Após o assassinato de Farzana Parveen Bibi, "culpada de ter se casado com um homem contra a vontade de sua família, chegam as condenações do Arcebispo emérito de Lahore e do primeiro ministro do Paquistão
Roma, 30 de Maio de 2014 (Zenit.org)
"Condenamos firmemente o assassinato brutal de Farzana
Parveen Bibi, uma mulher grávida, apedrejada até a morte pelos seus
familiares em Alta Corte de Lahore", disse à agência Fides mons.
Lawrence Saldanha, Arcebispo emérito de Lahore, depois do brutal
assassinato da mulher paquistanesa acontecido no passado dia 27 de Maio.
A culpa de Farzana, de acordo com seus agressores, era ter se casado
com um homem, Mohammad Iqbal, contra a vontade de sua família.
"O crime de honra é um costume antigo difundido na sociedade
paquistanesa, que deve ser erradicado o mais rápido possível - disse o
Arcebispo -. Esta prática cruel não pode existir em uma moderna
sociedade democrática em que o direito à vida de cada pessoa (homem ,
mulher, criança) deve ser respeitado e defendido".
O bispo diz ser "deplorável” que a jovem tenha sido lapidada pelos
seus familiares na praça da Alta Corte de Lahore e que ninguém, “nem
sequer os agentes da polícia em serviço”, tenha feito algo para evitar o
trágico massacre. "A morte do bebé no seu ventre é mais uma tragédia",
comenta ainda mons. Saldanha, que, finalmente, diz: "Precisamos aumentar
a consciencialização em todos os níveis da sociedade no Paquistão para
eliminar o mal social do crime de honra: só dessa forma a morte de
Farzana e do seu bebé inocente não serão em vão”.
Sobre a questão do crime de honra interveio ontem o primeiro-ministro
do Paquistão, Nawaz Sharif, que chamou essa prática de "totalmente
inaceitável" e pediu ao governador do Estado de Punjab para tomar
"medidas imediatas" e apresentar até hoje um relatório detalhado sobre o
assassinato de Farzana Parveen Bibi.
A esperança é que as palavras do primeiro-ministro possam representar
um avanço para a mudança. Estima-se que a cada ano no Paquistão
aconteçam centenas de crimes de honra. Só em 2013, afirmam fontes da
sociedade civil, 900 mulheres foram mortas por suas famílias, por razões
semelhantes às que levaram à morte de Farzana e seu bebé. (F.C./Trad.TS)
(30 de Maio de 2014) © Innovative Media Inc.
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