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sábado, 2 de março de 2013

Era pastor episcopaliano até que esta imagem de BXVI tomada por ele mesmo o empurrou para conversão


Assistia à sua missa com sotaina e junto à sua mulher grávida

Actualizado 2 Março 2013

C.L. / ReL

Taylor Marshall é um blogueiro norte-americano muito seguido através do seu blogue Canterbury Tales. O seu último post, escrito à raiz da renúncia de Bento XVI a pontificado, evoca a estreita vinculação entre a sua conversão ao catolicismo e a primeira missa do Papa Ratzinger a que assistiu. Dando-se a circunstância de que, no teor do seu testemunho, a foto que ilustra o seu artigo, captada por ele mesmo, coincide praticamente com esse instante do salto definitivo à Igreja, que ele adivinhava. Quase um instantâneo da acção da graça sobre uma alma.

No túmulo de São Pedro
Em 2006, quando sucedeu, Taylor era pastor episcopaliano, e estava de visita a Roma junto com a sua mulher, Joy. "Intelectualmente já estávamos no ponto de reconhecer que a Igreja católica era a verdadeira Igreja, mas necessitávamos o empurrão emocional para levar essa decisão a cabo", confessa.


Taylor Marshall
E esse empurrão nasceu na necrópole vaticana debaixo da Basílica de São Pedro. Ao terminar de visitá-la, e perante os ossos de São Pedro, Marshall rezou "com total confiança para entrar logo em comunhão plena com São Pedro e com o seu sucessor na terra, Bento XVI". Logo se pusera a falar com um sacerdote belga que fazia de guia (cujo nome não recorda, e a quem manda desde o blogue agradecidas saudações se o está lendo), e quando lhe disseram que não eram católicos ao padre se lhe iluminou a cara: "Estava escrevendo uma homilia sobre questões ecuménicas". E lançou-lhes uma proposição: "Gostariam de assistir esta noite a uma missa com o Papa?".

"A resposta era óbvia", conta Taylor. Assim que cruzaram a Praça de São Pedro com o padre belga até uma escadaria flanqueada por dois guardas suíços. Pediu-lhes que esperassem ali, falou com os soldados em italiano, e desapareceu. Poucos minutos depois apareceu de novo com duas entradas laranja na mão, e disse-lhes que voltassem com elas uma hora antes da missa.

Sotaina e gravidez
Devia ser um funcionário do vaticano com certa influência, porque lhes conseguiu lugar numa fila junto a centenas de frades, monjas e religiosos. "Estávamos claramente fora de lugar", recorda: "Um sacerdote episcopaliano casado, com sotaina, e com a sua mulher grávida ao lado! Deus meu, espero que não tenhamos escandalizado a todas aquelas religiosas!".

Era a festa da Purificação de Maria, a Candelária, e "a Santa Missa foi gloriosa. Começou na obscuridade total. O Papa Bento XVI entrou por detrás só com uma vela. Com essa vela acendeu todas as candeias de frades, monjas e religiosos. Durante toda a missa estivemos junto à estátua de bronze de São Pedro. Pude ver claramente o Santo Padre. E então soube que Sua Santidade era o verdadeiro sucessor do Pescador. Recordando que aquela mesma manhã tinha estado justo debaixo daquele altar junto aos restos de São Pedro, a ligação entre o ministério de São Pedro, o primeiro Papa, e o de Bento XVI, fez-se evidente ante os meus olhos".

A tristeza de não estar em comunhão com Pedro

Quando chegou a hora de comungar, Taylor soube que "não podia ir recebê-la": "Ainda que a basílica estivesse agora iluminada de luzes e de alegria, a minha alma permanecia na obscuridade. Não era católico. Não estava em comunhão com o Santo Padre. Estava no cisma. Foi um sentimento deprimente. Estava fora da comunhão com o Vigário de Cristo, e soube nesse momento que a minha relação com Cristo não ia bem. Também soube o que tinha que fazer. Tinha que renunciar ao meu sacerdócio episcopaliano e fazer-me católico".

É-o desde então, e evoca-o agora apresentando a foto daquele momento, tomada pela sua mesma câmara na basílica de São Pedro. "Aquela missa foi um dos momentos mais importantes da minha vida. Quando penso em Bento XVI, todavia recordo aquela missa de 2 de Fevereiro de 2006, uma missa que mudou a minha vida para sempre. Viva o Papa!".


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