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sexta-feira, 30 de maio de 2014

Bartolomeu: "Com Francisco convidamos os cristãos para celebrar o primeiro sínodo de Nicéia, no ano de 2025"

Patriarca de Constantinopla anuncia importante evento para a unidade entre católicos e ortodoxos, depois de 17 séculos desde o primeiro Sínodo, onde foi autenticado o Credo


Roma, 29 de Maio de 2014 (Zenit.org)


"Junto com o Papa Francisco concordamos em deixar como um legado para nós mesmos e para nossos sucessores o reencontro em Nicéia, em 2025, para celebrarmos juntos, depois de 17 séculos, o primeiro sínodo verdadeiramente ecuménico, onde foi autenticado o Credo".

Foi o que disse o Patriarca Ecuménico de Constantinopla, Bartolomeu, no retorno a Jerusalém, após o encontro com o Papa no Santo Sepulcro, em entrevista à Asia News, sobre um importante evento para a unidade entre católicos e ortodoxos.

O Concílio de Nicéia (hoje Iznik, 130 km a sudeste de Istambul) que reuniu mais de 300 bispos do oriente e do ocidente, em 325, é considerado o primeiro verdadeiro concílio ecuménico. Neste foi autenticado o Credo, semelhante ao que é recitado hoje durante a liturgia, afirmando que Jesus compartilha "a mesma substância do Pai”, contra a ideologia ariana.

Bartolomeu encontrou Francisco por ocasião dos 50 anos do abraço entre Paulo VI e Atenágoras. O encontro de 1964 quebrou o silêncio de séculos entre o Oriente e o Ocidente cristão, com todas as consequências sócio-políticas que surgiram, e pelas quais a Europa ainda sofre.

O encontro no Santo Sepulcro, nestes dias, deu um novo impulso ao diálogo entre católicos e ortodoxos, a duas visões cristãs que, apesar das diferenças, têm uma visão comum dos sacramentos e da tradição apostólica.

"O diálogo para a unidade entre católicos e ortodoxos - disse Bartolomeu à Asia News – parte novamente de Jerusalém. Nesta cidade, no Outono, haverá uma reunião da Comissão Mista católico-ortodoxo, organizado pelo patriarca grego -ortodoxo Teófilo III. Será uma longa jornada em que todos devem se comprometer sem hipocrisia".

"Jerusalém - continuou o Patriarca – é o local, a terra do diálogo entre Deus e o homem, o lugar onde se encarnou o Logos de Deus. Nossos predecessores Paulo VI e Atenágoras escolheram este lugar para quebrar um silêncio que durou séculos entre as duas Igrejas irmãs". E conclui: "Eu caminhei com o meu irmão Francisco nesta Terra Santa não com o temor de Lucas e Cléofas a caminho de Emaús, mas inspirado pela esperança viva, como nos ensina o nosso Senhor".

(Trad.:MEM)

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