O líder religioso judeu afirma sobre Francisco: A nossa amizade e diálogo são um sinal de que a paz é possível
Jerusalém, 22 de Maio de 2014 (Zenit.org)
O rabino Abraham Skorka, amigo pessoal do papa Francisco que
vai acompanhar o pontífice na viagem à Terra Santa de 24 a 26 deste
mês, afirmou que esta peregrinação significa realizar um sonho que já
durava anos. “Ir a Israel, para nós, era visitar o local dos profetas
que inspiraram a nossa espiritualidade. Israel foi um assunto do qual
nós falamos muito em Buenos Aires. O livro que escrevemos juntos dedica
um capítulo ao conflito. Desde então, nós procuramos meios para passar
uma mensagem de paz”, declarou, em conversa com o jornalista Henrique
Cymerman.
Em colectiva organizada hoje em Jerusalém pela Fonte Latina e pelo
Centro de Imprensa, Abraham Skorka recapitulou a amizade que o une ao
papa desde 1990, quando se conheceram em Buenos Aires. O caminho foi
marcado pela amizade, pelo humor, pela profunda espiritualidade e pelo
encontro de pontos em comum, observaram os organizadores da conferência
em comunicado enviado a ZENIT.
Skorka relata que, em Junho de 2013, quando se encontrou com o papa
em Roma, eles pensaram em preparar uma mensagem de paz para o Oriente
Médio. Foi assim que começou a ser gestada a visita que agora está
prestes a acontecer. O rabino afirma que “é assim que aparece em nossos
livros em comum: havendo paz aqui, haverá paz em todo o mundo”.
O rabino assegura que “a nossa amizade e diálogo é um sinal de que a
paz é possível”. Este vai ser o espírito das mensagens que o papa
transmitirá na visita à Jordânia, à Autoridade Nacional Palestina e a
Israel.
Abraham Skorka declarou que o papa Francisco é um homem que rompe
esquemas, que não se incomoda em desmanchar modelos se for necessário
para atingir seus objectivos de diálogo e de paz. O papa é a pessoa de
quem a Igreja precisa neste momento, garante Skorka: com ele, uma nova
página será aberta no diálogo judaico-cristão.
Skorka também assegura que o papa quer se envolver no processo de paz
no Oriente Próximo com a melhor arma que tem: a oração. É a maneira de
fazer o assunto transcender do nível político e levá-lo ao nível humano.
Os crentes, sejam da religião que forem, podem se entender através da
oração.
O rabino considera que a maioria dos judeus e israelitas aplaude a
visita do papa e afirmou que as pessoas que mostraram rejeição são um
pequeno grupo.
A companhia de um rabino e de um imã é um sinal de diálogo. Skorka
entende que “nós três precisamos caminhar juntos para mudar a realidade
deste mundo. Nós três acreditamos num Pai comum, Abraão, e num Deus
espiritual. O papa manterá o equilíbrio nos seus discursos e mensagens
nesta terra”.
Skorka ressaltou ainda a preocupação do papa com a perseguição contra
os cristãos em muitos países muçulmanos e anunciou uma reunião com
líderes das três confissões.
(22 de Maio de 2014) © Innovative Media Inc.
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