De volta de Amã, ele afirma que o povo da Jordânia espera o papa independentemente do credo religioso e que o país é exemplar na liberdade religiosa
Cidade do Vaticano, 23 de Maio de 2014 (Zenit.org)
"Não há religião que não seja fonte de reconciliação, de
harmonia e de paz. Em Amã, o papa é esperado com entusiasmo,
independentemente do credo religioso", disse o cardeal Jean-Louis
Tauran, presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo
Inter-Religioso, ao voltar da capital da Jordânia. Ele participou de um
encontro com líderes de várias religiões durante os preparativos da
viagem do Santo Padre à Terra Santa, que começa neste sábado.
Em entrevista publicada pelo Osservatore Romano, o cardeal explica
que a figura do papa "já é bem conhecida no país e atrai o interesse de
todos já faz tempo". Tauran considera que "os muçulmanos esperam o papa
realmente com entusiasmo" e que o Santo Padre é visto como portador de
esperança, não só para a Jordânia, mas para todos os países do Oriente
Médio em que ainda existe a guerra. O purpurado afirma que Amã "respira
uma atmosfera alegre e muito positiva".
Abordando a questão dos cristãos vitimados pela violência, o cardeal
explica que o seminário do qual participou abordou precisamente a
relação que algumas correntes estabelecem entre religião e violência.
Tauran observa que não há religião autêntica que pregue a violência:
“Temos que entender que a religião, qualquer religião, é paz”. Ele
especifica que a religião fala de amor, de fraternidade e de
solidariedade, e que, de maneira nenhuma, pode justificar guerras e
violências. "Neste sentido, a Jordânia é exemplar. Os cristãos aqui não
são perseguidos nem ameaçados como em outras regiões. A liberdade é um
bem considerado precioso e, portanto, garantido a todos".
Por outro lado, o presidente do dicastério para o Diálogo
Inter-Religioso observa que o que une as três grandes religiões
monoteístas é a consideração de que todos somos criaturas do mesmo Deus,
um Deus único. Tauran recorda as palavras do papa Francisco ao conselho
pontifício que ele dirige: "A Igreja deseja ser companheira de caminho
de cada homem".
O purpurado explica que o encontro também tratou da educação. "Houve
unanimidade em reconhecer o papel fundamental da educação na construção
de uma sociedade baseada no respeito pelo outro, ou seja, na
convivência". Tauran termina a entrevista observando que também houve
convergência, no encontro inter-religioso, quanto ao fato de a família e
a escola serem as instituições principais das quais se deve esperar uma
educação sadia para as novas gerações.
(23 de Maio de 2014) © Innovative Media Inc.
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