Seu estuprador e padrasto não foi punido, apesar de ter matado o bebê fruto de seus abusos
Roma,
Uma jovem de quinze anos vítima de violência sexual foi
condenada a cem chicotadas em público nas Ilhas Maldivas. Foi lançada
uma campanha cidadã para pressionar o governo das Ilhas Maldivas "onde
mais dói: na sua indústria do turismo".
O padrasto da garota é acusado de estuprá-la durante anos, e de
assassinar o bebé fruto dos seus abusos. Mas o tribunal decidiu que é
ela que deve ser chicoteada por ter mantido “relações sexuais antes do
matrimónio” com um homem que nem sequer foi nomeado.
O presidente Waheed das Ilhas Maldivas, já está sob uma grande
pressão internacional, e a campanha visa forçá-lo a salvar a menina e a
mudar a lei para impedir que outras vítimas sofram este castigo cruel.
"É assim que podemos acabar com a guerra contra as mulheres: levantando a
nossa voz sempre que aconteçam atrocidades como essa”, dizem os
promotores da campanha.
O turismo é a principal fonte de renda das Ilhas Maldivas. "Vamos
juntar um milhão de vozes nesta petição ao Presidente Waheed esta
semana, e depois ameacemos a reputação das Ilhas com propagandas
chocantes na internet e em revistas especializadas em turismo até que
intervenha para salvá-la e abolir essa lei hedionda”, afirma a
organização Avaaz.
As Maldivas são um paraíso para os turistas. Mas para as mulheres do
país, pode ser um verdadeiro inferno. Sob severas interpretações da lei
islâmica (Sharia), as mulheres e as crianças são normalmente punidas com
chibatadas ou prisões domiciliares se são consideradas culpadas de sexo
extraconjugal ou adultério. Quase sempre são as mulheres que são
punidas, não os criminosos. Uma em cada três mulheres com idade entre 15
e 49 anos de idade sofreram abuso físico ou sexual, enquanto que nos
últimos três anos nenhum estuprador foi preso.
"Vencer esta batalha pode ajudar as mulheres em todo o mundo, já que o
governo das Maldivas é um candidato a um cargo elevado no Conselho de
Direitos Humanos da ONU, justamente numa plataforma para os direitos das
mulheres. O protesto internacional já obrigou o presidente Waheed a
recorrer da sentença contra a jovem de 15 anos. Mas isso não é o
suficiente. Os extremistas do seu país o forçarão a abandonar as
reformas se a atenção internacional desaparece. Digamos para as Maldivas
que estão correndo o risco de perder a sua reputação como destino
turístico romântico caso não mudem as suas atitudes e leis sobre as
mulheres ", diz esta organização cidadã.
Você pode assinar a petição em: http://www.avaaz.org/es/maldives_global/?bcikOdb&v=23234.
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