O Anuário Estatístico da Santa Sé revela que no período 2005-2012 houve um crescimento de católicos no mundo de 10,2%
Roma, 29 de Maio de 2014 (Zenit.org) Federico Cenci
O sangue dos mártires, dizia Tertuliano, é a semente de
novos cristãos. Intuição muito certeira, a do célebre apologista que
viveu entre o II e o III século. A história dos últimos dois mil anos,
além do mais, é uma constante repetição das ferozes perseguições contra
os discípulos de Cristo, os quais, no entanto, em vez de desaparecerem,
aumentam.
O triste fenómeno na contemporaneidade é ainda mais grave. Em
muitas partes do mundo existem perseguições sistemáticas, de forte
intensidade e repletas de ideologia. De acordo com a Comissão episcopal
da União europeia, os cristãos oprimidos no mundo são cerca de 200
milhões. No Ocidente, onde, aparentemente, os cristãos são livres para
professar livremente a própria fé, muitas vezes, há formas diversas de
perseguições, nas quais os valores próprios do cristianismo são
constantemente julgados em nome de um, não melhor, laicismo.
História magistra vitae, afirmavam os contemporâneos de Tertuliano. E
então, aos perseguidores de hoje seria suficiente dar uma olhada ao
passado para compreender a inutilidade das suas acções. Significativo
que, mesmo nesta época marcada por uma escalada de violência
anti-cristã, o número de baptizados continua a aumentar. De 2005 a 2012,
os fiéis católicos aumentaram passando de 1.115 a 1.229 mil milhões, um
aumento de 10,2 por cento.
O dado foi publicado pelo Anuário Estatístico da Santa Sé nestes
dias. A área com o maior número de católicos continua a ser a Europa
(23% do total), enquanto o crescimento tem sido menos dinâmico do que em
outras áreas do planeta. É precisamente na África (martirizada por
atentados que atingem com muita crueldade as comunidades na Nigéria ,
República Centro Africano, no Quénia, Somália) onde se confirma o maior
crescimento: aqui os fieis passaram de 13,8% em 2005 ao 16,2% em 2012.
Com 11% de católicos, a outra área que regista uma crescimento
constante de baptizados é a Ásia, depois do “continente negro” a segunda
em perseguições. Apesar da difusão capilar das seitas evangélicas, se
consolida depois a posição da América com o 49% dos católicos baptizados
no mundo. Estável também a incidência na Oceania.
Fala-se muito das vocações em declínio. Não se especifica, porém, que
esta tendência negativa refere-se somente ao mundo ocidental. De 2005 a
2012, na verdade, o número total de sacerdotes aumentou em dois pontos
percentuais. Passou-se dos 406.411 sacerdotes divididos em 269.762
diocesanos e 136.649 religiosos, aos 414.313, dos quais 279.561 membros
do clero diocesano e 134.752 membros do clero religioso.
O crescimento é maior entre os seminaristas. Se em 2005 havia
114.439, em 2012 haviam 120.051, registando um aumento de 4,9%.
Liderando a classificação, neste caso, é a Ásia, com um crescimento de
18%, seguida da África, com o 17,6%, e da Oceania com 14,2%. Ligeira a
diminuição na América (-2,8%), enquanto é consistente o declínio na
Europa, onde de 2005 ao 2012 o número de jovens que entram no seminário
sofreu um declínio de 13,2%. Uma análise detalhada dos dados relativos
às vocações sacerdotais no mundo foi realizado por Vittorio Formenti e
Enrico Nenna, do Departamento central de estatísticas da Santa Sé.
(Trad.TS)
(29 de Maio de 2014) © Innovative Media Inc.
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