sua perplexidade.

A presidente argentina define na rede social Francisco como um Papa muito leitor, "como todo o jesuíta". "(Lê) clássicos universais e clássicos argentinos. Porque além disso é um jesuíta argentino", pontualiza. Fernández sublinha além disso a intensidade do vivido nas duas últimas semanas. "Quantos sentimentos nos últimos 15 dias. Na terça-feira 5 em Caracas, acompanhando o povo venezuelano e o meu companheiro e amigo Hugo Chávez e logo, um argentino na cadeira de São Pedro", disse.

Reunião com uma centena de argentinos

O papa Francisco realizou um encontro no Vaticano com uma centena de compatriotas argentinos encabeçados pelo presidente da Conferência Episcopal Argentina, José María Arancedo, segundo informou hoje o diário vaticano "L'Osservatore Romano".

O encontro teve lugar na quarta-feira depois do discurso que o Papa dirigiu aos representantes das Igrejas e comunidades eclesiais cristãs e de outras religiões que tinham assistido um dia antes à solene missa que celebrou na praça de São Pedro e com a que se abriu o seu pontificado.

O Papa saudou com afecto o grupo que tinha vindo ao Vaticano e conversou com alguns deles.

Mesmo assim, o papa recebeu a camisola da sua equipa de futebol, o San Lorenzo de Almagro, que lhe enviaram como presente os jogadores, os seguidores e os responsáveis do clube depois da sua eleição como sucessor de Bento XVI e que lhe foi entregue pelo secretário de Culto, Guillermo Oliveri.

Estiveram também presentes no encontro os cardeais argentinos Leonardo Sandri e Estanislao Esteban Karlic, assim como o bispo Marcelo Sánchez Sorondo e diferentes representantes do episcopado argentino.

Assistiram também representantes do colégio sacerdotal argentino em Roma, estudantes argentinos da Pontifícia Academia Eclesiástica e sacerdotes de vários dicastérios da Santa Sé.

Tiveram a oportunidade de saudar Francisco, o primeiro papa latino-americano da história, alguns seus velhos conhecidos da Acção Católica internacional, que se encontravam acompanhados pelo bispo Domenico Sigalini, assim como diferentes membros da pastoral da arquidiocese de Buenos Aires.

(RD/Agencias)


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