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quinta-feira, 22 de maio de 2014

Em carta de 2006, Dom Eurico pediu um funeral modesto

Funeral do arcebispo emérito de Braga aconteceu nesta quarta-feira (21)


Brasília, 21 de Maio de 2014 (Zenit.org) Lilian da Paz


Dom Eurico Dias Nogueira, arcebispo emérito de Braga, em Portugal, foi enterrado na tarde desta quarta-feira (21), às 15h30 locais. Consternada com a morte de um dos pastores que conduziram a Igreja de Braga, a Câmara da cidade decretou dois dias de luto.

Aos 91 anos de idade, o religioso sofreu internação hospitalar repentina, mas não conseguiu sobreviver. Dom Eurico completaria 50 anos de episcopado em dezembro. Na tarde de hoje foi celebrada Missa exequial, presidida por dom Jorge Ortiga, actual arcebispos primaz de Braga. Sobre o legado deixado por dom Eurico, dom Jorge sublinhou o valor comunitário que o religioso construiu:

“Com ele aprendemos, no nosso caso concreto de Braga, que a Arquidiocese é uma autêntica mãe cujas paróquias são os seus filhos. E nesta grande família, damos prioridade às pessoas aceitando a lógica do saber que quando um filho chora, toda a família chora. Que quando um filho sofre, toda a família sofre. E quando um filho se alegra, toda a família se alegra”.

Em nota divulgada ontem (20), dom Jorge também pediu orações a dom Eurico neste momento de grande consternação. A mensagem também mostra a humildade do religioso falecido, que chegou a discorrer sobre o formato do funeral: deveria ser simples.  

Confira, na íntegra, a mensagem de dom Jorge.

“Um eterno obrigado!
Por ocasião da morte do meu antecessor, D. Eurico Dias Nogueira, gostaria de deixar a toda a Arquidiocese uma breve mensagem neste momento de grande dor pela sua perda e de acção de graças pela vida.

Em 2006, o Senhor D. Eurico escreveu uma Carta de Consciência, que me entregou, na qual referia o seguinte: “Agradeço, com humilde reconhecimento, a quantos me ajudaram com a sua amizade gratuita e generosos serviços, exemplo estimulante e apoios de toda a ordem, no decurso da minha longa caminhada existencial (familiares, amigos e colaboradores directos) pois a eles se deve a eventual atenuação de muitas deficiências minhas. Não refiro ninguém em particular, pela dificuldade de o fazer sem natural injustiça e mesmo impossibilidade, pois foram inúmeros; para todos imploro a recompensa do Céu. O meu funeral será modesto e de acordo com as normas litúrgicas e tradições aplicáveis (…)”.

Sabendo desta vontade de D. Eurico, gostaria de pedir a todos os fiéis da Arquidiocese a vossa oração pela pessoa deste Arcebispo de Braga que durante 22 anos nos animou e orientou na fé herdada dos Apóstolos de Cristo. Peço, com toda a humildade, que o tenhais presente nas vossas intenções pessoais, dando assim graças ao Deus da vida que nos concedeu o privilégio de convivermos com ele.

Uma palavra de particular gratidão ao Seminário Conciliar de S. Pedro e S. Paulo que o acolheu nestes últimos 15 anos da sua vida, à comunidade católica Shalom que lhe proporcionou o melhor ambiente familiar e aos Cón. Manuel Azevedo de Oliveira, Cón. Manuel Tinoco e Dr. Manuel Costa Santos que sempre garantiram uma presença presbiteral, de um modo especial, nos momentos de doença.

Da minha parte, resta-me uma palavra de grande amizade por tudo o que convivi com D. Eurico, e uma palavra de enorme gratidão, em nome da Arquidiocese, por tudo o que ele fez por esta Igreja situada em Braga”.

+ Jorge Ortiga, A.P.

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