Seja qual for o lugar que a história vier a nos dar, o determinante é a responsabilidade perante Deus
Roma, 02 de Setembro de 2013
Neste domingo, Bento XVI celebrou no Vaticano a santa missa
na capela do governatorado com seus ex-alunos. Pela primeira vez, o papa
emérito não participou com eles no encontro anual, mas os cumprimentou
depois da celebração.
O chamado Ratzinger Schulerkreis, que acontece há 38 anos
para abordar temas teológicos, começou no dia 29 de Agosto e terminou
hoje, 2 de Setembro, tratando da “Questão Deus no contexto da
secularização”.
Desde a renúncia de Bento XVI, anunciada em 11 de Fevereiro e efectivada em 28 do mesmo mês, o papa emérito se retirou da vida pública
para se dedicar principalmente à oração e ao estudo, primeiro em Castel
Gandolfo e agora no mosteiro Mater Ecclesiae, no Vaticano.
Cerca de cinquenta pessoas participaram da missa concelebrada com o
papa emérito pelo cardeal Kurt Koch, pelos arcebispos Georg Gaenswein e
Barthelemy Adoukonou e pelo bispo auxiliar de Hamburgo,dom Hans-Jochen
Jaschke.
Em sua homilia, Bento XVI comentou o evangelho do dia, sobre o lugar
ocupado por um comensal em um banquete e sobre como será exaltado aquele
que se humilha. “Cada um, na vida, quer encontrar o lugar justo”, disse
o papa emérito, para logo perguntar: “Mas qual é realmente o lugar
justo?”. E precisou: “Seja qual for o lugar que a história vier a nos
dar, o determinante é a responsabilidade perante Ele”.
“Aquele que, neste mundo e nesta história, se empurra para frente e
chega aos primeiros postos, deve saber que está em perigo. Ele tem que
olhar ainda mais para o Senhor e medir-se com Ele e com a
responsabilidade no tocante aos outros; tem que se tornar uma pessoa que
serve, que está sentada aos pés dos outros e que assim abençoa e se
torna abençoada”.
Ratzinger recordou que “Cristo, o filho de Deus, desce para nos
servir e esta é a essência de Deus”, que envolve um “inclinar-se para
nós”.
O papa emérito evoca os discursos da Última Cena, quando os
discípulos brigam pelos melhores lugares. Jesus se apresenta, porém,
como aquele que serve. Ele, nascido na manjedoura, morre na cruz e nos
indica que o melhor lugar é aquele mais próximo dele. E que o apóstolo,
como enviado de Cristo, “é o último na opinião do mundo” e, por isso
mesmo, está perto de Jesus.
“Assim, mesmo na luta pela justiça no mundo, não devemos nunca nos
esquecer da gratuidade de Deus, do contínuo dar e receber, e temos que reflectir sobre o fato de que nosso Senhor se doa para nós, de que há
pessoas boas que nos doam a sua bondade, que nos suportam a título
gratuito, que nos amam e que são boas para connosco gratuitamente. E nós
devemos doar esta gratuitidade para aproximar assim o mundo de Deus, para
sermos semelhantes a Ele, para nos abrirmos a Ele”.
Bento XVI abordou também o tema da liturgia, incomensuravelmente
grande porque nos une às filas de anjos e santos na alegria do Senhor,
mas que renova o sacrifício de Cristo, que se humilha derramando o seu
sangue na eucaristia.
in
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