Francisco continua a série de catequeses sobre os dons do Espírito Santo e reza pelas inundações na Bósnia e na Sérvia, bem como pelos católicos da China
Cidade do Vaticano, 21 de Maio de 2014 (Zenit.org) Rocio Lancho García
Na audiência desta quarta-feira, o Santo Padre trouxe à
lembrança de todos os participantes a situação da população da
Bósnia-Herzegovina e da Sérvia, duramente atingidas por inundações
históricas que provocaram a perda de vidas humanas e deixaram numerosos
desabrigados e vultosos danos materiais. “Lamentavelmente, a situação se
agravou”, disse o papa. “Por isso, eu convido vocês a se unirem à minha
oração pelas vítimas e por todas as pessoas que estão sofrendo esta
calamidade. Que não falte a esses nossos irmãos a nossa solidariedade e o
apoio concreto da comunidade internacional". A seguir, ele rezou uma
ave-maria.
O Santo Padre também recordou que o dia 24 de maio é a memória
litúrgica da beata Virgem Maria, Ajuda dos Cristãos, venerada com muita
devoção no santuário de Sheshan, em Shangai. Por isso, Francisco pediu
que todos os fiéis "rezem pelos católicos da China, para que, sob a protecção da Mãe Auxiliadora, eles continuem a crer, esperar e amar, e
sejam, em qualquer circunstância, fermento de harmoniosa convivência
entre os seus concidadãos".
O papa recordou ainda que, neste sábado, serão proclamados beatos
Mario Vergana, sacerdote do PIME, e Isidoro Ngei Ko Lat, fiel leigo e
catequista, assassinados em 1950 na Birmânia como vítimas do ódio contra
a fé cristã. Sua heróica fidelidade a Cristo, propôs o papa, "seja
incentivo e exemplo para os missionários e, especialmente, para os
catequistas que realizam uma preciosa e insubstituível obra apostólica
nas terras de missão, pela qual toda a Igreja é muito grata".
Francisco lembrou que, também neste sábado, viajará para a Terra
Santa, a terra de Jesus. "Será uma viagem estritamente religiosa,
primeiro para encontrar o meu irmão Bartolomeu I, na celebração do 50º
aniversário do encontro entre Paulo VI e Atenágoras I. Pedro e André se
encontrarão mais uma vez e isto é muito bonito. Segundo motivo: rezar
pela paz naquela terra que sofre tanto. Peço que vocês rezem por esta
viagem".
O Santo Padre chegou à Praça de São Pedro às 9h45, numa ensolarada e
calorosa manhã de primavera em Roma, e foi recebido pela alegria e pelo
entusiasmo dos fiéis vindos de todas as partes do mundo. Bandeiras
argentinas e brasileiras, entre as de vários outros países, ondulavam
pela praça na hora da chegada do papa. Durante o percurso do papa-móvel
pelos corredores da Praça de São Pedro, o pontífice saudou os fiéis e
abençoou as crianças que os guardas lhe aproximavam. Francisco chegou a
descer do veículo para passar alguns instantes junto de um grupo de
enfermos e conversar com eles. No finalizar do percurso, o papa saudou
um grupo de alunos que estava nas primeiras filas.
A catequese desta manhã se concentrou no “dom da ciência”, dentro da
série de catequeses que o Santo Padre está nos oferecendo sobre os dons
do Espírito Santo.
No resumo, Francisco sintetizou: "Hoje vimos outro dom do Espírito
Santo, o dom da ciência. Esta ciência não se limita ao conhecimento
humano da natureza, mas, através da criação, nos leva a perceber a
grandeza de Deus e o seu amor pelas criaturas. Este dom do Espírito
Santo nos leva a descobrir o quanto a beleza e a imensidão do cosmos nos
falam do Criador e nos convidam a louvá-lo. No começo da bíblia,
destaca-se que Deus mesmo se alegrou com a sua obra: tudo era bom; e o
homem era ‘muito bom’. O dom da ciência nos sintoniza com esse olhar de
Deus para as coisas e para as pessoas. Um olhar bondoso e respeitoso,
que nos adverte do risco de nos acharmos os donos absolutos da criação,
dispondo dela ao nosso bel-prazer, sem limites. A criação não é
propriedade nossa, e menos ainda só de alguns; ela é um presente que
Deus nos deu para cuidarmos dela e a usarmos com respeito, em benefício
de todos. Se não cuidarmos da criação, nós a destruiremos. E, se
destruirmos a criação, a criação nos destruirá com ela. Lembrem-se
daquela frase: Deus perdoa sempre; nós, os homens, perdoamos algumas
vezes; a natureza não perdoa nunca se nós a maltratamos".
A seguir, o papa saudou “com afecto os peregrinos dos países
latino-americanos. Que saibamos ver tudo o que nos rodeia como obra de
Deus e os nossos semelhantes como irmãos e irmãs”.
Ao encerrar as saudações em diversas línguas, o papa voltou um
pensamento especial, como tem feito todas as semanas, aos jovens,
enfermos e recém-casados. Recordando que ontem celebramos a memória
litúrgica de São Bernardino de Sena, o papa desejou aos jovens que o
amor daquele santo pela Eucaristia lhes indique "a centralidade de Deus
na sua vida"; aos enfermos, que os ajude a "enfrentar com fé o
sofrimento"; finalmente, que estimule os recém-casados a "alicerçar a
sua casa conjugal no carisma da unidade".
(21 de Maio de 2014) © Innovative Media Inc.
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