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domingo, 17 de março de 2013

«O Papa toma o café da manhã com os cardeais, senta-se onde encontra um lugar livre», revela Lombardi

Não ocupa as dependências papais ainda

Lombardi confirma que o Papa aconselhou os argentinos a não vir à sua missa inaugural, mas "não os proibiu de vir, e quem venha não é mau", detalha.

Actualizado 15 de Março de 2013

Zenit / ReL


Na conferência de imprensa realizada este sexta-feira o director do Gabinete de imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, contou alguns particulares da vida do papa Francisco neste período. Estava acompanhado pelo porta-voz em idioma espanhol José María Gil Tamayo e em inglês e francês Thomas Rosica.

Indicou por exemplo que falou com o responsável da residência Santa Marta, “e referiu-me que quando o papa Bergoglio vai almoçar, não tem um lugar fixo e se senta na mesa onde encontra um lugar livre, com muita naturalidade”.

Missa às 7, muito acompanhado
Acrescentou que “hoje pela manhã celebrou a missa às 7, na capela de Santa Marta, e muitos cardeais quiseram concelebrar com ele. Na mesma o Papa fez uma pequena homilia na qual comentou o evangelho do dia”.

“O director de Santa Marta - prosseguiu o porta-voz - que é ex-director da residência de Via della Scrofa, onde o Papa Francisco foi ontem para pagar e retirar as suas coisas, indicou que Bergoglio conhecia os empregados, cumprimentou-os e pediu a todos notícias das suas famílias, esposa, filhas, etc. mostrando muita proximidade com eles".



Gestos que "o povo percebe"
Respondendo a um jornalista sobre o perigo de um Papa populista, Lombardi indicou: “Sigamos com olhos limpos estes primeiros passos do papa Francisco. Parece-me claro o significado de estilo evangélico, também passos simples, que não há que sobrevalorizar mas que o povo percebe com alegria. Vejo-os positivamente, como mensagem de simplicidade evangélica”.

Recomenda aos argentinos não vir

O porta-voz indicou que esta manhã falou "por telefone com o núncio na Argentina, para ter informação sobre uma notícia aparecida, na qual o papa lhe pedia que transmitisse aos argentinos que não viessem a Roma para o início do pontificado, visto que era uma viagem longa e cara, e que por outro lado fizessem donativos de solidariedade em favor dos pobres.

O núncio confirmou que era verídica: na noite em que foi eleito, o papa Bergoglio chamou-o por telefone e deu-lhe a dita indicação”. E o porta-voz ironizou “não é que os tenha proibido de vir, ou que sejam maus os argentinos que venham”.

O núncio na Argentina indicou-lhe além disso que ali “se respira uma atmosfera de alegria e um aumento na oração e assistência nos templos. O pároco da igreja que frequenta indicou-lhe que confessou todo o dia, inclusive a gente que havia muito tempo que não ia à igreja. Um movimento de renovação e conversão espiritual”, disse.

O encontro de sábado com os jornalistas
Sobre o encontro da manhã de sábado do papa com os comunicadores, indicou: “Temos este encontro com os comunicadores sociais, desde as 9,30. A audiência inicia-se às 11, não é uma conferência de imprensa, não é um diálogo com os jornalistas. Alguns poderão passar a saudar o papa em nome dos outros. Podem entrar com os passes e também colegas não acreditados e que trabalham em Roma ou algum parente”.

Fizeram-no João Paulo II e Bento XVI, e também o papa Francisco aceitou positivamente o empenho” disse.

A missa de início do pontificado
Sobre a missa de terça-feira de início do pontificado, o porta-voz precisou que “inclusive vem delegações, é bom recordar que a Santa Sé não faz convites mas recorda que estão todos convidados a estes eventos. Digo-o ao copo diplomático, publicamente, etc. Se alguém quer vir, bem-vindo, não recebe um convite especial. E tem que tomar a iniciativa”.

“Não há – disse - um convite directo a nenhum chefe de estado ou de governo. Inclusive quando vierem a encontra-lo não foram convidados, mas sim que demonstraram o desejo de encontrar o Santo Padre”.

“A todos os responsáveis de países, também sem relações diplomáticas com a Santa Sé, dizemos bem-vindos. Por exemplo – acrescentou - nos funerais de João Paulo II vieram representantes de alguns países como Arábia Saudita, Afeganistão e Malásia, que por outro lado agora as tem”.

A mensagem do Rabino de Roma
O porta-voz indicou que “foi muito apreciada a mensagem do rabino chefe de Roma, Riccardo Segni, a quem o novo papa enviou uma mensagem. São conhecidas as boas relações que o cardeal Bergoglio tinha na Argentina com a comunidade judaica e de outros credos, como muçulmanos, etc. E isto continuará sendo assim (ver ZENIT: http://www.zenit.org/article- 44874?l=spanish ).

As relações ecuménicas
Sobre as relações com os anglicanos indicou: "Sabemos que o caminho ecuménico é longo, há boas relações com a Igreja anglicana, com visitas belas e intensas. E também do predecessor do actual. Além disso a visita do papa Bento a Inglaterra, com uma formosa celebração conjunta em Westminster. E o Papa Francisco continuará nesta linha e de seguir em frente. A minha certeza é que as relações ecuménicas são uma prioridade da Igreja nos nossos tempos”.

Retirados os selos das dependências

Outra precisão que o porta-voz fez para os jornalistas, é que Francisco é o papa 266 e 265º sucessor de São Pedro, pois o primeiro não se conta.

Desmentiu também que o secretário do conclave tenha sido criado cardeal durante o mesmo. Não confirmou que Francisco vá a Castel Gandolfo nestes dias imediatos, se mais à frente.

Confirmou que depois da missa de ontem na Capela Sistina, o novo Santo Padre tirou os selos aos apartamentos pontifícios. E os utilizará este domingo para a oração do Ângelus, ainda que continuará vivendo em Santa Marta até que se façam as mínimas reformas nos mesmos.



Sobre os médios que tentaram desacreditar o actual papa, Lombardi indicou “Estou muito acostumado às campanhas e nos vamos dedicar a difundir o lado positivo do pontificado, sem nos determos muito em dar respostas, para não perder a finalidade que é dar  informação”  (ver  ZENIT:  http://www.zenit.org/article-44885?l=spanish).

Sobre o quarto voto dos jesuítas, indicou que “é de obediência ao papa, especialmente sobre as missões e que agora que Francisco é papa, claramente está dispensado, pela minha parte vincula-me a Francisco”.


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