Patriarca de Constantinopla anuncia importante evento para a unidade entre católicos e ortodoxos, depois de 17 séculos desde o primeiro Sínodo, onde foi autenticado o Credo
Roma, 29 de Maio de 2014 (Zenit.org)
"Junto com o Papa Francisco concordamos em deixar como um
legado para nós mesmos e para nossos sucessores o reencontro em Nicéia,
em 2025, para celebrarmos juntos, depois de 17 séculos, o primeiro
sínodo verdadeiramente ecuménico, onde foi autenticado o Credo".
Foi o que disse o Patriarca Ecuménico de Constantinopla,
Bartolomeu, no retorno a Jerusalém, após o encontro com o Papa no Santo
Sepulcro, em entrevista à Asia News, sobre um importante evento para a
unidade entre católicos e ortodoxos.
O Concílio de Nicéia (hoje Iznik, 130 km a sudeste de Istambul) que
reuniu mais de 300 bispos do oriente e do ocidente, em 325, é
considerado o primeiro verdadeiro concílio ecuménico. Neste foi
autenticado o Credo, semelhante ao que é recitado hoje durante a
liturgia, afirmando que Jesus compartilha "a mesma substância do Pai”,
contra a ideologia ariana.
Bartolomeu encontrou Francisco por ocasião dos 50 anos do abraço
entre Paulo VI e Atenágoras. O encontro de 1964 quebrou o silêncio de
séculos entre o Oriente e o Ocidente cristão, com todas as consequências
sócio-políticas que surgiram, e pelas quais a Europa ainda sofre.
O encontro no Santo Sepulcro, nestes dias, deu um novo impulso ao
diálogo entre católicos e ortodoxos, a duas visões cristãs que, apesar
das diferenças, têm uma visão comum dos sacramentos e da tradição
apostólica.
"O diálogo para a unidade entre católicos e ortodoxos - disse
Bartolomeu à Asia News – parte novamente de Jerusalém. Nesta cidade, no
Outono, haverá uma reunião da Comissão Mista católico-ortodoxo,
organizado pelo patriarca grego -ortodoxo Teófilo III. Será uma longa
jornada em que todos devem se comprometer sem hipocrisia".
"Jerusalém - continuou o Patriarca – é o local, a terra do diálogo
entre Deus e o homem, o lugar onde se encarnou o Logos de Deus. Nossos
predecessores Paulo VI e Atenágoras escolheram este lugar para quebrar
um silêncio que durou séculos entre as duas Igrejas irmãs". E conclui:
"Eu caminhei com o meu irmão Francisco nesta Terra Santa não com o temor
de Lucas e Cléofas a caminho de Emaús, mas inspirado pela esperança
viva, como nos ensina o nosso Senhor".
(Trad.:MEM)
(29 de Maio de 2014) © Innovative Media Inc.
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