Nascida no longínquo século V, conhecemos os nomes de alguns dos seus bispos que participaram em concílios e assinaram as suas atas. De Apríngio de Beja, homem notável, elogiado por Santo Isidoro de Sevilha pela sua erudição e sabedoria, chegou-nos o seu famoso comentário ao livro do Apocalipse.
Foram esses os tempos do primeiro amor.
Com a conquista muçulmana, no século VIII, pouco a pouco, a diocese pacense, tão ilustre na Lusitânia romana e nos tempos visigóticos, deixou de aparecer. No ano de 851, foi martirizado em Córdoba, pelos muçulmanos, o seu filho Sisenando, diácono e estudante de teologia. No século X, a recém-criada diocese de Badajoz considerou-se herdeira da diocese de Beja e assumiu para os seus bispos o título «pacense», até então atributo dos bispos de Beja. Com a reconquista, a cidade de Évora ganhou proeminência em relação a Beja e praticamente todo o Alentejo ficou integrado na sua enormíssima diocese. No século XVI, o Cardeal D. Henrique tentou em vão restaurar esta diocese, mas tal apenas foi possível em 1770, no reinado de D. José.
A alegria própria deste regresso do cativeiro tornou-se visível no primeiro bispo da diocese restaurada, D. Frei Manuel do Cenáculo. Mas ainda seria necessário atravessar praticamente todo o difícil século XIX para que os bispos de Beja pudessem, de facto, trabalhá-la pastoralmente.
+ J. Marcos, bispo de Beja
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