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sexta-feira, 23 de maio de 2014

Audiência de quarta-feira: o papa pede orações pela sua viagem à Terra Santa

Francisco continua a série de catequeses sobre os dons do Espírito Santo e reza pelas inundações na Bósnia e na Sérvia, bem como pelos católicos da China

Cidade do Vaticano, 21 de Maio de 2014 (Zenit.org) Rocio Lancho García


Na audiência desta quarta-feira, o Santo Padre trouxe à lembrança de todos os participantes a situação da população da Bósnia-Herzegovina e da Sérvia, duramente atingidas por inundações históricas que provocaram a perda de vidas humanas e deixaram numerosos desabrigados e vultosos danos materiais. “Lamentavelmente, a situação se agravou”, disse o papa. “Por isso, eu convido vocês a se unirem à minha oração pelas vítimas e por todas as pessoas que estão sofrendo esta calamidade. Que não falte a esses nossos irmãos a nossa solidariedade e o apoio concreto da comunidade internacional". A seguir, ele rezou uma ave-maria.

O Santo Padre também recordou que o dia 24 de maio é a memória litúrgica da beata Virgem Maria, Ajuda dos Cristãos, venerada com muita devoção no santuário de Sheshan, em Shangai. Por isso, Francisco pediu que todos os fiéis "rezem pelos católicos da China, para que, sob a protecção da Mãe Auxiliadora, eles continuem a crer, esperar e amar, e sejam, em qualquer circunstância, fermento de harmoniosa convivência entre os seus concidadãos".

O papa recordou ainda que, neste sábado, serão proclamados beatos Mario Vergana, sacerdote do PIME, e Isidoro Ngei Ko Lat, fiel leigo e catequista, assassinados em 1950 na Birmânia como vítimas do ódio contra a fé cristã. Sua heróica fidelidade a Cristo, propôs o papa, "seja incentivo e exemplo para os missionários e, especialmente, para os catequistas que realizam uma preciosa e insubstituível obra apostólica nas terras de missão, pela qual toda a Igreja é muito grata".

Francisco lembrou que, também neste sábado, viajará para a Terra Santa, a terra de Jesus. "Será uma viagem estritamente religiosa, primeiro para encontrar o meu irmão Bartolomeu I, na celebração do 50º aniversário do encontro entre Paulo VI e Atenágoras I. Pedro e André se encontrarão mais uma vez e isto é muito bonito. Segundo motivo: rezar pela paz naquela terra que sofre tanto. Peço que vocês rezem por esta viagem".

O Santo Padre chegou à Praça de São Pedro às 9h45, numa ensolarada e calorosa manhã de primavera em Roma, e foi recebido pela alegria e pelo entusiasmo dos fiéis vindos de todas as partes do mundo. Bandeiras argentinas e brasileiras, entre as de vários outros países, ondulavam pela praça na hora da chegada do papa. Durante o percurso do papa-móvel pelos corredores da Praça de São Pedro, o pontífice saudou os fiéis e abençoou as crianças que os guardas lhe aproximavam. Francisco chegou a descer do veículo para passar alguns instantes junto de um grupo de enfermos e conversar com eles. No finalizar do percurso, o papa saudou um grupo de alunos que estava nas primeiras filas.

A catequese desta manhã se concentrou no “dom da ciência”, dentro da série de catequeses que o Santo Padre está nos oferecendo sobre os dons do Espírito Santo.

No resumo, Francisco sintetizou: "Hoje vimos outro dom do Espírito Santo, o dom da ciência. Esta ciência não se limita ao conhecimento humano da natureza, mas, através da criação, nos leva a perceber a grandeza de Deus e o seu amor pelas criaturas. Este dom do Espírito Santo nos leva a descobrir o quanto a beleza e a imensidão do cosmos nos falam do Criador e nos convidam a louvá-lo. No começo da bíblia, destaca-se que Deus mesmo se alegrou com a sua obra: tudo era bom; e o homem era ‘muito bom’. O dom da ciência nos sintoniza com esse olhar de Deus para as coisas e para as pessoas. Um olhar bondoso e respeitoso, que nos adverte do risco de nos acharmos os donos absolutos da criação, dispondo dela ao nosso bel-prazer, sem limites. A criação não é propriedade nossa, e menos ainda só de alguns; ela é um presente que Deus nos deu para cuidarmos dela e a usarmos com respeito, em benefício de todos. Se não cuidarmos da criação, nós a destruiremos. E, se destruirmos a criação, a criação nos destruirá com ela. Lembrem-se daquela frase: Deus perdoa sempre; nós, os homens, perdoamos algumas vezes; a natureza não perdoa nunca se nós a maltratamos".

A seguir, o papa saudou “com afecto os peregrinos dos países latino-americanos. Que saibamos ver tudo o que nos rodeia como obra de Deus e os nossos semelhantes como irmãos e irmãs”.

Ao encerrar as saudações em diversas línguas, o papa voltou um pensamento especial, como tem feito todas as semanas, aos jovens, enfermos e recém-casados. Recordando que ontem celebramos a memória litúrgica de São Bernardino de Sena, o papa desejou aos jovens que o amor daquele santo pela Eucaristia lhes indique "a centralidade de Deus na sua vida"; aos enfermos, que os ajude a "enfrentar com fé o sofrimento"; finalmente, que estimule os recém-casados a "alicerçar a sua casa conjugal no carisma da unidade".

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